Culpa
Posted: 10 Jun 2013 03:34 AM PDT
Sábios
são aqueles que acumularam conhecimentos não somente através do estudo
das ciências, mas também pela prática e pela observação.
Sabedoria, portanto, é a soma de nossos conhecimentos coerentes
obtidos em contato com os diversos acontecimentos da vida; não apenas o
que foi adquirido pela instrução acadêmica, mas, acima de tudo, pelas
experimentações, vivências, atividades e realizações nas mais variadas
áreas, seja na atual existência, seja nas múltiplas encarnações que
tivemos pelas noites dos tempos.
Sensatez, prudência, desempenho e
erudição são patrimônios intransferíveis da alma humana, alicerçados na
intimidade do próprio ser.
Dessa maneira, podemos entender que, quanto mais impedirmos as
pessoas com as quais convivemos de agir e de pensar por si mesmas, mais
estaremos dificultando suas oportunidades de amadurecimento e de
crescimento espiritual.
Os empreendimentos que os outros elegeram como
os melhores para si deverão ser respeitados, pois os direitos naturais
do homem lhes garantem a possibilidade de tomar decisões, errar,
aprender, crescer, mudar e julgar a si mesmos.
Problemas são estímulos que a Vida nos apresenta para nos
autoconhecer.
Portanto, os fatos de nossa existência possuem valores
imprescindíveis para nosso desenvolvimento interior são de importância
fundamental para o nosso interagir em face desses mesmos acontecimentos.
Alguns de nós aprendemos que deveríamos ser responsáveis pela
felicidade dos outros, usando uma postura de “tomar conta”, ou seja, de
supervisionar, comandar, insistir, seduzir, chorar, acusar, subornar,
espionar, produzindo culpa em nós e nos outros e pedindo intervenções
milagrosas, a fim de redimirmos e salvarmos as almas de nossos entes
mais queridos.
Muitos indivíduos trazem um comportamento psicológico inadequado,
adquirido desde a mais tenra idade, pela longa convivência com
familiares difíceis e criaturas problemáticas que se diziam incapazes de
se cuidar e se defender.
Em decorrência disso, essas crianças assumiram
responsabilidades que não lhes pertenciam e, para que pudessem
sobreviver emocionalmente no lar em desajuste, aprenderam a vestir a
túnica de “super-heróis”, tentando satisfazer e suprir as necessidades
da família, e se culpavam quando não conseguiam resolver esses
problemas.
Passaram a viver para controlar e proteger pais, irmãos, outros
parentes, amigos e conhecidos à sua volta, preocupando-se, neurótica e
compulsoriamente, em solucionar as dificuldades ou equacionar a vida
dessas pessoas.
Desenvolveram ao longo do tempo relacionamentos doentios, nunca se
preocupando com o que eles próprios sentem ou desejam, mas somente se
interessando por aquilo que os outro» estão sentindo e pensando.
Trazem
como lema “sua dificuldade é meu problema” ou “sua vontade é minha
vontade”, assumindo obrigações pelo bem-estar, comportamento, decisões,
emoções, pensamentos ou mesmo pelo destino de outras pessoas.
Não estamos nos referindo a atos de verdadeira caridade, compaixão e
bondade, em que realmente a assistência é requisitada e desejada, mas
sim ao ato neurótico de “tomar conta”.
Por acreditarmos que as pessoas
são “vítimas do mundo” e incapazes de cuidar de si mesmas, assumimos
essa atitude salvacionista.
Podemos traduzi-la como uma maneira de agir
subestimando a capacidade dos indivíduos de crescer e evoluir.
Capacidade essa que herdamos por direito divino.
A Providência Divina nos convoca a ser participantes na vida dos outros, jamais controladores.
“Tem meios o homem de distinguir por si mesmo o que é bem do que é
mal. (…)
Deus lhe deu a inteligência para distinguir um do outro.”
Através da inteligência e do livre-arbítrio, ele consegue discernir e
optar entre um e outro.
A Onipresença Divina nos garante Deus em toda parte, como também
dentro de cada um de nós, e nos concede missões equivalentes ao nosso
degrau evolutivo.
Portanto, “Deus em nós” guia-nos sempre de maneira que
possamos solucionar dificuldades apropriadas às nossas possibilidades
evolutivas.
Não devemos utilizar indevidamente a palavra “caridade” como
justificativa para continuarmos a fazer aos outros o que eles sabem,
podem e são capazes de fazer.
Dessa forma, procuremos não distorcer a mensagem de Jesus Cristo
sobre o “amor ao próximo”, visto que o auxílio real entre as criaturas
está alicerçado nas trocas benéficas a que todos nós somos convocados a
realizar, mas devemos aprender quando não dar e quando não executar
tarefas da responsabilidade de outras pessoas, pois isso também faz
parte da “Lei do Amor”.
Livro:- As Dores da Alma
Culpa
Espírito Hammed
Psicografia de Francisco do Espírito Santo Neto.
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