"Além do que podemos carregar"
© Letícia Thompson
Ouvimos, como motivação ou intenção de consolo, talvez mesmo um pequeno raio de esperança, que Deus não nos dá a carga além da que podemos carregar.
É assim que suportamos, passo a passo, os fardos que chegam a nós e as misérias que ouvimos, previstas há séculos, às quais recebemos sempre como algo surpreendentemente novo e assustador.
Não sabemos como vai ser o amanhã, mas nos sabemos cabeças nuas e sujeitas ao que vier.
Não estamos preparados para a dor e desolação e jamais estaremos.
Pés calejados não suportam melhor os calçaodos apertados.
É assim que, mesmo "preparados" mal suportamos as cargas e com lágrimas as carregamos.
Nosso amor a Deus não pode ser condicional ao que vivemos, por que o amor d'Ele não é condicinal ao que oferecemos.
Sobrevivemos a elas e os que não sobrevivem é porque os limites foram atingidos.
Se a dor vence, é porque a paz estava no descanso eterno.
Compreendemos mal essas verdade; vivemos mal essas verdades e se não aceitamos, aprendemos o que significa a resignação.
Grandes tragédias sempre existiram.
Guerras, enchentes, terremotos, pragas e pestes, cidades inteiras destruídas já são citadas no Antigo Testamento...
O que é diferente nos adias atuais são os meios de comunicação que tornam tudo imediatamente acessível, aos ouvidos e olhos.
Se não sabemos, não sofremos;
Se sabemos e não vemos, sofremos menos.
Isso não é uma palavra de consolo, nem uma pequena luz de esperança para o dia de amanhã, mas uma verdade que nos conduzirá ao sentimento de paz e à vida eterna.
Se as cargas são por demais pesadas e aparentemente insuportáveis e continuamos de pé, é que ainda temos um caminho pela frente, para viver e estender a mão aos que carregam cruzes mais pesadas que as nossas.
Recebido por e-mail da Amiga Regynna Paula
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