Síndrome do Estresse Pós Traumático
Este material, na íntegra, pode ser encontrado no livro de
Joanna de Angelis – Triunfo Pessoal (psicografado por Divaldo Franco).
“Há, na emotividade do ser humano, muita fragilidade psicológica.
Ocorrências sutis e graves fazem desencadear conflitos adormecidos no
seu inconsciente pessoal, transformando-se em transtornos perturbadores.
Trata-se de forças impessoais retidas no abismo do inconsciente.
Enquanto isso, as experiências também transcorrem em um estado de
saudável inconsciência, porquanto essas forças nunca se exteriorizam nos
períodos de normalidade e de equilíbrio.
No indivíduo solitário,
apresentam-se menos graves, no entanto, quando ele se une à massa e
ocorre o desencadear desses mecanismos automáticos, irrompem,
demolidores, como gigantes ciclópicos que alucinam e destroem.
São eles
que fomentam as guerras, as tragédias devastadoras, os massacres, as
carnificinas…”
“(…) Quando sucede esse eclodir de forças coletivas retidas, os
indivíduos passam por uma inesperada transformação.
Pessoas pacatas
fazem-se violentas, as gentis tornam-se agressivas, assumindo situações
de loucura, na condição de portadoras de verdadeiro desvario que
surpreende.
Dominadas pela ferocidade que as vence, tornam-se
asselvajadas”.
“A criatura, de alguma forma, vive sobre um vulcão aparentemente
extinto – o seu inconsciente – mas cujo interior está em processo de
erupção, desde que a camada superficial seja arrebentada ou algo lhe
desencadeie o emergir do magma incandescente que se encontra no seu interior”.
“No indivíduo, isoladamente, basta um transtorno neurótico para
alavancar e fazer irromper do inconsciente esse tipo de energia retida e
ignorada”.
“Graças a essa força, ocorrem as fixações que se tornam doenças
neuróticas, transformando a existência das suas vítimas, que não se
conformam em serem saudáveis, porque, sofrendo a constrição da psique em
desalinho, passam a vivenciar imagens torpes que se lhes tornam
realidade”.
“Quando têm vigência, por outro lado, grandes desastres, as
calamidades que atingem multidões, a ansiedade e o medo de serem
alcançados pela infelicidade fazem que essas mesmas pessoas experimentem
síndromes de estresse pós-traumático, atirando-as em buscas frenéticas
de salvação”.
“Apresentam-se como sintomáticos a revivescência da tragédia, em
forma de evocação invasiva, de pesadelos, de sonhos interrompidos, nos
quais se repetem as calamidades, como decorrência de um adormecimento
psíquico, em razão do aturdimento emocional e da insensibilidade, bem
como resultante dos esforços que se fazem para que sejam evitadas
quaisquer formas de recordação do episódio traumatizante”.
“(…) Por outro lado, aqueles pacientes que viviam sob os camartelos
da ansiedade e da depressão, diante desses acontecimentos ficam
sujeitos a uma melhora no seu estado geral, porque, ao analisarem o seu
problema individual ante o colosso como se apresenta a tragédia dos
outros, o mesmo perde quase o sentido, face à sua insignificância, e
apresenta-se sem maior representação, devendo ser deixado de lado”.
“Pacientes que se recusavam pelo medo a determinadas experiências
humanas, tais como as viagens, os negócios, os empreendimentos
comunitários, após essas ocorrências calamitosas sentem-se estimulados a
realizá-las, e normalmente as conseguem, tornando natural o que antes
era desafiador”.
“O mesmo fenômeno ocorre em relação ao sexo após esses
acontecimentos desastrosos, porque os indivíduos passam a sentir
necessidade de mais se relacionarem, uns com os outros, embora alguns
receios que lhes remanescem, de se apoiarem reciprocamente, de
aproveitarem o tempo que lhes resta, apaixonando-se com maior
facilidade e entregando-se aos prazeres, logo passam aqueles momentos
mais tormentosos e apavorantes.
Somente o fato de se darem conta que,
não obstante a desgraça coletiva, encontram-se vivos, isso lhes
constitui um forte motivo para lutar e continuar vivendo”.
“(…) Diversa, porém, é a ocorrência em personalidades mórbidas,
que, movidas por autocomiseração e complexo de culpa, porque se permitem
a entrega ao desânimo e ao pessimismo, adotam a atitude de que a vida não vale ser vivida, porquanto, de um para outro instante, tudo pode retornar ao caos”.
“(…) Essa síndrome de estresse pós-traumático, não obstante
os danos que produzem no sistema emocional das criaturas, pode, quando
recebe a conveniente psicoterapia, induzir ao descobrimento dos valores
que a vida reserva a todos e que passam despercebidos ante os avanços da
tecnologia e os interesses meramente hedonistas a que se tem apegado a
sociedade”.
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