terça-feira, 5 de março de 2013

Síndrome do Estresse Pós Traumático




   Síndrome do Estresse Pós Traumático

 

Este material, na íntegra, pode ser encontrado no livro de Joanna de Angelis – Triunfo Pessoal (psicografado por Divaldo Franco).
 
“Há, na emotividade do ser humano, muita fragilidade psicológica. 
 
Ocorrências sutis e graves fazem desencadear conflitos adormecidos no seu inconsciente pessoal, transformando-se em transtornos perturbadores. 
 
Trata-se de forças impessoais retidas no abismo do inconsciente. 
 
 Enquanto isso, as experiências também transcorrem em um estado de saudável inconsciência, porquanto essas forças nunca se exteriorizam nos períodos de normalidade e de equilíbrio. 
 
No indivíduo solitário, apresentam-se menos graves, no entanto, quando ele se une à massa e ocorre o desencadear desses mecanismos automáticos, irrompem, demolidores, como gigantes ciclópicos que alucinam e destroem. 
 
São eles que fomentam as guerras, as tragédias devastadoras, os massacres, as carnificinas…”
 
“(…) Quando sucede esse eclodir de forças coletivas retidas, os indivíduos passam por uma inesperada transformação. 
 
Pessoas pacatas fazem-se violentas, as gentis tornam-se agressivas, assumindo situações de loucura, na condição de portadoras de verdadeiro desvario que surpreende.
 
 Dominadas pela ferocidade que as vence, tornam-se asselvajadas”.
 
“A criatura, de alguma forma, vive sobre um vulcão aparentemente extinto – o seu inconsciente – mas cujo interior está em processo de erupção, desde que a camada superficial seja arrebentada ou algo lhe desencadeie o emergir do magma incandescente que se encontra no seu interior”.
 
“No indivíduo, isoladamente, basta um transtorno neurótico para alavancar e fazer irromper do inconsciente esse tipo de energia retida e ignorada”.
 
“Graças a essa força, ocorrem as fixações que se tornam doenças neuróticas, transformando a existência das suas vítimas, que não se conformam em serem saudáveis, porque, sofrendo a constrição da psique em desalinho, passam a vivenciar imagens torpes que se lhes tornam realidade”.
 
“Quando têm vigência, por outro lado, grandes desastres, as calamidades que atingem multidões, a ansiedade e o medo de serem alcançados pela infelicidade fazem que essas mesmas pessoas experimentem síndromes de estresse pós-traumático, atirando-as em buscas frenéticas de salvação”.
 
“Apresentam-se como sintomáticos a revivescência da tragédia, em forma de evocação invasiva, de pesadelos, de sonhos interrompidos, nos quais se repetem as calamidades, como decorrência de um adormecimento psíquico, em razão do aturdimento emocional e da insensibilidade, bem como resultante dos esforços que se fazem para que sejam evitadas quaisquer formas de recordação do episódio traumatizante”.
 
“(…) Por outro lado, aqueles pacientes que viviam sob os camartelos da ansiedade e da depressão, diante desses acontecimentos ficam sujeitos a uma melhora no seu estado geral, porque, ao analisarem o seu problema individual ante o colosso como se apresenta a tragédia dos outros, o mesmo perde quase o sentido, face à sua insignificância, e apresenta-se sem maior representação, devendo ser deixado de lado”.
 
“Pacientes que se recusavam pelo medo a determinadas experiências humanas, tais como as viagens, os negócios, os empreendimentos comunitários, após essas ocorrências calamitosas sentem-se estimulados a realizá-las, e normalmente as conseguem, tornando natural o que antes era desafiador”.
 
“O mesmo fenômeno ocorre em relação ao sexo após esses acontecimentos desastrosos, porque os indivíduos passam a sentir necessidade de mais se relacionarem, uns com os outros, embora alguns receios que lhes remanescem, de se apoiarem reciprocamente, de aproveitarem o tempo que lhes resta, apaixonando-se com maior facilidade e entregando-se aos prazeres, logo passam aqueles momentos mais tormentosos e apavorantes. 
 
Somente o fato de se darem conta que, não obstante a desgraça coletiva, encontram-se vivos, isso lhes constitui um forte motivo para lutar e continuar vivendo”.
 
“(…) Diversa, porém, é a ocorrência em personalidades mórbidas, que, movidas por autocomiseração e complexo de culpa, porque se permitem a entrega ao desânimo e ao pessimismo, adotam a atitude de que a vida não vale ser vivida, porquanto, de um para outro instante, tudo pode retornar ao caos”.
 
“(…) Essa síndrome de estresse pós-traumático, não obstante os danos que produzem no sistema emocional das criaturas, pode, quando recebe a conveniente psicoterapia, induzir ao descobrimento dos valores que a vida reserva a todos e que passam despercebidos ante os avanços da tecnologia e os interesses meramente hedonistas a que se tem apegado a sociedade”.
 
 

 

 

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