Posted: 01 Aug 2013 03:07 AM PDT
As
dificuldades de nosso desenvolvimento e crescimento espiritual se devem
ao fato de que nem sempre conseguimos encontrar com facilidade nossa
própria maneira de viver e evoluir.
Cada um de nós está destinado a
participar de urna maneira específica e peculiar na obra da criação.
Entretanto, é imprescindível compreendermos nosso valor pessoal como
seres originais, ou seja, criados por Deus “sob medida”, percorrendo,
particularmente, nosso caminho e assumindo por completo a
responsabilidade pelo nosso próprio crescimento espiritual.
Ser nós mesmo é tomar decisões, não para
agradar os outros que nos observam, mas porque estamos usando,
consciente e res ponsavelmente, nossa capacidade de ser, sentir, pensar e
agir.
Ser nós mesmos é eliminar os traços de
dependência que nos atam às outras pessoas.
Não nos esquecendo, porém,
de respeitar-lhes a liberdade e a individualidade e de defender também a
nossa, sem o medo de ficar só e desamparado.
Ser nós mesmos é viver na própria
“simplicidade de ser” libertos da vaidosa e dissimulada auto-satisfação,
que consiste em fazer gênero de “diferente” perante os outros, a fim de
ostentar uma aparência de “personalidade marcante”.
Ser nós mesmos é acreditar em nosso poder
pessoal, elaborando um mapa para nossos objetivos e percorrendo os
caminhos necessários para atingi-los.
No Novo Testamento, capítulo 7, versículo
13, assim escreveu Mateus em seus apontamentos:-
- “Entrai pela porta
estreita, porque larga é a porta e espaçoso o caminho que leva à
perdição (…)”
Pelo fato de a porta ser estreita,
deveremos atravessá-la – um de cada vez – completamente sozinhos,
acompanhados apenas pelo mundo de nossos pensamentos e conquistas
íntimas.
A “porta é estreita”, porque ainda não
entendemos que, mesmo vivendo cm comunidade, estaremos vivendo,
essencialmente, com nós mesmos, pois para transpor essa porta é preciso
aprender a arte de “ser”.
Efetivamente, atingiremos nossa
independência quando percebermos a inutilidade dos passatempos, das
viagens, do convencionalismo da etiqueta, do consumismo que fazemos
somente para conquistar a aprovação dos outros, e não porque decorrem de
nossa livre vontade.
Eliminar o domínio, a autoridade ou a
influência das idéias, das pessoas, das diversões, dos instintos, do
trabalho e dos lugares não significa que precisamos extirpar ou
abandonar completamente todas essas coisas, mas somente a dependência.
Podemos nos ocupar desses assuntos quando bem quisermos, conforme nossas
necessidades e conveniências, sem a escravidão do condicionamento
doentio.
Passar por esse “trajeto restrito” é ter a
coragem de romper as amarras internas e externas que nos impedem a
conquista da liberdade.
Perguntemo-nos:-
- Quantos dos nossos atos e
atitudes são subprodutos de nossas dependências estruturadas na
subordinação da sociedade?
A submissão social tem sua base inicial na
busca de aprovação dos outros, colocando os indivíduos na posição de
permanentes escravos e pedintes do aplauso hipócrita e do verniz da
lisonja.
A travessia desse “longo caminho ermo”
nos levará ao Reino dos Céus, estruturado e localizado na essência de
nós mesmos.
Para tanto, devemos recordar-nos de que as Leis Divinas
estão escritas na nossa consciência, cabendo-nos aprender a
interpretá-las em nós e por nós mesmos.
Jesus Cristo, constantemente, referia-se a
esse Reino Interior como sendo a morada de Deus em nós.
Por voltarmos
costumeiramente nossos olhos para fora, e não para dentro de nós mesmos,
é que nunca conseguimos vislumbrar as riquezas de nosso mundo interior.
Mateus prossegue em seus comentários
dizendo:-
- “(…) apertado é o caminho que leva à vida, e poucos há que o
encontrem”.
Por “vida” devemos entender não apenas a manutenção da vida
biológica na Terra, que é passageira e fugaz, mas a plenitude da Vida
Superior, iniciada sobretudo na vivência do mundo interior.
Nossa Autonomia, tanto Física, Emocional, Mental como Espiritual, está diretamente ligada às nossas conquistas e
descobertas íntimas.
Nossa tão almejada realização interior está
relacionada com o conhecimento de nós mesmos.
“Apertado é o caminho”, porque exige
esforços importantes para que possamos eliminar nossos laços de
dependência neurótica, os quais nos condicionam a viver sem usufruir
nossa liberdade interior, aceitando ser manipulados pelos juízos e
opiniões alheias.
A Liberdade se inicia no Pensamento para,
posteriormente, materializar-se na exterioridade, quebrando, então, os
grilhões da dependência.
Os Espíritos Amigos enfocaram o assunto com
muita sabedoria, afirmando:-
- “No pensamento goza o homem de ilimitada
liberdade, pois que não há como pôr-lhe peias.
Pode-se-lhe deter um vôo,
porém, não aniquilá-lo.”¹
¹ O Livro dos Espíritos, Questão 833:-
- Haverá no homem alguma coisa que escape a todo o constrangimento e pela qual goze ele de absoluta liberdade?
- No pensamento goza o homem de ilimitada liberdade, pois que não há
como pôr-lhe peias.
Pode-se-lhe deter um vôo, porém, não aniquilá-lo.
Livro:- As Dores da Alma
Item Dependência
Espírito Hammed
psicografia de Francisco do Espírito Santo Neto
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