Livro: Escutando Sentimentos
Wanderley de Oliveira
"O homem pode suavizar ou aumentar o amargor de suas provas, conforme o modo por que encare a vida terrena."
O Evangelho Segundo o Espiritismo - capítulo V
Pedagogia da Felicidade
"Nunca a humanidade mendigou tanta atenção e afeto.
Uma
crise de autodesvalor, sem precedentes, assola multidões. Não se
sentindo amadas, almas sem conta não conseguem superar os dramas da
rejeição e os tormentos da solidão.
O
sentimento de indignidade é o piso emocional das feridas seculares que
causam a sensação de inferioridade, abandono e falência.
Agrilhoado pela ilusão do menor esforço, o homem busca a ilusão como sinônimo de paz.
Anseia-se pela felicidade como se tal estado da alma pudesse ser fruto da aquisição de facilidades e privilégios.
Somente
com o tratamento lento e perseverante de tecer o manto protetor da
segurança íntima, utilizando o fio do auto-amor, poderá renovar essa
condição interior do ser humano.
Educar pra ser feliz, é dar sentido à existência!
A
primeira condição para se estabelecer um sentido à vida é o exercício
da singularidade.
Descobrir seus próprios caminhos, lutar pelos seus
sonhos, celebrar sua diversidade aceitando suas particularidades,
participar da vida, se desligar de uma vida centrada no ideal e
realizar-se no real.
A vida em si mesma não tem um sentido único, algo que se possa definir através de padrões ou princípios filosóficos.
Esse
'sentido' é construído pelas percepções individuais sob as lentes da
singularidade humana que, a partir de diretrizes gerais, capacita-se em
seguir as suas rotas intuitivas.
Mas,
nas frentes de serviços doutrinários, esse exercício de singularidade
tem se perdido em meio aos padrões conceituais do que seja ‘certo e
errado’.
Somos
embarcados no movimento da coletivização e uniformidade de conceitos,
dando margem ao escasseamento do estímulo para a diversidade e a
individuação.
Nesse contexto, frequentemente, ideias criativas e
condutas diferentes são acolhidas com desdém e ensejam a indiferença.
Singularidade é saber qual música toca em nosso íntimo.
É se permitir ouvi-la e respeitá-la!
O segundo ponto essencial na construção do sentido é desenvolver a habilidade de superar o sofrimento.
O prazer de viver surge quando efetivamente entendemos as razões de nossas dores e como superá-las.
É precioso entender que dor é diferente de sofrimento.
A dor existe para incitar a inteligência na descoberta de soluções em nós mesmos.
O sofrimento é a resistência que criamos para não sentir a dor.
A grande lição nesse passo é descobrir as causas de um e do outro.
Outro
ponto importante no reconhecimento da dor e/ou sofrimento é perceber a
dificuldade que temos em assumir a nossa fragilidade.
Quanta dificuldade em admitir nossa falibilidade!
Sentimo-nos pequenos e incompetentes a nos depararmos com as batalhas não vencidas e/ou com as imperfeições não superadas.
Porta aberta para o sofrimento entrar e fazer morada!
Olho Vivo !!!
Nesse caminho da pedagogia de felicidade deve-se ter como objetivo o auto-amor e a construção do ‘olhar de impermanência’.
Quem
se ama dispensa a imponência das máscaras.
É excelente companhia pra si
mesmo, desapega-se do controle e descobre o seu valor pessoal na Obra
da Criação.
Nesse sentido é importante:-
. Saber quem somos e o que a vida espera de nós em nossa missão particular (exercício de singularidade).
. Superar as mensagens de desvalor e incapacidade vindas do inconsciente.
. Conhecer os mecanismos punitivos da culpa e como superá-los.
. Desenvolver a autonomia.
É imperioso aprendermos a investigar o coração em busca do ‘mapa singular’ do Pai à nossa jornada de aprimoramento.
Quem se ama, vive a maravilhosa experiência de sentir brotar em sua alma, espontaneamente, uma cumplicidade poderosa com a vida.”
Beijocas carinhosas no coração de todos
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