sábado, 14 de março de 2015

O Deficiente após a Morte


O Deficiente após a Morte 

Antes deste breve estudo, importa saber que "o espírito" é revestido de um envoltório fluídico, semi-material, ou perispírito, cuja matéria se eteriza a medida em que ele se purifica. 

Possui Forma flexível e expansível, amoldando-se à vontade (ou necessidade) do espírito.

No livro "Perante a Eternidade", um espírito que na vida carnal fôra deficiente, conta-nos alguns aspectos do que ocorre com eles após a morte do corpo físico. 

Os que sofrem com resignação têm no corpo doente a cura do espírito; os que se revoltam, foram maus, desencarnam e continuam deficientes, às vezes em estado pior.

Conversei com urna senhora que, encarnada, foi cega. 

Por sua extrema revolta, cometeu muitos erros, desencarnou e ficou quinze anos cega, vagando pelo Umbral. 

Outros, socorridos, são internados em hospitais daqui e são curados com passes e tratamento.



Pessoa boníssima, trabalhava para seu sustento. 


Contou me que sua desencarnação foi como "dormir"; ao acordar, abriu os olhos e enxergou, embora visse tudo embaralhado. 

Gritou de felicidade. 

Um médico do hospital para onde fora levado lhe explicou sua situação de desencarnado, aplicou-lhe passes e ele passou a enxergar nitidamente.

Conversei com um rapaz que foi, encarnado, paralítico. 

Com dificuldade movia somente a cabeça e as mãos. 

Encarnou assim e desencarnou na adolescência. 

Falando de sua vida, contou-me que destruiu, na outra existência, seu corpo perfeito num suicídio, pulando de um penhasco, e o remorso impediu-o de reconstruir o perispírito. 

Logo que tornou conhecimento de sua morte, pôde se mexer e com algumas horas de tratamento, quando lhe foram anuladas as impressões do corpo físico, pôde andar. 

Terminou, contente, sua narração, falando que aprendera a dar valor ao corpo Físico e que é muito feliz por Deus ser Pai amoroso e não punir, pela eternidade (inferno eterno), erros de momento.

Conversei com muitos que foram deficientes, surdos mudos, aleijados, débeis mentais. 

Os bons foram socorridos de imediato e, após tratamento, tornaram-se sadios. 

No meu caso, a primeira impressão que tive ao desencarnar é que continuava sem o membro extraído. 

Muitos necessitam tratamento psicológico para que seja reconstituído o membro que lhe faltava. 

Em casos de crianças e adolescentes, a reconstituição é mais fácil, por não estar enraizada a falta do membro. 

Crianças aceitam sugestões mais facilmente, tornando-se perfeitas em curtos períodos.

Conheci um homem no tratamento psicológico que, encarnado, teve o corpo perfeito. 

Desencarnou e o remorso fez com que seu braço direito desaparecesse. 

Quando encarnado, num impulso de raiva ,surrara sua mãe. 

Ela caiu, bateu a cabeça e desencarnou. 

Quando ele desencarnou, sofreu muito no Umbral. 

Quando o remorso o visitou não quis o braço e este desapareceu. 

(Sendo o perispírito suscetível à ação da mente, o remorso externo convergiu seus fluídos destruidores para o braço que agrediu a mãe). 

Faz tratamento na colônia. 

Se encarnar assim, o feto, o corpo de carne, não terá o braço direito.

Enfim, sabemos que os deficientes resignados, boas surpresas terão ao desencarnar.

Não é o pai amoroso que nos faz doentes. 

Nós, pelos nossos erros, causamos deficiências. 

Pelo sofrimento, pela aceitação é que nos curaremos e nos tornaremos sadios. 

Bendito seja o Pai pelas grandes lições que temos. 

Podemos, com um corpo deficiente, reparar erros que, em muitas crenças, nos trariam o castigo eterno.

Fonte: Jornal O Girassol
Revista Espírita Allan Kardec, nº 38

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