sexta-feira, 7 de junho de 2013

Crítica



Crítica

Os dicionários definem crítica como sendo um exame detalhado que visa a salientar as qualidades ou os defeitos do objeto a ser julgado. 

E comum encontrarmos alguém criticando o trabalho de outro sem tê-lo vivenciado pessoalmente, isto é, desaprovando o que nem sequer tentou fazer. 

Tudo isso faz parte da incoerência humana.

A crítica nociva é característica de indivíduos que não realizam nada de importante, não enfrentam desafios nem se arriscam a mudanças. 

Ficam sentados, observando o que as pessoas dizem, fazem e pensam para, depois, filosofar improdutivamente sobre as realizações alheias, usando suas elucubrações dissociadas do equilíbrio. 

As discordâncias são perfeitamente saudáveis e normais, desde que estejam fundamentadas em fatos concretos e não nos vapores das suposições ou das projeções da consciência.

Há quem diga que a crítica é profissionalizada, por ser um meio fácil e rentável para destacar os incapazes e inabilidosos, tornando-os pessoas importantes e formidáveis. 

Porém, não por muito tempo.

Os verdadeiros realizadores deste mundo não têm tempo para censuras e condenações, pois estão sempre muito ocupados na concretização de suas tarefas. 

Ajudam os fracos e inexperientes, ensinando os que não são talentosos, em vez de maldizê-los.

A crítica pode ser construtiva e útil. 

Cada um de nós pode, livremente, optar entre o papel de ironizar e o de realizar.

A crítica pode ser empregada como forma de inocentar-nos da responsabilidade de nossa própria ineficiência e de atribuir nossas frustrações e fracassos aos que, realmente, são criativos e originais.

Em verdade, para se viver com equilíbrio mental, emocional e social, é necessário, acima de tudo, respeitar os direitos dos outros, assim como queremos que os nossos sejam respeitados.

De acordo com o pensamento da Espiritualidade Maior:- -“Da necessidade que o homem tem de viver em sociedade, nascem-lhe obrigações especiais (…) a primeira de todas é a de respeitar os direitos de seus semelhantes (…) 

Em o vosso mundo, porque a maioria dos homens não pratica a lei de justiça, cada um usa de represálias. 

Essa a causa da perturbação e da confusão em que vivem as sociedades humanas.”

As “represálias” evidenciadas nesta questão podem ser consideradas como as desforras ou as vinganças que, comumente, os indivíduos fazem através de críticas, injúrias, sátiras e depreciações. 

Nesse tema, é oportuno ressalvar que, em muitas ocasiões, em decorrência das emoções patológicas, é perfeitamente possível pessoas sentirem-se humilhadas, vendo atitudes de arrogância e insulto onde não existem.

No mundo interior dos críticos implacáveis, pode existir uma intimidação, originalmente adquirida na infância, em virtude da autoridade e ameaça dos pais. 

Vozes do passado ecoam em suas mentes, solicitando, insistentemente, que sejam “pontuais e infalíveis”, “exatos e bem informados”, “super-responsáveis e controlados”.

As exigências do pretérito criaram-lhes um padrão de comportamento mental, caracterizado por constante cobrança e acusação, fazendo com que projetem tudo isso sobre os outros. 

O medo de cometerem erros e o fato de desconfiarem de si    mesmos, conferem-lhes uma existência ambivalente. 

Vivem, ao mesmo tempo, entre a sensação de perseguição e a de superioridade. 

Além do mais, quem critica imagina-se sensacional e em vantagem.

Desesperadamente, observam e desconfiam de si mesmos. 

Exteriorizam e transferem toda essa sensação de auto-acusação,    condenando os outros. 

Essa operação emocional funciona como uma válvula de escape, a fim de compensar a autoperseguição e aplacar as cobranças convulsivas do seu mundo interior.

Os críticos são especialistas em detectar e resolver os problemas que não lhes dizem respeito, mas, contrariamente, possuem uma grave dificuldade em aceitar a sua própria problemática existencial.

A Lei Divina nos dá o livre-arbítrio para escolhermos e concretizarmos nosso programa de aprendizagem, ou seja, livre opção para elegermos o caminho a ser percorrido, para expandirmos nossa consciência. 

O plano de instrução nos oferecerá duas possibilidades básicas, a saber:-
- A aprendizagem consciente e a inconsciente.

A aprendizagem consciente é aquela em que estamos prontos para agir e resolver as coisas, mediante uma assimilação atuante ou uma participação voluntária.

A aprendizagem inconsciente é a que entrará em vigor,automaticamente, quando desprezamos, conscientemente, a resolução e compreensão do nosso roteiro de instrução. 

Em resumo:-
- O sofrimento sempre entra em ação, quando não aprendemos espontaneamente.

O crítico, por vigiar e espreitar sem interrupção os problemas alheios, permanece inconsciente e imobilizado em relação à própria aprendizagem evolucionai; portanto, sua possibilidade de integralizar novos conceitos e experiências é quase nula. 

Quanto mais ele projeta a culpa e a acusação ao mundo exterior, recusando cumprir sua aprendizagem conscientemente, mais sofrerá com os reflexos de suas atitudes.

Jesus Cristo, conhecendo os traços de caráter da humanidade terrena em evolução, advertiu-os:-
- “Ouvi-me, vós todos, e compreendei. 

Nada há, fora do homem, que, entrando nele, o possa contaminar; mas o que sai dele, isso é que contamina o homem.”

A tendência em julgar e criticar os outros, com intenção maldosa, recebe a denominação de malícia; em outras palavras, o indivíduo nessas condições vê os outros com os olhos da “própria maldade”.


Livro As Dores da Alma
 item Crítica, Espírito Hammed 
Psicografia de Francisco do Espírito Santo Neto

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