sexta-feira, 1 de março de 2013

Ondulações da Palavra




Ondulações da Palavras



Não deves esquecer de inserir, na mente alheia, através da fala, os mais puros sentimentos de amor, deixando expressar, mesmo com esforço, se for o caso, um semblante de alegria.

A satisfação no falar com o teu companheiro colocar-te-á predisposto à esperança, doando a quem te ouve uma quota de paz, que somente se processa de alma para alma. 

A palavra é, por excelência, acessório divino de toda a filosofia, de toda a ciência e de todas as religiões. 

É complemento sem o qual tudo isso perde o motivo de ser.

O serpentear dos sons em direção a quem pretendes que os compreenda é responsável pelo que queres dizer. 

Ele é honesto na sua mais profunda mensagem. 

Se plasmares nele, com a força dos sentimentos, a vida, o amor, a alegria, o otimismo, a esperança, o trabalho e o respeito às leis de Deus, aclimatar-te-ás neste ambiente, fazendo respeitar a vontade d’Aquele que nos criou e é a vida maior para todos nós.

Ondear a fala é agitar forças virgens da natureza, em algum serviço. 

Cumpre, pois, a nós outros, compreender essa ciência do falar, de modo a estabelecer, senão despertar, em cada criatura que nos ouve, condições para que a sua própria mente se refaça por si mesma, no grande suprimento divino que existe dentro de cada ser. 

A fala é ferramenta que obedece às mãos dos pensamentos, na escavação sagrada. 

É um garimpo sublimado, onde poderás encontrar as maiores gemas preciosas da tua existência, porque elas foram colocadas pelo Senhor, dentro de ti, para o teu uso, felicidade e defesa.

Os serpenteiros da conversação, dependendo de quem conversa e como conversa, substituem o melhor medicamento para os enfermos, o melhor fortificante para os fracos, o melhor alimento para os famintos. 

É necessária a autoridade no falar, aquela autoridade que inspira confiança e respeito pelo que é dito, sentindo e valorizando o que és. 

Aí então crescerás cada vez mais na propagação da tua palavra. 

Escutemos Lucas, quando se lembra de Jesus, no capítulo quatro, versículo trinta e dois:-
- “E muitos se maravilharam na sua doutrina, porque a sua palavra era com autoridade”. 

É esse poder que falamos, autoridade gerada pelo amor, em combinação com todas as leis universais do Criador.

Existem pessoas que falam muito e desordenadamente, não dando oportunidade para que os outros exponham suas ideias. 

Esses companheiros acabam ficando sozinho, por não descobrirem que o tempo não foi feito somente para eles e por tolherem o direito dos outros em relação à conversa. 

Se queres amizade e a companhia dos que sempre te procuram, reparte com eles a doação de Deus:-
- O tempo. 

Quem conversa com exagero, não somente gasta o seu tempo com deficiência, como também fica devendo o tempo que consome do colga que o ouve por caridade. 

Desperta, meu filho, deste mau hábito, se o tens, e pede a quem te escuta que, ao ultrapassares os assuntos, te chame a atenção, sem deixares que a vaidade e o orgulho firam, nessas horas, as sensibilidades.

Somente tu te educas. 

A tua boa disposição neste sentido é porta aberta para o grande aprendizado. 

Quem reformula a tua conduta és tu mesmo e quem recebe os primeiros benefícios da tua transformação também és tu.

Avança, reparando alguns pontos ainda frágeis no teu mundo interior, que as mãos de Deus e de Cristo nunca faltarão para te ajudar nas horas em que, por ventura, caíres com a cruz dos sacrifícios, com o fardo dos problemas, com o jugo das tuas provações. 

Em qualquer circunstância, por mais difícil que seja, tremula a tua voz na dimensão do bem e vive feliz, porque a tua felicidade depende, em grande parte, de saber falar.

Livro Horizontes da Fala
 cap. 14 
Espírito Miramez 
Psicografia de João Nunes Maia.



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