A Lei da Perseverança
Traduzimos a seguir os parágrafos finais do capítulo 20 de “Tchoung-Young”, no volume “Doctrine de Confucius Ou Les Quatre Livres de Philosophie Morale et Politique de la Chine”, traduzido do chinês por G. Pauthier, Librairie Garnier Frères, Paris, 1922, 485 pp., ver páginas 54-55. [1]
A filosofia chinesa não trabalha com o conceito de um “Deus”, no singular.
No texto a seguir, o termo “céu” se refere à natureza divina e imortal, presente tanto no universo como na alma de cada indivíduo.
A presente tradução foi publicada pela primeira vez no boletim eletrônico “O Teosofista”, edição de Outubro de 2011.
O que é perfeito, verdadeiro e
livre de toda impureza, é a lei do céu.
O aperfeiçoamento é a lei do
homem.
Consiste em empregar todos os esforços para descobrir a lei
celeste, o verdadeiro princípio do mandato do céu.
O homem perfeito [ching-tche] segue esta
lei sem qualquer ajuda externa.
Ele não necessita meditar nem refletir
longamente para compreendê-la, mas chega a ela com calma e
tranquilidade.
Este é ohomem santo [ching-jin].
Aquele que tende constantemente ao seu aperfeiçoamento é
o sábio que sabe distinguir o bem do mal.
Ele escolhe o bem e a ele se
apega fortemente para não perdê-lo jamais.
É necessário estudar muito para aprender tudo o que é
bom.
É necessário fazer as perguntas certas para buscar o esclarecimento
de tudo aquilo que é bom.
É preciso permanecer sempre atento em relação a tudo o
que é bom, para não perdê-lo.
E também é necessário meditar na própria
alma sobre o que é bom.
O estudante deve se esforçar sempre para
conhecer tudo o que é correto, e fazer todo empenho para distingui-lo de
tudo o que é errado.
Em seguida, deve praticar firme e constantemente
aquilo que é correto.
Aqueles que não estudam, ou que, ao estudar, não tiram
proveito visível, não devem desanimar.
Aqueles que não perguntam aos
mais instruídos sobre aquilo de que têm dúvidas ou não entendem, ou que,
ao perguntarem, não conseguem avançar na compreensão, não devem
desanimar.
Aqueles que não meditam, ou que, se meditam, não chegam
a alcançar um conhecimento claro do princípio do bem, não devem
desanimar.
Aqueles que não distinguem o bem do mal, ou que, se os
distinguem, não conseguem uma percepção clara e nítida, não devem
desanimar.
Aqueles que não praticam o bem, ou que, se o praticam,
não conseguem empregar nele todas as suas forças, não devem desanimar.
O
que os outros fazem na primeira tentativa, eles conseguirão depois de
dez tentativas.
O que os outros conseguem em dez etapas, eles fazem em
cem.
O que os outros fazem em cem etapas, eles fazem em mil.
Aquele que seguir de fato esta regra de perseverança,
por mais ignorante que seja, alcançará necessariamente o esclarecimento.
Por mais fraco que seja, se tornará inevitavelmente forte.
NOTA:
[1] A versão de G. Pauthier preserva expressões
simbólicas do chinês que são mais próximas da terminologia teosófica.
Levamos em conta, ao traduzir, a versão da obra em espanhol:-
- “Los Cuatro
Libros Clásicos”
- Confucio, Editorial Bruguera
Barcelona, 1978, 437
pp., ver pp. 92-93.
Visite sempre:-
Artigo publicado originalmente em:-
- www.Filosofiaesoterica.com
http://www.filosofiaesoterica.com/ler.php?id=1324#.Uhs55tKkqwA
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