domingo, 29 de dezembro de 2013

Saindo da Escuridão


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Saindo da Escuridão


Platão, no livro A República, capítulo VII, convida o leitor a imaginar “um grupo de seres humanos que vivem em uma caverna subterrânea desde a infância. 

Esses indivíduos vivem nesta caverna desde a infância, e eles estão com seus pescoços e pernas acorrentados uns aos outros. 

Eles só conhecem a caverna e nada mais. 

A uma certa distância há uma fogueira, única fonte de calor e de luz. 

As sombras desses indivíduos são projetadas pelo fogo na parede da caverna; no entanto, eles desconhecem serem suas próprias sombras e, portanto, ficam temerosos das figuras em movimentos que aparecem na caverna”.

O autor acrescenta no mesmo capítulo que “supondo-se que esses indivíduos de repente possam se libertar das correntes e andar livremente pela caverna, será que eles acreditariam estarem livres? 

Será que eles acreditariam que as sombras na parede fossem apenas um reflexo de si mesmos? 

Será que tentariam fugir da luz da fogueira, ou se aproximariam do fogo sem pestanejar? 

E supondo-se, ainda, que descubram uma pequena passagem que os levassem para fora da caverna, na presença da intensidade e da claridade do sol, será que a visão iria escurecer com o excesso de luz do sol?”.

Enquanto Platão nos convida a refletir sobre a necessidade de nos libertarmos das correntes que nos prendem ao “normal e corriqueiro”, o escritor, Ralph Waldo Emerson, no seu texto intitulado “Autossuficiência”, nos ensina a “aceitarmos o lugar que a providência divina nos colocou”, seja este lugar dentro ou fora da caverna, porém sem medo e com confiança. 

Mas qual seria a forma de sair da caverna sem medo e com confiança? 

Qual seria a forma de aceitar o lugar que a providência divina nos colocou?

Suponhamos que a forma pela qual avançamos das sombras para a luz seja através da gratidão. 

A gratidão torna as pessoas mais felizes e saudáveis, ajudando a reduzir o estresse durante períodos de dificuldades. 

A adoção de atitudes permanentes de gratidão pode ser um antídoto natural contra a depressão, principalmente durante períodos de dificuldades emocionais. 

Suponhamos que a forma pela qual saímos das trevas seja através da prática da solidariedade e da compreensão da realidade do outro.

Suponhamos ainda, que o caminho seja através da congruência de nossos atos e palavras. 

Ou seja, quando falamos uma coisa e fazemos outra estamos sendo inconsistentes, incongruentes e comunicamos incerteza.

O filósofo francês Baudelaire dizia que, quando somos curiosos, atentos, gratos, solidários, congruentes e menos egoístas, vivemos a vida com intensidade ao invés de viver à margem da vida, reclamando da escuridão da caverna. 

De acordo com o catedrático francês Alan Kardec, “saímos da escuridão quando somos menos egoístas, menos orgulhosos, quando somos capazes de praticar a bondade e a generosidade indiscriminadamente a todos”. 

Destarte, não importa o caminho que escolhemos para sair da escuridão, o importante é que façamos a nossa escolha e sejamos congruentes com ela. 

Sendo assim, “volte o seu rosto para um céu maior que este mundo, e aprenda a ser verdadeiro nas suas palavras e ações”.


Rosana Brasil

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