domingo, 27 de outubro de 2013

Amar os inimigos



Amar os inimigos

 

Como se pode amar a quem nos quer mal? 

Mesmo se já tenhamos ultrapassado muitas barreiras, e já estejamos em codições de não odiar a alguém gratuitamente, ainda assim nos sentimos com dificuldade em lidar com o ódio que nos é dirigido. 

Podemos dizer que é um direito nosso, ou que se trata apenas de defesa. 

Mas é forçoso reconhecer que o coração se rebela, e que o sentimento de vingança muitas vezes espera apenas pela hora mais oportuna. 

Se não tomamos em armas contra nossos inimigos, torcemos pelo seu insucesso. 

Rimos de seus fracassos, e ficamos frustrados com suas vitórias.

Não é esse o espírito do mandamento. 

Mas, se sabemos repeti-lo — “amai os vossos inimigos” — como fazer para colocá-lo em prática? 

Este é o desafio. 

A vigilância é necessária, mas é preciso ir mais adiante, desenvolvendo uma postura mental adequada.

Há pessoas que dedicam sua vida à obtenção de uma total paz de espírito, caracterizada pelo esvaziamento completo da mente. 

Se não implica amor, pelo menos o esvaziamento já permite a neutralização do ódio. 

Na impossibilidade que me encontro de atingir este estado, o que fazer? 

Render-me aos pensamentos normais leva, com certeza, ao ódio incubado, um sentimento perigoso de se guardar, que envenena a alma e apenas espera pela oportunidade para se manifestar.

A vigilância ativa sugere outras formas de agir. 

Lembro-me de uma conversa, onde me foi dito que o Divaldo Pereira Franco conversava com um companheiro espiritual seu; ora para dedicar uma ação de caridade, ora para evocar a beleza de uma planta, ou de um dia ensolarado. 

Esta atitude de convite ao amor transformou o seu obsessor em um companheiro, um amigo que passou a acompanhá-lo no seu trabalho.

Assim, minha sugestão é:-
- Na impossibilidade de ignorar, vamos fortalecer a mente nos pensamentos positivos. 

Vamos amar sem afetação; vamos conviver bem, convidando ao amor. 

Essa parece ser uma forma justa de obter uma reforma íntima, em benefício não somente nosso, mas de todos os nossos ‘inimigos’.

 

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