Posted: 29 Jul 2013 03:06 AM PDT
Em
muitas circunstâncias, podemos considerar a depressão como natural
período de transição.
São tempos de mudança e crescimento, épocas de
tristeza que antecedem novos horizontes de amadurecimento do ser em
constante processo de evolução.
Os fenômenos naturais da vida sucedem,
organizados, em ciclos determinados.
Os períodos de troca dos antigos
conceitos por outros tantos mais novos e melhores para o nosso momento
atual fazem parte desse ciclo natural da consciência humana.
Porque
somos também Natureza; possuímos as estações da alegria, do entusiasmo,
da moderação e do desânimo, assim como as da primavera, do verão, do
outono e do inverno.
Aprendendo com a Natureza entre as observações das leis que regem os
ecossistemas, é que deixaremos as atmosferas cinzentas da depressão
passar para fixarmo-nos nos dias de sol e de alegria, que voltarão a
brilhar.
Os elementos da Natureza não se encontram separados, mas tendem a se
combinar em sistemas mais complexos, estabelecidos a partir de uma série
de associações físicas e biológicas.
Através das relações de permutas
constantes, eles adquirem uma espécie de “vida coletiva”, o que lhes dá
uma habilidade para se auto-organizarem e auto-reproduzirem ao longo do
tempo.
A esse fenômeno a Ecologia denomina “ecossistema”.
O pensamento
ecológico procura investigar algumas das leis que regulam e formam os
mecanismos ecossistêmicos.
Vamos descrever as que consideramos mais
importantes para as nossas ponderações neste estudo:-
1) A “diversidade” – Quanto maior a multiplicidade de elementos
existentes no ecossistema, maior sua capacidade de se auto-regular, pois
maiores serão as propriedades com que ele contará para reorganizar os
elementos num novo equilíbrio.
2) A “interdependência” – Na unidade funcional do ecossistema tudo
está conectado com tudo, de tal modo que não poderemos tocar num
elemento isolado sem atingirmos o conjunto.
Assim também ocorre com o
corpo humano, já que não se pode abalar um órgão sem envolver todo o
organismo.
3) A “reciclagem” – Todo elemento natural liberado no ambiente é
reintroduzido de alguma forma pelo ecossistema.
Através desses
reaproveitamentos é que os resíduos biológicos permanecem circulando e
sendo reproduzidos numa espécie de ciclo fechado.
É isso que permite a
sobrevivência desse imenso complexo ecológico.
*(…) O homem, tendo tudo o que há nas plantas e nos animais, domina
todas as outras classes por uma inteligência especial indefinida, que
lhe dá a consciência do seu futuro, a percepção das coisas
extramateriais e o conhecimento de Deus”¹
Por sermos parte desse grandioso espetáculo da Natureza e possuirmos a
capacidade de entendê-lo racionalmente, é que deveríamos ser os
primeiros a considerar a sagrada naturalidade que há em nós, bem como a
perceber, conscientemente, seu processo atuando em nossa intimidade.
A seguir, algumas conexões entre as leis ou regras de funcionamento
dos ecossistemas, que nos ensinarão a regular nosso ritmo de vida para
não voltarmos aos velhos padrões de pensamentos depressivos:-
1) Na “diversidade” de novos conhecimentos filosóficos, religiosos ou
científicos e na análise de diversos modos de definir a realidade das
coisas é que aumentaremos a capacidade de auto-regular-nos
emocionalmente para restabelecermos um novo equilíbrio existencial.
2) Na “interdependência” da vida social, mas nunca no isolamento, é
que extrairemos as experiências de que necessitamos para sair do
marasmo, pois é nas relações de permuta constante na vida coletiva que
aprenderemos que tudo está relacionado com tudo.
Devemos descobrir
nossas similaridades com toda a obra da Criação.
Ninguém será feliz
sozinho, pois o homem é apenas uma parcela dessa grande sinfonia da
evolução da vida na Terra.
3) “Na reciclagem” de todos os elementos que as experiências da vida
nos oferecem, o reaproveitamento deverá ser feito indistintamente, tanto
para os que chamamos bons quanto para os que consideramos maus.
Alegria
e tristeza são nossos companheiros de viagem, estão sempre nos
ensinando algo na caminhada evolucional.
Tudo tem seu próprio valor e
lugar na existência; por isso, não devemos tentar afastar de forma
irrefletida as nuvens negras que impedem, momentaneamente, que a luz nos
alcance.
A vida na Terra ainda é um jogo de luzes e sombras.
Tudo na
vida tem um fim utilitário para crescermos integralmente.
A reflexão atenta a esses apontamentos permite-nos entender melhor
nossos cidos depressivos, recolhendo assim as abençoadas sementes da
“arte de viver”.
¹ O Livro dos Espíritos, Questão 585:-
Que pensais da divisão da Natureza em três reinos, ou melhor, em
duas classes:-
- A dos seres orgânicos e a dos inorgânicos?
Segundo alguns,
a espécie humana forma uma quarta classe.
Qual destas divisões é
preferível?
Todas são boas, conforme o ponto de vista.
Do ponto de vista
material, apenas há seres orgânicos e inorgânicos.
Do ponto de vista
moral, há evidentemente quatro graus.
Nota –
- Esses quatro graus apresentam, com efeito, caracteres
determinados, muito embora pareçam confundir-se nos seus limites
extremos.
A matéria inerte, que constitui o reino mineral, só tem em si
uma força mecânica.
As plantas, ainda que compostas de matéria inerte
são dotadas de vitalidade.
Os animais, também compostos de matéria e
igualmente dotados de vitalidade, possuem, além disso, uma espécie de
inteligência instintiva, limitada, e a consciência de sua existência e
de suas individualidades.
O homem, tendo tudo o que há nas plantas e nos
animais, domina todas as outras classes por uma inteligência especial,
indefinida, que lhe dá a consciência do seu futuro, a percepção das
coisas extramateriais e o conhecimento de Deus.
Livro:- As Dores da Alma
Item Depressão
Espírito Hammed
psicografia de Francisco do Espírito Santo Neto
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