A FÉ TRANSPORTA MONTANHAS
Visão da Doutrina Espírita
O Evangelho segundo o Espiritismo
Allan Kardec
1864
12. No homem, a fé é o sentimento inato de seus destinos futuros; é a consciência que ele tem das faculdades imensas depositadas em gérmen no seu íntimo, a princípio em estado latente, e que lhe cumpre fazer que desabrochem e cresçam pela ação da sua vontade.
Até ao presente, a fé não foi compreendida senão pelo lado religioso, porque o Cristo a exalçou como poderosa alavanca e porque o têm considerado apenas como chefe de uma religião.
Entretanto, o
Cristo, que operou milagres materiais, mostrou, por esses milagres
mesmos, o que pode o homem, quando tem fé, isto é, a vontade de querer e
a certeza de que essa vontade pode obter satisfação.
Também
os apóstolos não operaram milagres, seguindo-lhe o exemplo?
Ora, que
eram esses milagres, senão efeitos naturais, cujas causas os homens de
então desconheciam, mas que, hoje, em grande parte se explicam e que
pelo estudo do Espiritismo e do Magnetismo se
tornarão completamente compreensíveis?
A fé é humana ou divina, conforme o homem aplica
suas faculdades à satisfação das necessidades terrenas, ou das suas
aspirações celestiais e futuras.
O homem de gênio, que se lança à
realização de algum grande empreendimento, triunfa, se tem fé, porque
sente em si que pode e há de chegar ao fim colimado, certeza que lhe
faculta imensa força.
O homem de bem que, crente em seu futuro
celeste, deseja encher de belas e nobres ações a sua existência, haure
na sua fé, na certeza da felicidade que o espera, a força necessária, e
ainda aí se operam milagres de caridade, de devotamento e de abnegação.
Enfim, com a fé, não há maus pendores que se não chegue a vencer.
O Magnetismo é uma das maiores provas do poder da fé posta em
ação.
É pela fé que ele cura e produz esses fenômenos singulares,
qualificados outrora de milagres.
Repito:-
- A fé é humana e
divina.
Se todos os encarnados se achassem bem persuadidos da força que
em si trazem, e se quisessem pôr a vontade a serviço dessa força,
seriam capazes de realizar o a que, até hoje, eles chamaram prodígios e
que, no entanto, não passa de um desenvolvimento das faculdades humanas.
– Um Espírito Protetor. (Paris,1863.)
Livro:- O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
Capítulo XIX - FÉ TRANSPORTA MONTANHAS
Item 12
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