(1835 - 1909) |
Lombroso foi
um dos maiores médicos criminalistas do século passado.
Nasceu em Verona no dia
18 de novembro. Graduou-se em Medicina em Pavia, em 1858, onde recebeu grande
influência do anatomista Panizza.
Um ano depois de graduar-se em medicina obtém
o diploma de cirurgia em Gênova.
Aprimorou seus conhecimentos em Viena com o
clínico Skoda, e em Pádua com o médico Paolo Marzolo, cuja formação positivista
haveria de exercer uma profunda influência sobre ele.
Aos vinte
anos, com "A Loucura de Cardano", Lombroso já delineia os assuntos que vão torná-lo
famoso:-
- O contraste entre o gênio do homem e as teorias sobre a natureza
degenerativa.
Como oficial-médico escreve, em 1859, "Memória sobre as
Feridas e as Amputações por Armas de Fogo", ainda hoje considerado um dos
trabalhos mais originais da literatura médica italiana.
A seguir é atraído, na
Calábria, pelos problemas antropológicos e étnicos da região.
Em 1862, em
Pavia, inicia um curso de psiquiatria e no ano seguinte transforma-o em curso
de "clínica das doenças mentais e de antropologia".
Suas frequentes visitas ao hospital de doentes mentais, onde
assiste gratuitamente pacientes, permitem-lhe aprofundar o estudo das relações
entre gênio e neurose.
"As idéias dos maiores pensadores arrebentam de
improviso, desenrolam-se involuntariamente como os atos compulsivos dos
maníacos", escreveu.
No Congresso Internacional de Antropologia realizado
em Milão, várias críticas foram levantadas contra a posição de Lombroso, mas
foi reconhecido o seu pionerismo na terapia com os doentes mentais:-
- Abrandamento racional do tratamento (até então intolerante), introdução de
trabalho manual, conversações com gente de fora, diversões coletivas, diários
escritos e impressos pelos próprios pacientes.
Era um método novo, hoje empregado
pela psicoterapia.
Em 1864,
Lombroso ficou internacionalmente conhecido graças ao seu comentadíssimo livro
"Gênio e Loucura", traduzido em vários idiomas e que exerce influência até
hoje. Em 1867, escreve "Ações dos Astros e dos Cometas sobre a Mente Humana"
e no ano seguinte "Relações entre a Idade, as Posições da Lua e os Acessos
das Alienações Mentais", trabalhos recebidos com muitas reservas pelos
demais cientistas do ramo.
Psiquiatra e diretor do manicômio de Pádua nos anos
de 1871 a 1876, Lombroso coleta dados
suficientes para suas teorias.
Do exame de centenas de doentes mentais e
criminosos, ele chega à conclusão de que o criminoso é formado por alguma
tendência básica inerente ao seu destino, e que as "sementes de uma
natureza criminal" podem ser muitas vezes identificadas na criança.
Acreditava, ainda, que o meio social, aliado às influências astrais, preparasse
para a ação criminosa indivíduos cuja natureza fosse anti-social.
Em 1876, ele
vence o concurso para a cátedra de Higiene e Medicina Legal da Universidade de
Turim e neste mesmo ano publica "O Homem Delinqüente", obra muito
discutida na época.
Em 1882, em
seu opúsculo "Estudo sobre o Hipnotismo", ele ridicularizava as
manifestações espíritas mas, convidado pelo prof. Morselli a estudar melhor o assunto, participou de
sessões com a médium Eusápia Palladino,
convencendo-se da veracidade incontestável dos fatos.
As pesquisas que fez com
essa médium encontram-se no livro da sua autoria "Hipnotismo e
Mediunidade".
As obras de
Cesar Lombroso trouxeram-lhe fama, acenderam polêmicas e influenciaram muitos
legisladores e escritores.
Quando vai a Moscou, é em 1897, como participante do
Congresso Psiquiátrico, conhece Tolstói, que sabia muito bem das suas idéias
acerca do gênio e da loucura.
Escritores como Emile Zola e Anatole France
também sofreram sua influência.
Entre os médicos, merece destaque Kraepelin, um
dos maiores classificadores de doenças mentais, que sob a influência de
Lombroso escreve acerca da abolição das penas.
Legisladores de muitos países,
inspirados em suas obras, propõem reformas das leis penais.
Lombroso,
sempre fiel ao método experimental, legou aos espíritas um excelente acervo de
esclarecimentos sobre a mediunidade e o vasto campo fenomenológico.
Homem
profundamente honesto defendeu a veracidade do Espiritismo até a sua morte,
noticiada com destaque em todo mundo, no dia 19 de outubro de 1909.
Era o final
da missão, que no seu caso, iniciada pelo avesso, da posição de ridículo para a
de defensor sincero, haveria de fortalecer o movimento espírita pela sua
própria inclusão em meio a seus pesquisadores e defensores.
Deus tem
muitos caminhos para os homens.
Para Lombroso, o caminho foi refazer o próprio
caminho, ou seja, sedimentar aquilo que ele, por desconhecimento da realidade
agredira, ao formular conceitos equivocados sobre o Espiritismo, retratando-se
intimamente e publicamente a posteriori através do imenso trabalho que
realizou.
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