quinta-feira, 23 de maio de 2013

Lei



Lei

Reencarnação!... Descer de mansão doce e flórea,
Ninho tecido aos sóis qual fúlgida escumilha,

Onde a vidas pompeia excelsa maravilha,

E afundar-se na sombra em lodacenta escória!

Ante o ser livre e belo — ave aos cimos da glória —

Recorda o corpo escravo ascorosa armadilha;

O berço — irmão do esquife — é a furna em que se humilha

Todo sonho ideal de ventura incorpórea.

Reencarnação, porém, é a Justiça Perfeita,

A Lei que esmonda, ampara, aprimora e endireita,

Por mais o coração inquira, chore ou trema!...

Alma, entre a lama e a dor da luta em que te abrasas,

Crias teu próprio mundo e as tuas próprias asas

Para galgar, um dia, a vastidão suprema!...

 
Constâncio Alves
  “Poetas Redivivos”
 Francisco Cândido Xavier 
 Diversos Espíritos

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