quarta-feira, 31 de julho de 2013

Relaxation music -Chinese Bamboo Flute Yoga -Meditation Natural sounds

Os Fluidos



Os Fluidos

 A Gênese
 
 Capítulo  XIV

31.  Como se há visto, o fluido universal é o elemento primitivo do corpo carnal e do perispírito, os quais são simples transformações dele. 
 
Pela identidade da sua natureza, esse fluido, condensado no perispírito, pode fornecer princípios reparadores ao corpo; o Espírito, encarnado ou desencarnado, é o agente propulsor que infiltra num corpo deteriorado uma parte da substância do seu envoltório fluídico. 
 
A cura se opera mediante a substituição de uma molécula  malsã  por uma molécula  sã. 
 
O poder curativo estará, pois, na razão direta da pureza da substância inoculada; mas, depende também da energia da vontade que, quanto maior for, tanto mais abundante emissão fluídica provocará e tanto maior força de penetração dará ao fluido. 
 
Depende ainda das intenções daquele que deseje realizar a cura, seja homem ou Espírito. 
 
Os fluidos que emanam de uma fonte impura são quais substâncias medicamentosas alteradas.
 
32. São extremamente variados os efeitos da ação fluídica sobre os doentes, de acordo com as circunstâncias. 
 
Algumas vezes é lenta e reclama tratamento prolongado, como no magnetismo ordinário; doutras vezes é rápida, como uma corrente elétrica. 
 
Há pessoas dotadas de tal poder, que operam curas instantâneas nalguns doentes, por meio apenas da imposição das mãos, ou, até, exclusivamente por ato da vontade. 
 
Entre os dois pólos extremos dessa faculdade, há infinitos matizes. 
 
Todas as curas desse gênero são variedades do magnetismo e só diferem pela intensidade e pela rapidez da ação. 
 
O princípio é sempre o mesmo:-
- O fluido, a  desempenhar o papel de agente terapêutico e cujo efeito se acha subordinado à sua qualidade e a circunstâncias especiais.
 
33. A ação magnética pode produzir-se de muitas maneiras:-
-  1º pelo próprio fluido do magnetizador; é o magnetismo propriamente dito, ou magnetismo humano, cuja ação se acha adstrita à força e, sobretudo, à qualidade do fluido; 
 
- 2º pelo fluido dos Espíritos, atuando diretamente e  sem intermediário  sobre um encarnado, seja para o curar ou acalmar um sofrimento, seja para provocar o sono sonambúlico espontâneo, seja para exercer sobre o indivíduo uma influência física ou moral qualquer. 
 
É o  magnetismo espiritual, cuja qualidade está na razão direta das qualidades do Espírito; 
 
- 3º pelos fluidos que os Espíritos derramam sobre o magnetizador, que serve de veículo para esse derramamento. 
 
É o  magnetismo misto,  semi-espiritual, ou, se o preferirem, humano-espiritual. 
 
Combinado com o fluido humano, o fluido espiritual lhe imprime qualidades de que ele carece. 
 
Em tais circunstâncias, o concurso dos Espíritos é amiúde espontâneo, porém, as mais das vezes, provocado por um apelo do magnetizador.
 
34. É muito comum a faculdade de curar pela influência fluídica e pode desenvolver-se por meio do exercício; mas, a de curar instantaneamente, pela imposição das mãos, essa é mais rara e o seu grau máximo se deve considerar excepcional. 
 
No entanto, em épocas diversas e no seio de quase todos os povos, surgiram indivíduos que a possuíam em grau eminente. 
 
Nestes últimos tempos, apareceram muitos exemplos notáveis, cuja autenticidade não sofre contestação. 
 
Uma vez que as curas desse gênero assentam num princípio natural e que o poder de operá-las não constitui privilégio, o que se segue é que elas não se operam fora da Natureza e que só são miraculosas na aparência.

Jornal Vórtice ANO II
 n.º 09
 fevereiro/2010   

Cesar Lombroso - Cientista Espírita









(1835 - 1909)
 
 
 
Lombroso foi um dos maiores médicos criminalistas do século passado. 
 
Nasceu em Verona no dia 18 de novembro. Graduou-se em Medicina em Pavia, em 1858, onde recebeu grande influência do anatomista Panizza. 
 
Um ano depois de graduar-se em medicina obtém o diploma de cirurgia em Gênova. 
 
Aprimorou seus conhecimentos em Viena com o clínico Skoda, e em Pádua com o médico Paolo Marzolo, cuja formação positivista haveria de exercer uma profunda influência sobre ele.
 
Aos vinte anos, com "A Loucura de Cardano", Lombroso  já delineia os assuntos que vão torná-lo famoso:-
- O contraste entre o gênio do homem e as teorias sobre a natureza degenerativa. 
 
Como oficial-médico escreve, em 1859, "Memória sobre as Feridas e as Amputações por Armas de Fogo", ainda hoje considerado um dos trabalhos mais originais da literatura médica italiana. 
 
A seguir é atraído, na Calábria, pelos problemas antropológicos e étnicos da região.
 
Em 1862, em Pavia, inicia um curso de psiquiatria e no ano seguinte transforma-o em curso de "clínica das doenças mentais e de antropologia". 
 
Suas frequentes  visitas ao hospital de doentes mentais, onde assiste gratuitamente pacientes, permitem-lhe aprofundar o estudo das relações entre gênio e neurose. 
 
"As idéias dos maiores pensadores arrebentam de improviso, desenrolam-se involuntariamente como os atos compulsivos dos maníacos", escreveu. 
 
No Congresso Internacional de Antropologia realizado em Milão, várias críticas foram levantadas contra a posição de Lombroso, mas foi reconhecido o seu pionerismo na terapia com os doentes mentais:-
- Abrandamento racional do tratamento (até então intolerante), introdução de trabalho manual, conversações com gente de fora, diversões coletivas, diários escritos e impressos pelos próprios pacientes. 
 
Era um método novo, hoje empregado pela psicoterapia.
 
Em 1864, Lombroso ficou internacionalmente conhecido graças ao seu comentadíssimo livro "Gênio e Loucura", traduzido  em vários idiomas e que exerce influência até hoje. Em 1867, escreve "Ações dos Astros e dos Cometas sobre a Mente Humana" e no ano seguinte "Relações entre a Idade, as Posições da Lua e os Acessos das Alienações Mentais", trabalhos recebidos com muitas reservas pelos demais cientistas do ramo. 
 
Psiquiatra e diretor do manicômio de Pádua nos anos de 1871 a 1876, Lombroso  coleta dados suficientes para suas teorias. 
 
Do exame de centenas de doentes mentais e criminosos, ele chega à conclusão de que o criminoso é formado por alguma tendência básica inerente ao seu destino, e que as "sementes de uma natureza criminal" podem ser muitas vezes identificadas na criança. 
 
Acreditava, ainda, que o meio social, aliado às influências astrais, preparasse para a ação criminosa indivíduos cuja natureza fosse anti-social. 
 
Em 1876, ele vence o concurso para a cátedra de Higiene e Medicina Legal da Universidade de Turim e neste mesmo ano publica "O Homem Delinqüente", obra muito discutida na época.
 
Em 1882, em seu opúsculo "Estudo sobre o Hipnotismo", ele ridicularizava as manifestações espíritas mas, convidado pelo prof. Morselli  a estudar melhor o assunto, participou de sessões com a médium Eusápia  Palladino, convencendo-se da veracidade incontestável dos fatos. 
 
As pesquisas que fez com essa médium encontram-se no livro da sua autoria "Hipnotismo e Mediunidade".
 
As obras de Cesar Lombroso trouxeram-lhe fama, acenderam polêmicas e influenciaram muitos legisladores e escritores. 
 
Quando vai a Moscou, é em 1897, como participante do Congresso Psiquiátrico, conhece Tolstói, que sabia muito bem das suas idéias acerca do gênio e da loucura. 
 
Escritores como Emile Zola e Anatole France também sofreram sua influência. 
 
Entre os médicos, merece destaque Kraepelin, um dos maiores classificadores de doenças mentais, que sob a influência de Lombroso escreve acerca da abolição das penas. 
 
Legisladores de muitos países, inspirados em suas obras, propõem reformas das leis penais.
 
Lombroso, sempre fiel ao método experimental, legou aos espíritas um excelente acervo de esclarecimentos sobre a mediunidade e o vasto campo fenomenológico. 
 
Homem profundamente honesto defendeu a veracidade do Espiritismo até a sua morte, noticiada com destaque em todo mundo, no dia 19 de outubro de 1909.
 
Era o final da missão, que no seu caso, iniciada pelo avesso, da posição de ridículo para a de defensor sincero, haveria de fortalecer o movimento espírita pela sua própria inclusão em meio a seus pesquisadores e defensores.
 
Deus tem muitos caminhos para os homens. 
 
Para Lombroso, o caminho foi refazer o próprio caminho, ou seja, sedimentar aquilo que ele, por desconhecimento da realidade agredira, ao formular conceitos equivocados sobre o Espiritismo, retratando-se intimamente e publicamente a posteriori através do imenso trabalho que realizou.
 

 
 

terça-feira, 30 de julho de 2013

As Curas de Jesus



As Curas de Jesus



Claudio C. Conti 
(Doutor em engenharia nuclear e expositor espírita RJ)

Tecer qualquer comentário sobre os atos  de Jesus não é simples, pois seu conhecimento está muito além do que possamos imaginar, portanto, estamos longe de compreender os motivos e processos. 
 
Desta forma, o conteúdo deste texto não pretende explicar como Jesus realizava as curas, mas apresentar uma análise com o conhecimento atual.
 
Tomemos como exemplo os relatos de três curas descritas no livro A Gênese (1) da Codificação Espírita:-
11)      Perda de sangue:- Uma mulher sofria de hemorragia e tocou a roupa de Jesus sem que ele visse, porém ele percebeu uma diferença distinta daquele toque em meio à multidão.
 
22)      O cego de Betsaida:-
- Jesus colocou saliva nos olhos de um cego de nascença e, depois aplicou a imposição das mãos. 
 
Necessitou repetir o procedimento.
 
33)      Paralítico:-
-  Jesus disse ao paralítico - “Levanta-te e anda!” e assim ele o fez.
 
No primeiro caso, Jesus não pode ter “impregnado” o fluido com qualidades especificas, pelo simples fato de ele não saber quem o tocou; no segundo, Jesus necessitou de uma ação local e outra no ser como um todo e, no terceiro, precisou apenas verbalizar o comando.
 
Percebemos claramente que o procedimento não é o mesmo, conclui-se, então, que  a cura utilizando fluidos é mais complexa do que a mera administração de um “medicamento”.
 
Nesta abordagem, podemos creditar certa “inteligência” ao fluido no sentido deste atuar diferentemente:-
- Em algumas situações teria condições de reconhecer como agir; noutros casos teria ação local e, noutros, ainda, ação geral.
 
Diante das curas realizadas por Jesus, em que sempre afirmava que a fé do paciente é que o havia curado, devemos nos perguntar o quanto é ação do médium, passista ou curador, e quanto é ação do paciente? 
 
E, ainda, mais profundamente, o quanto é ação das próprias células?
 
A ciência atual nos proporciona meios de compreender melhor os processos envolvidos na ação dos fluidos. 
 
Os biofótons se caracterizam por radiação eletromagnética emitida por organismos vivos. 
 
Todavia, seu conceito vai pouco mais além, podendo ser compreendido como um processo de comunicação celular, carregando consigo informação que regularia o comportamento e a reação  entre as células (2).
 
Acreditamos, todavia, que a parte perceptível seja apenas a “ponta do iceberg”, isto é, os biofótons seriam decorrente de processos variados, essenciais e imperceptíveis aos sistemas de detecção disponíveis.
 
O avanço do conhecimento está proporcionando outra forma de compreender os efeitos e comportamento dos fluidos – a nanotecnologia, que desenvolve partículas e robôs extremamente pequenos, na faixa de um milhão de vezes menor que o milímetro. 
 
A Nanomedicina (3) visa sua utilização para diagnosticar e tratar doenças de forma “inteligente”, capaz de aplicar o medicamento exatamente no local necessário, sendo mais efetivo e, ao mesmo tempo, minimizando efeitos colaterais. 
 
Vários testes já estão sendo realizados em humanos com resultados satisfatórios.
 
Apesar dos processos de cura e os efeitos dos fluidos serem mais complexos e mais autônomos do que possa parecer inicialmente, o tratamento com esta terapia se torna mais fácil para o médium e para o próprio paciente. 
 
Há, portanto, a necessidade de se reavaliarem as práticas de passe, pois a saúde é mais natural para o espírito que a doença.
 
Em decorrência do que foi apresentado, podemos supor que são as desarmonias geradas ao longo de várias encarnações, devido a comportamento e mente em desalinho, o motivo pelo qual tantas doenças se manifestam no seio da humanidade. 
 
Diante disto podemos compreender o porquê de Jesus, após viabilizar a cura do enfermo, dizer:-
- “Vá e não peques mais”.

Referências:-
(1)    Kardec, Allan. 
A gênese – Os milagres e as predições segundo o Espiritismo. 
Tradução Guillon Ribeiro. 36 Ed. Rio de Janeiro: FEB, 1995 P. 316-318.
 
(2)    Melsert, Rafael. Biofótons na Interação Entre o Espírito e o Corpo Físico.
Revista Cultura Espírita. 
Ano IV, n. 34, p. 16 jan. 2012
 
(3)    Wang, Yucai; Brawn, Paige; XIA Younan. Nanomedicine :- swarming towards the target. 
Nature Materials 10, 2011, p. 482-483.
 R e v i s t a Cultura Espírita 
 Nº 45 
 ANO IV 
Dezembro 2012

Sonambulismo na Prática



Sonambulismo na Prática

 
 
Adilson Mota

Na segunda edição do Jornal Vórtice, de julho de 2008, escrevemos artigo acerca do sonambulismo e suas características. 
 
Trataremos, hoje, dos aspectos práticos relativos ao fenômeno sonambúlico, ou seja, como reconhecer um sonâmbulo e como aproveitar as suas faculdades.

Há um ano e meio vimos trabalhando com o sonambulismo através de duas sonâmbulas, das quais a primeira foi descoberta ao ser tratada magneticamente. 
 
Ao receber passes, ela via-se fora do corpo, recebia instruções espirituais, orientava telepaticamente o magnetizador quanto às técnicas que deveriam ser utilizadas, via o ambiente material estando de olhos fechados, enxergava à distância, a maioria das informações podendo ser comprovadas após o término da aplicação.

A nossa ignorância no assunto dificultava o entendimento, deixando-nos indiferentes com relação ao que acontecia, até percebermos que aquele fenômeno se chamava sonambulismo.

O desconhecimento do assunto é a maior dificuldade que se apresenta. 
 
Os fenômenos que Kardec chamou de “fenômenos de emancipação da alma” são muitas vezes ignorados ou confundidos com mediunidade, fazendo se perca, às vezes, bons trabalhadores nesta área. 
 
Graças à análise apressada aliada à falta de conhecimento, muita gente tem, ainda, desenvolvido o medo das próprias faculdades, confundindo o sonambulismo com obsessão.

A melhor forma de saber se alguém é sonâmbulo é conversando com ele quando o transe chega. 
 
Através do diálogo, se poderá diferenciar um processo mediúnico ou obsessivo do sonambulismo. 
 
As respostas atestarão a presença de um terceiro ser (um Espírito desencarnado) ou a capacidade do próprio encarnado de se relacionar e conversar conosco, mesmo estando desprendido parcialmente do corpo físico. 
 
Se for um Espírito, ele poderá dizer que o é, se identificar, inclusive. 
 
Se tratando de um sonâmbulo, ele dirá que é ele mesmo que fala, podendo descrever as pessoas e coisas que percebe, seja do mundo físico ou espiritual, dentre outras capacidades, se ele já as tiver desenvolvido.

É importante saber que nenhum sonâmbulo é igual ao outro.

Apesar de haver características gerais, os graus de percepção, os níveis de transe, as potencialidades, enfim, de cada um, são muito particulares. 
 
Enquanto:-
- Alguns veem os Espíritos, 
- Outros apenas os entreveem; 
- Alguns ouvem os Espíritos, 
- Outros captam seus pensamentos intuitivamente; 
- Há os que enxergam à distância ou através de obstáculos materiais, veem o interior do organismo físico, comunicamse telepaticamente, veem-se fora do corpo físico, enquanto outros o conseguem mais ou menos. 
 
É importante para quem vai lidar com o sonâmbulo saber destas diferenças a fim de não tentar lhe impor o desenvolvimento de um aspecto que ele não possui. 
 
O mais recomendável é que a faculdade desenvolva-se naturalmente, devendo, o magnetizador, apenas aproveitar da melhor forma os recursos disponíveis em cada sujet.

Apesar do caráter espontâneo que deve haver para o desenvolvimento das faculdades sonambúlicas, o magnetizador não será um sujeito passivo. 
 
Ele não é apenas o doador de fluidos para a magnetização que levará o  sujet ao transe e aos estágios sonambúlicos. 
 
O magnetizador é mais do que isso. 
 
Ele é o cuidador, controlador e direcionador do trabalho, a fim de que o mesmo alcance os resultados desejados.

Durante todo o transcorrer da sessão sonambúlica, deve o magnetizador zelar pela integridade física e psíquica do sonâmbulo, a começar pela acomodação do mesmo, pois este, em certo estágio do transe, perde o controle dos movimentos voluntários, com exceção dos que são necessários à fala. 
 
Deve, ainda, haver confiança recíproca, a fim de que o sonâmbulo mantenha a sua serenidade em qualquer percalço durante a tarefa, para que se entregue ao trabalho sabendo que alguém vela por ele. 
 
As nossas sonâmbulas, às vezes, quando diante de uma situação espiritual muito negativa, relatam dificuldades de percepção.

É o momento em que fazemos uma prece, juntamente com elas, o que as deixa mais seguras e confiantes, além de que as dificuldades encontradas se desvanecem. 
 
O magnetizador pode, com a voz mesmo, infundir-lhe serenidade, segurança e confiança na Espiritualidade e em si mesmo. 
 
A cada sessão, vai-se criando uma interação magnética intensa entre magnetizador e sonâmbulo, ao ponto das disposições íntimas e dos pensamentos do magnetizador poderem interferir nos resultados alcançados pelo sonâmbulo.

Esta relação magnética, aumentando com o tempo, faz com que a necessidade de magnetização para provocar o transe seja reduzida bastando, às vezes, um comando de voz para o transe sonambúlico acontecer.

Não devem ser esperados, de início, grandes resultados. 
 
É um desenvolvimento que o exercício irá fazer através do tempo, com paciência e serenidade.

Os recursos oferecidos pelo  sujet devem ser deixados se manifestar espontaneamente, mas isto não deve ser tomado de forma absoluta, é preciso um direcionamento. 
 
E este é feito pelo magnetizador. 
 
No trabalho que realizamos, a cada sessão selecionamos um paciente a ser verificado. 
 
Mais abaixo, analisaremos a questão da quantidade de pacientes e da duração do trabalho. 
 
Pois bem, sem esta definição, o sonâmbulo poderia “ver” qualquer um que quisesse. 
 
Apesar disto ter um lado positivo, pois podemos colher informações sobre determinado paciente que, talvez, jamais averiguássemos, por outro lado, pode ser improdutivo.

O mesmo com relação aos detalhes referentes a cada paciente. 
 
O sonâmbulo deve ficar à vontade para relatar todas as desarmonias que percebe, o que não impede que, de vez em quando o magnetizador lhe peça para verificar este ou aquele órgão, este ou aquele centro de força, este ou aquele aspecto seja físico, energético, emocional ou espiritual. 
 
Dessa maneira, o rendimento se torna muito maior e mais rico.

Alguns dos leitores podem estar se questionando neste momento:-
- E se isto o induzir a percepções ilusórias, ou seja, a perceber coisas criadas pela sua mente e não percepções reais a respeito do paciente? 
 
Não deveria, para evitar este percalço, deixar tudo acontecer espontaneamente? 
 
Primeiramente, compreenda-se que a espontaneidade não é garantia de autenticidade, pois a mente do sonâmbulo funciona sozinha e, a despeito do magnetizador, pode fantasiar. 
 
Em segundo lugar, há um meio que é o mais seguro para se saber da fidedignidade destas informações, que é a análise.

Todas as recomendações dadas por Allan Kardec relativas às comunicações mediúnicas devem ser seguidas com relação ao sonambulismo. 
 
Devem ser passadas pelo crivo da lógica e da razão, questionadas, comparadas. 
 
Só assim, chegaremos a discernir acerca do seu grau de confiabilidade.

Há mais um motivo para o magnetizador direcionar o trabalho quando necessário. 
 
Fora do corpo físico toma, o ser, uma maior independência e, sendo possuidor de vontade própria, pode, de início, por conta da inexperiência, tomar o rumo que quiser, ou quando há diferença entre os seus desejos enquanto no corpo físico e de quando liberto do mesmo. 
 
Neste caso, é necessário que o magnetizador chame o sonâmbulo ao trabalho a fim de que as suas finalidades sejam alcançadas.

A pergunta seguinte é:-
- Como estruturar um trabalho usando o sonambulismo?

O trabalho pode ser com um só sonâmbulo ou com vários, necessitando de um magnetizador para cada. 
 
É preciso, como já dito acima, que os sonâmbulos estejam bem acomodados, podendo ser em cadeiras ou em macas. 
 
Inicia-se com uma prece, após a qual se realiza a magnetização, certificandose de que o sonâmbulo esteja à vontade e relaxado.

O que fazer em seguida, somente a experiência poderá dizer, bem como os objetivos e propósitos de cada grupo e sessão. Pode-se verificar a situação de um ou de vários pacientes. 
 
Pode-se, inclusive, pedir a todos os sonâmbulos para diagnosticarem a situação do mesmo paciente para efeito de comparação dos resultados.

Terminados os relatos e não havendo mais nada que o sonâmbulo queira comunicar, inicia-se a desmagnetização, não sem antes deixá-lo amparado e tranquilo quanto ao retorno e ao bem-estar que deverá sentir depois que despertar. 
 
É comum, nas primeiras sessões, o sonâmbulo reclamar, ao retornar completamente ao corpo físico, de algumas dores e incômodos, muitas vezes originários das tensões e nervosismos do iniciante. 
 
Estas sensações podem ser atenuadas, caso o magnetizador tome as devidas precauções antes de fazê-lo retomar a sua consciência. 
 
Para isto, deve-se executar a desmagnetização sem pressa, longamente, podendo, ainda, sugerir verbalmente ao sonâmbulo ideias de bem estar, leveza e tranquilidade. 
 
Após a desmagnetização, faz-se uma prece de encerramento. 
 
No trabalho que realizamos, costumamos após todo o encerramento trocar impressões com as sonâmbulas, com vistas ao aprendizado geral.

Quanto à duração de cada sessão, não há regra, depende da disponibilidade dos participantes, devendo levar em conta o bom senso, pois há dispêndios de energia tanto por parte do sonâmbulo quanto do magnetizador.

Pode ainda ser aproveitado o sonambulismo de algum paciente, durante a aplicação de passes, quando o mesmo ocorre espontaneamente. 
 
Assim sendo, ele mesmo verificará a sua situação de doença, suas desarmonias e poderá dar indicações e recomendações de tratamento.

Uma última questão a analisar é com relação ao discernimento quanto àquilo que seja proveniente da faculdade sonambúlica ou da participação de Espíritos durante a sessão. 
 
O primeiro ponto é que devemos conquistar a confiança da Espiritualidade, atraindo os Bons Espíritos através dos propósitos elevados do trabalho, pautado no bem do próximo e da busca de aprendizado sincero, excluída toda curiosidade malsã. 
 
Assim sendo, eles auxiliarão muito mais do que se possa imaginar. 
 
Participarão de todo o processo, desde proteção até direcionamentos e informações. 
 
O segundo ponto é que às vezes é muito difícil ou até mesmo impossível delimitar onde termina a participação do sonâmbulo e começa a dos Espíritos. 
 
Na maioria das vezes, o sonâmbulo consegue fazer este discernimento. 
 
Uma das sonâmbulas com as quais trabalhamos faz todas as verificações sozinha a respeito do paciente. 
 
Quanto às técnicas magnéticas para o tratamento, ela transmite a orientação dada pelos Espíritos. 
 
Lembrando que esta não é uma regra para todos os sonâmbulos. 
 
O último ponto é que, quase sempre, fazer essa distinção não é o importante, mas sim o conteúdo informado, que deve sempre ser analisado.

Jornal Vórtice 
ANO III
 n.º 05
 outubro/2010