Pés e Paz
Recordemos que o Senhor não opera a ablução da cabeça que pensa, vê e ouve, traduzindo o sentimento com os dons divinos da reflexão e com as faculdades superiores da palavra, nem lhes alimpa as mãos que trazem consigo a excelência dos recursos tácteis para a glorificação do trabalho e a muda linguagem dos gestos, que exprimem afetividade e consolação.
Lava-lhes simplesmente os pés, base de sustentação do corpo e implementos da criatura física que entram em contato com a lama e pó da Terra, padecendo espinheiros e charcos.
E purifica-lhes semelhantes apêndices, necessários à vida humana, sem reproche e sem queixa.
Lembremo-nos, pois, do ensinamento sublime e lavemos os pés uns dos outros, com a bênção da humildade, no silêncio do amor puro que tudo compreende, tudo suporta, tudo santifica e tudo crê, porquanto apenas tolerando e entendendo a poeira e o lodo que ainda apontem dos caminhos alheios é que redimiremos os nossos, atingindo a verdadeira paz.
Emmanuel
Francisco Cândido Xavier
Livro:- "Encontro de Paz"
Livro:- "Encontro de Paz"
Edição IDE
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