sábado, 12 de outubro de 2013

Ainda o Amor


Ainda o Amor

Nos dias que vivemos, muito se ouve falar a respeito do Amor. 

Suspiram os jovens por sua chegada, idealizando cores suaves e delicados tons.

Alguns o confundem com as paixões violentas e degradantes e, por isso mesmo, afirmam que o Amor acaba.

Entretanto, o Amor já foi definido pelos Espíritos do Bem como o mais sublime dos sentimentos. 

Reveste-se de tranquilidade e confere paz a quem o vivencia.

Não é produto de momentos, mas construção laboriosa e paciente de dias que se multiplicam na escalada do tempo.

Narra o famoso Escritor inglês Charles Dickens que dois recém-casados viviam modestamente. 

Dividiam as dificuldades e sustentavam-se na afeição pura e profunda que devotavam um ao outro.

Não possuíam senão o indispensável, mas cada um era portador de uma herança particular.

O jovem recebera como legado de família um relógio de bolso, que guardava com zelo. 

Na verdade não podia utilizá-lo por não ter uma corrente apropriada.

A esposa recebera da própria natureza uma herança maravilhosa: uma linda cabeleira. 

Cabelos longos, sedosos, fartos, que encantavam.

Mantinha-os sempre soltos, embora seu desejo fosse adquirir um grande e lindo pente que vira em uma vitrina, em certa oportunidade, para os prender no alto da cabeça, deixando que as mechas, caprichosas, bailassem até os ombros.

Transcorria o tempo e ambos acalentavam o seu desejo, sem ousar expor ao outro, desde que o dinheiro que entrava era todo direcionado para as necessidades básicas.

Em certa noite de Natal, estando ambos face a face, cada um estendeu ao outro, quase que ao mesmo tempo, um delicado embrulho.

Ela insistiu e ele abriu o seu primeiro. 

Um estranho sorriso bailou nos lábios do jovem. 

A esposa acabara de lhe dar a corrente para o relógio.

Segurando a preciosidade entre os dedos, foi a vez dele pedir a ela que abrisse o pacote que ele lhe dera.

Trêmula e emocionada, a esposa logo deteve em suas mãos o enorme pente para prender os seus cabelos, enquanto lágrimas significativas lhe rolavam pelas faces.

Olharam-se ambos e, profundamente emocionados descobriram que ele vendera o relógio para comprar o pente e ela vendera os cabelos para comprar a corrente do relógio.

Ante a surpresa, deram-se conta do quanto se amavam.

*   *   *
O Amor não é somente um meio, é o fim essencial da vida.

Toda expressão de Afeto propicia a renovação do entusiasmo, da qualidade de vida, de metas felizes em relação ao futuro.

*   *   *

O Amor tem a capacidade de estimular o organismo e de lhe oferecer reações imunológicas, que proporcionam resistência para as células, que assim combatem as enfermidades invasoras.

O Amor levanta as energias alquebradas e é essencial para a preservação da vida.

Eis porque ninguém consegue viver sem Amor, em maior ou menor expressão.
   Livro:- Momentos enriquecedores
  Espírito Joanna de Ângelis Divaldo Pereira Franco
 Ed. Leal. Em 05.05.2009

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