quinta-feira, 28 de março de 2013

Hora da Morte


 
Hora da Morte


Aproxima-se a morte e em pranto me confundo...
— Que sabes de ti mesmo? — a Dúvida reclama.

A Fé, porém, sussurra em torno do meu drama:-

— Descansa e pensa em Deus sobre as mágoas do mundo!...

Abeiro-me do fim, de segundo a segundo,

Na câmara do olhar a treva se derrama,

Extrema inércia invade o casulo de lama,

Falena, ergo-me e vibro ao sol de que me inundo.

Refaz-se-me a visão, entro em êxtase e prece,

A alegria refulge, o sofrimento esquece,

Vertem dos Céus canções de paz indefinida...

Ébrio de luz, exalto , em mágico transporte,

O soluço da vida ante a festa da morte

E a tristeza da morte, ante a glória da vida!


                               Azevedo Cruz

                           “Poetas redivivos”
                        Francisco Cândido Xavier


Nenhum comentário:

Postar um comentário