Posted: 17 Jun 2013 03:08 AM PDT
Ao
 afirmarmos:-
- “Nunca ninguém conseguirá me magoar”, não queremos dizer 
que não damos o devido valor aos nossos sentimentos, que não nos 
importamos com o mundo e que não valorizamos as criaturas com quem 
convivemos. 
Querer não “sentir dor” pode dessensibilizar as comportas de
 nossos mais significativos sentimentos, inclusive atingindo de forma 
generalizada nossa capacidade de amar. 
Muitas vezes, queremos 
representar que possuímos uma segurança absoluta, quando, na realidade, 
todos nós somos vulneráveis de alguma forma.
Nosso estilo de vida, em muitas ocasiões,
 é ilógico e neurótico. 
O “querer viver” uma existência inteira 
desprovida de decepções e de ingratidão, com aceitação e consideração 
incondicionais, é desastrosamente irreal.
É profundamente irracional nutrir a 
crença de que nunca seremos traídos e de que sempre seremos amados e 
entendidos plenamente por todos.
Portanto, não podemos passar uma vida 
inteira ocultando de nós mesmos que nunca ficaremos magoados. 
Devemos, 
sim, admitir a mágoa, quando realmente ela existir, para que possamos 
resolver nossos conflitos e desarranjos comportamentais.
A maneira decisiva de atingirmos o 
equilíbrio interior é aceitarmos nossas emoções e sentimentos como 
realmente eles se apresentam, pois, deixando de ignorá-los, passaremos a
 nos adaptar firmemente à realidade dos fatos e dos acontecimentos que 
estamos vivenciando.
“(..) Conhecem os Espíritos o princípio das coisas? (…) conforme a elevação e a pureza que hajam atingido”¹
Os Espíritos Superiores possuem um amplo 
estado de consciência e uma capacidade plena para traduzir o “princípio 
das coisas”. 
Conhecem as matrizes de seus sentimentos e a razão de suas 
atitudes, porque já atingiram um grau de lucidez que vai além dos 
limites da percepção consciente.
A grande maioria dos Espíritos encarnados
 e desencarnados domiciliados no orbe terrestre usualmente analisam 
fatos e tomam atitudes de forma inconsciente, irrefletida, impulsiva ou 
automática. 
O automatismo permite que muitos de nós tenhamos uma 
sequência enorme de comportamentos, sem ao menos notarmos onde nasceram. 
Quer dizer, não compreendemos claramente os motivos e os significados 
ou mesmo a qualidade dos impulsos iniciais.
A arte de perceber de forma clara e real 
nossas mais íntimas intenções é uma das tarefas do processo evolutivo 
pelo qual todos estamos passando.
O que não pode ser visto não pode ser 
mudado. 
Os mecanismos inconscientes dos quais nos utilizamos para nos 
enganar são em grande parte imperceptíveis, principalmente àquela que 
não iniciaram ainda a autodescoberta do mundo interior, através do 
auto-aprimoramento espiritual.
Mágoa não elaborada se volta contra o interior da criatura, alojando-se em determinado órgão, desvitalizando-o.
A mágoa se transforma com o tempo em 
rancor, exterminando gradativamente nosso interesse pela vida 
desajustando-nos quanto a seu significado maior.
A “desatenção” pode, muitas vezes, 
parecer um simples esquecimento natural, mas também poderá ser vista 
como atividade psicológica para afastar de nosso dia-a-dia detalhes 
desagradáveis que não queremos admitir. 
Para não tomarmos consciência de
 que fomos magoados, simplesmente não notamos uma série quase infinita 
de fatos e feitos que demonstrariam, de forma segura, o ofensor e a 
intenção da ofensa. 
A “desatenção” é uma defesa que apaga somente uma 
parte do ocorrido, deixando consciente apenas aquilo que nos interessa 
no momento.
O fato de criarmos o hábito de desviar a 
atenção como forma de dispersar a dor da agressão e de isso funcionar 
muito bem em determinados momentos expressivos de nossa vida, mantendo a
 mágoa dissimulada, poderá se tornar um estilo comportamental 
inadequado, pois distorce a realidade de nossos relacionamentos.
Sentimentos não morrem; poderemos 
enterrá-los, mas mesmo assim continuarão conosco. 
Se não forem 
admitidos, não serão compreendidos e, consequentemente, estarão 
desvirtuando a nossa visão do óbvio e do mundo objetivo.
1. Livro dos Espíritos, Questão 239
Conhecem os Espíritos o principio das coisas?
Conforme a elevação que hajam atingido.
Os de ordem inferior não sabem mais do que os homens.”
Livro As Dores da Alma
item Mágoa, Espírito Hammed
Psicografia de Francisco do Espírito Santo Neto

 
 
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