Não Precisa Mudar o Mundo
Era uma vez um rei que governava um
próspero país.
Um dia ele resolveu conhecer algumas áreas distantes de
seu país.
Por vários dias ele percorreu grande extensão de estradas.
Mas
quando retornou ao seu palácio, chamou seus súditos e reclamou que seus
pés estavam feridos e doíam muito.
Afinal, era a primeira vez que ele
fazia uma viagem tão longa por estradas tão ásperas e cheias de
pedregulhos.
Pensou numa maneira de resolver o problema e logo teve
uma idéia.
Ordenou que seus servos recobrissem todas as estradas do seu
país com couro.
Seria uma obra muito cara, pois custaria a vida de
milhares de vacas e bois.
Então, um dos mais sábios entre os servos ousou fazer uma sugestão ao rei dizendo-lhe: -
-Por
que o rei tem que gastar essa enorme quantia de dinheiro?
Não seria
mais prático e mais barato mandar cortar um pequeno pedaço de couro para
cobrir seus pés?
O rei ficou surpreso, mas aceitou a sugestão.
Mandou cortar um pedaço de couro e fazer uma proteção para seus pés, a
fim de evitar os ferimentos nas próximas viagens.
Às vezes nós também costumamos ter idéias semelhantes à do rei, tentando resolver os problemas da maneira mais difícil.
Insatisfeitos com o mundo, desejamos mudá-lo, em vez de efetuar as mudanças necessárias em nós mesmos.
Movidos
pelo desejo de pavimentar estradas sem espinhos nem obstáculos,
esquecemos das proteções que devemos construir na intimidade da própria
alma, e queremos mudar a situação ao redor a todo custo.
Se não desejamos sofrer os ferimentos da vaidade, é preciso recobrir a alma com a proteção da modéstia.
Se queremos evitar os pedregulhos do orgulho, é necessário proteger a alma com o algodão da humildade.
Se não desejamos sofrer a dor provocada pelos espinhos do egoísmo, busquemos desenvolver a couraça da fraternidade.
Se
a situação ao redor nos desagrada e nos fere com freqüência, o melhor a
fazer é buscar a reformulação dos próprios atos, na certeza de que não
precisamos mudar o mundo, mas efetuar as reformas necessárias em nosso
comportamento, em nossa forma de ser.
A melhor maneira de nos
proteger dos pedregulhos da caminhada, evitando os ferimentos, é
revestir a alma com o couro da Verdadeira Caridade, entendendo que o
mais infeliz é sempre aquele que fere, aquele que ofende.
Jesus, o
Sublime Galileu, experimentou todo tipo de agressão e, no entanto, nunca
perdeu a serenidade e foi sempre o vitorioso.
Que importava se o mundo
exterior era cheio de pedregulhos e espinhos se Sua alma estava
revestida de Paz e Confiança em Deus?
Jesus, mesmo sendo o Espírito
mais sábio de que se teve notícias, jamais desejou mudar o mundo, mas
deixou sempre o convite para todos aqueles que querem seguir a Sua
trilha.
A trilha que conduz à Felicidade plena, acima das imperfeições
deste mundo.
Assim, se você está indignado com a situação a sua
volta e deseja mudar o mundo, lembre-se que isso só será possível
começando por mudar-se a si mesmo.
Toda mudança exige esforços e uma grande dose de coragem.
A maioria de nós prefere criticar os outros e responsabilizá-los pelo que não está certo.
No
entanto, às vezes é preciso um auto-enfrentamento com toda sinceridade a
fim de repensar atitudes e tomar decisões importantes para o próprio
crescimento.
O que não devemos esquecer jamais, é que somos
espíritos milenares e que trazemos uma grande soma de experiências e
hábitos adquiridos ao longo da caminhada evolutiva.
E precisamos
admitir a tese'>hipótese de que somos os construtores da própria
infelicidade de hoje, graças aos hábitos dos quais não queremos abrir
mão.
E se assim é, se desejamos alcançar a felicidade almejada, é
preciso despojar-nos do manto escuro das imperfeições que nos pesa nos
ombros, a fim de alçar o vôo definitivo em direção à luz.
Momento Espírita
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