sexta-feira, 2 de maio de 2014

Aprendendo com os Erros


 

O fato de existirem oportunistas em todas as religiões cristãs não transformou Jesus em uma mentira. 

E se falarmos acerca do Divino Mestre, dentre as inúmeras coisas lindas que Ele fez, estão as inumeráveis curas físicas, sem que necessitasse de qualquer tipo de instrumento para atuar em favor dos mais desajustados ou perturbados na carne.

A mesma coisa acontece em todas as religiões da Terra, caminhos de aprendizagem ou de despertamento que nos educam a respeito das grandes possibilidades da alma, ao contato com as forças superiores do Espírito.

Quando o doente vitimado por qualquer enfermidade entende que a doença não é a manifestação da vontade do Criador, mas ao contrário, o reflexo das equivocadas experiências da ignorante criatura, ele, o doente, passa a compreender que foi do que já fez um dia que decorreram os efeitos nocivos no presente. 

E se isso é assim, do que ele fizer hoje, decorrerão os dias melhores no futuro.

Desse jeito, as conseqüências suportadas são fatores positivos na conscientização dos deveres de agora, em relação aos frutos do amanhã.

Se não aprendêssemos com os nossos erros, jamais deixaríamos de realizá-los, uma vez que tudo o que nós procuramos fazer está ligado, diretamente, à sensação de bem-estar que todos buscamos. 

Bem-estar no vício, no abuso do garfo, nos excessos do sexo, na volúpia da mentira, no prazer da usura, na satisfação propiciada pela vingança, na vitória com a destruição do adversário, na conquista do que pertence a outros, no sucesso dos empreendimentos egoísticos, na capacidade de iludir ou de ser cobiçado pela ilusão dos demais, no gosto bom de causarmos inveja em nossos vizinhos. 

Tudo isso, em nosso mundo emocional, corresponde a boas sensações que produzem sofrimentos a nós ou a alguém. 

E se isso não chegasse a nos fustigar em nós mesmos um dia certamente que continuaríamos, indefinidamente, a agir sempre da mesma maneira, pouco nos importando com esclarecimentos, com aulas de boa conduta, com conceitos de correção ou de conveniência. 

Enquanto não recebêssemos em nós tudo o que fizemos os outros passarem, não nos conscientizaríamos de que aquele comportamento que adotamos era, realmente, inadequado.

E nesse campo, a Doutrina Espírita tem um grande legado de lições esclarecedoras a nos oferecer.

Quando nos ensina que Deus não deseja o nosso sofrimento, mas ao contrário, o nosso despertamento, nos anuncia a chegada da grande alvorada da Esperança. 

Além do mais, nos fala de que tudo o que nos está acontecendo é a expressão da Justiça a entregar aos autores, aos semeadores, o exato teor daquilo que fizeram ou semearam, a fim de que avaliem o grau de insanidade, de loucura, de insensatez a que se permitiram chegar.

No entanto, a doutrina de Amor que o Espiritismo representa nos dá a idéia de que é a Misericórdia que governa a Justiça, ensinando que, quando o culpado dá sinais verdadeiros de arrependimento, quando seus esforços pessoais demonstram a modificação de seus rumos, quando as atitudes perversas de outrem dão lugar a atos generosos de reparação, de reconstrução dos erros cometidos, os piores efeitos do mal praticado outrora podem ser atenuados a fim de que o interessado repare o equívoco pelo trabalho no Bem e não pela lágrima de desespero.

Que coisa mais bela do que essa pode existir, na qual a Bondade prefere ver o filho equivocado trabalhando do que vê-lo cair sob o peso de chicotes, envolvido pelas grades do sofrimento vingativo?


Livro:- Esculpindo o Próprio Destino
Cap. 24
Espírito Lúcius 
 André Luiz Ruiz

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