sábado, 15 de junho de 2013

Culpa



Culpa


Posted: 10 Jun 2013 03:34 AM PDT

Sábios são aqueles que acumularam conhecimentos não somente através do estudo das ciências, mas também pela prática e pela observação.

Sabedoria, portanto, é a soma de nossos conhecimentos coerentes obtidos em contato com os diversos acontecimentos da vida; não apenas o que foi adquirido pela instrução acadêmica, mas, acima de tudo, pelas experimentações, vivências, atividades e realizações nas mais variadas áreas, seja na atual existência, seja nas múltiplas encarnações que tivemos pelas noites dos tempos. 

Sensatez, prudência, desempenho e erudição são patrimônios intransferíveis da alma humana, alicerçados na intimidade do próprio ser.

Dessa maneira, podemos entender que, quanto mais impedirmos as pessoas com as quais convivemos de agir e de pensar por si mesmas, mais estaremos dificultando suas oportunidades de amadurecimento e de crescimento espiritual. 

Os empreendimentos que os outros elegeram como os melhores para si deverão ser respeitados, pois os direitos naturais do homem lhes garantem a possibilidade de tomar decisões, errar, aprender, crescer, mudar e julgar a si mesmos.

Problemas são estímulos que a Vida nos apresenta para nos autoconhecer. 

Portanto, os fatos de nossa existência possuem valores imprescindíveis para nosso desenvolvimento interior são de importância fundamental para o nosso interagir em face desses mesmos acontecimentos.

Alguns de nós aprendemos que deveríamos ser responsáveis pela felicidade dos outros, usando uma postura de “tomar conta”, ou seja, de supervisionar, comandar, insistir, seduzir, chorar, acusar, subornar, espionar, produzindo culpa em nós e nos outros e pedindo intervenções milagrosas, a fim de redimirmos e salvarmos as almas de nossos entes mais queridos.

Muitos indivíduos trazem um comportamento psicológico inadequado, adquirido desde a mais tenra idade, pela longa convivência com familiares difíceis e criaturas problemáticas que se diziam incapazes de se cuidar e se defender. 

Em decorrência disso, essas crianças assumiram responsabilidades que não lhes pertenciam e, para que pudessem sobreviver emocionalmente no lar em desajuste, aprenderam a vestir a túnica de “super-heróis”, tentando satisfazer e suprir as necessidades da família, e se culpavam quando não conseguiam resolver esses problemas.

Passaram a viver para controlar e proteger pais, irmãos, outros parentes, amigos e conhecidos à sua volta, preocupando-se, neurótica e compulsoriamente, em solucionar as dificuldades ou equacionar a vida dessas pessoas.

Desenvolveram ao longo do tempo relacionamentos doentios, nunca se preocupando com o que eles próprios sentem ou desejam, mas somente se interessando por aquilo que os outro» estão sentindo e pensando. 

Trazem como lema “sua dificuldade é meu problema” ou “sua vontade é minha vontade”, assumindo obrigações pelo bem-estar, comportamento, decisões, emoções, pensamentos ou mesmo pelo destino de outras pessoas.

Não estamos nos referindo a atos de verdadeira caridade, compaixão e bondade, em que realmente a assistência é requisitada e desejada, mas sim ao ato neurótico de “tomar conta”. 

Por acreditarmos que as pessoas são “vítimas do mundo” e incapazes de cuidar de si mesmas, assumimos essa atitude salvacionista. 

Podemos traduzi-la como uma maneira de agir subestimando a capacidade dos indivíduos de crescer e evoluir. 

Capacidade essa que herdamos por direito divino.

A Providência Divina nos convoca a ser participantes na vida dos outros, jamais controladores.

“Tem meios o homem de distinguir por si mesmo o que é bem do que é mal. (…) 

Deus lhe deu a inteligência para distinguir um do outro.” Através da inteligência e do livre-arbítrio, ele consegue discernir e optar entre um e outro.

A Onipresença Divina nos garante Deus em toda parte, como também dentro de cada um de nós, e nos concede missões equivalentes ao nosso degrau evolutivo. 

Portanto, “Deus em nós” guia-nos sempre de maneira que possamos solucionar dificuldades apropriadas às nossas possibilidades evolutivas. 

Não devemos utilizar indevidamente a palavra “caridade” como justificativa para continuarmos a fazer aos outros o que eles sabem, podem e são capazes de fazer.

Dessa forma, procuremos não distorcer a mensagem de Jesus Cristo sobre o “amor ao próximo”, visto que o auxílio real entre as criaturas está alicerçado nas trocas benéficas a que todos nós somos convocados a realizar, mas devemos aprender quando não dar e quando não executar tarefas da responsabilidade de outras pessoas, pois isso também faz parte da “Lei do Amor”.



Livro:-  As Dores da Alma
 Culpa
 Espírito Hammed 
Psicografia de Francisco do Espírito Santo Neto.

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