USP incorpora Dimensão Espiritual a Tratamento Médico
USP incorpora dimensão espiritual a tratamento médico.
Redação do Diário da Saúde
27/01/2014
Redação do Diário da Saúde
27/01/2014
Depoimentos dos pacientes revelam que eles se sentem mais humanizados com a abordagem espiritualizada.
Além da neuroquímica
O
exercício da medicina e a formação dos médicos raramente levam em
consideração aspectos como religião e espiritualidade no contato com os
pacientes.
Isso
apesar da lida diária desses profissionais com a saúde humana, o que
com frequência é sinônimo de lidar com o sofrimento alheio, a dor e a
morte.
Para
o psiquiatra Frederico Camelo Leão, independentemente das crenças
pessoais do médico, ele deve estar preparado para lidar com a dimensão
espiritual.
"O paciente demanda isso", afirma o pesquisador da Faculdade de Medicina da USP.
O
Dr. Leão coordena o Programa de Saúde, Espiritualidade e Religiosidade
(ProSER), iniciativa que busca compreender a relação entre esses três
fatores a partir de atividades de pesquisa, ensino e assistência
terapêutica.
Segundo
o médico, a complexidade do ser humano e a saúde mental vão muito além
das questões neuroquímicas - e é essa premissa que guia o programa.
Espiritualidade e saúde
A ideia não é que a espiritualidade e a religiosidade entrem como uma alternativa ao tratamento médico.
"É uma forma complementar, dentro da visão de que a busca da saúde é mais do que apenas tomar remédios", explica.
"É uma forma complementar, dentro da visão de que a busca da saúde é mais do que apenas tomar remédios", explica.
Leão
conta que trabalhos científicos na área indicam que práticas como
meditação, orações ou a dedicação a uma denominação religiosa podem
estar associadas a melhoras na defesa imunológica e na longevidade.
Ao
frequentar um templo ou igreja, por exemplo, a pessoa, além de trabalhar
sua espiritualidade, tem também suporte social, ou seja, frequenta um
lugar onde pode compartilhar experiências e obter apoio, o que traz
benefícios à saúde, podendo, inclusive, inibir ímpetos suicidas.
Anamnese espiritual
Essa sessão - chamada de
anamnese espiritual - por si só já apresenta uma função terapêutica ao
estimular a reflexão do paciente sobre essas questões.
A seguir, equipe pode
sugerir o encaminhamento do paciente a alguma das atividades promovidas
pelo programa, como meditação, oficina de contos, ioga e psicoterapia
transpessoal - no caso da ioga, o programa se estende também aos
funcionários do Instituto.
O trabalho não envolve
práticas religiosas, embora possa ser feita uma intermediação quando o
paciente deseja receber a visita de um representante religioso, como um
rabino, padre ou pastor.
Ciência e religião
Embora ainda exista
resistência por parte da comunidade científica ao lidar com questões que
envolvam religião e espiritualidade, o Dr. Leão relata um grande
crescimento na produção científica na área.
"A resistência vem de
quem acredita que a questão central da psiquiatria é diagnóstico e
medicação.
Mas a psiquiatria não se esgota aí", conclui o médico.
Mas a psiquiatria não se esgota aí", conclui o médico.
Fonte: DiarioDaSaude
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