Nas tarefas de solidariedade humana
De quando em vez, acontece de sermos surpreendidos na estrada por
aqueles que seguem caminho conosco com críticas ao nosso modo de ser, ou
com a apresentação repentina de ideias discrepantes em relação a coisas
que pensávamos estar em comum acordo, e justamente no ambiente em que
desempenhamos tarefas de solidariedade humana.
Quando ocorram semelhantes eventualidades, é chegado o momento de
refletir com calma e ponderar com serenidade afim de que a luz da
Sabedoria desensombre o campo íntimo, de modo que não se instale no
cerne do ser nenhum ressentimento, haja vista que a mágoa é capaz de
paralisar mãos que trabalham, comprometendo o serviço em curso.
Ninguém coexiste pacificamente com alguém sem fazer algum sacrifício –
por exemplo – o de fechar os olhos diante de coisas e
situações pequeninas e que podemos deixar passar facilmente, mas que
se agigantam diante de exigências descabidas e demasiadas que
costumam roubar a paz alheia por apresentarem altas doses de
intolerância e incompreensão.
Na maioria das vezes nossa decepção em relação a tais
pessoas (aquelas que nos fazem críticas) se deve muito mais a nossa
insistência em esperar que laranjeiras deem mangas, quando delas só
devíamos esperar que dessem laranjas.
Existe algo mais óbvio do que uma laranjeira dar laranjas?
Enfim.
Em todos esses casos a lição vem a ser a do desenvolvimento da
compreensão que não existe sem esquecimento das ofensas, sem o viver e o
deixar viver, sem largueza de visão, sem cordialidade, sem
amor fraternal.
Antonio Carlos Tarquínio
Antonio Carlos Tarquinio
Articulista,
Membro do Viva Vox – Grupo de Pesquisa em Filosofia Clássica e
Contemporânea, Doutor em Filosofia e comentarista no Jornal Nova Era.
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