Posted: 12 Sep 2013 03:40 AM PDT
“Normalmente,
quando tudo dá certo conosco, achamos que é merecimento e que Deus nos
faz justiça.
Quando nos são negados nossos anseios de preenchimento
mental e satisfação física, ou seja, quando não está acontecendo o que
queremos, sentimo-nos injustiçados, principalmente ao nos compararmos
com outras pessoas:-
- ‘Por que ele tem e eu não?’
Achamos que Deus não
está fazendo justiça conosco e que estamos sendo punidos.
É que trazemos cargas negativas do passado, que ocasionam frustrações no momento, como também atos desta encarnação podem ter sido os motivos para muitas decepções.
É que trazemos cargas negativas do passado, que ocasionam frustrações no momento, como também atos desta encarnação podem ter sido os motivos para muitas decepções.
Normalmente, não vemos a realidade da vida e sim a
projeção das nossas ilusões, por considerarmos a vida física como fim e
não como meio.
Muitas vezes, o justo ou o injusto, de
acordo com nossa compreensão, baseia-se no que damos e no que achamos
que devemos receber em troca.
Nós nos sentimos injustiçados, porque
quase sempre temos como meta nossa distração, preenchimento e prazer.
Transformamos as funções e necessidades do nosso corpo físico e a
capacidade pensante como fim da nossa existência.
Não chegamos a olhar a
vida como um todo e a desempenhar eficientemente nossa parte nesse
conjunto.
Já imaginou se o coração do homem se sentisse injustiçado por
não ter folga nem descanso físico?
Que seria do homem?
Diante desse
exemplo, vemos que cada um deve fazer o que lhe compete, não esperando
recompensas, mas, sim, estando consciente de que deve realizar o
potencial nobre que a vida lhe concedeu.
Apesar de insignificantes
diante do cosmo, fazemos parte dele.
Portanto, precisamos desempenhar
nossa função como parte da vida, e não viver para os nossos prazeres e
conquistas, materiais ou espirituais.
Deus não cria suas manifestações para
puni-las ou agraciá-las.
Cada qual tem sua função e utilidade, assim
como o grão de areia tem sua função no deserto ou na praia do mar.
Punir
uma manifestação seria reconhecer Sua própria falha.
Ao comprarmos uma máquina nova, o
fabricante nos dá garantia desta e, se ela falhar na sua função, não foi
intenção do fabricante nos punir, pois a garantia dela fará com que ele
lhe restaure as funções.
Sendo ele, no caso, o mais prejudicado, pois,
além da reposição, ainda poderia ter seu nome comercial prejudicado e
posta em dúvida a sua idoneidade.
Não somos uma máquina e a falha nunca
está em Deus, está na nossa maneira de nos relacionarmos com Ele, com a
vida.
Na maioria das vezes, nossos ânimos e desejos não encontram
ressonância nos planos traçados pela vida, pelas nossas existências
anteriores.
Às vezes, o que desejamos não é o que podemos ter.
Quase
sempre nossos desejos são saturados de egoísmo.
Os da vida são saturados
de grandeza, de amor e de realização plena do homem.
Na Terra, cada variedade de raça recebe,
com maior ou menor intensidade, o que necessita para desempenhar e
enobrecer as qualidades de sua espécie, a raça a que pertence.
O grupo
humano não foge à regra natural, só nos é acrescentada a liberdade de
escolha, cumprindo a função para a qual fomos chamados.
Ao nos
harmonizarmos com as leis divinas, nos sentiremos felizes a caminho do
progresso.
Desprezá-las cria um ambiente vibratório individual de
desarmonia, que pode chegar a atingir aqueles que nos cercam e terá
ressonância de vibrações inferiores.
Será que Deus criou a Terra, com
todo o seu aparato animal e vegetal, somente para o desfrute do homem?
O
ser humano foi criado para desfrutar à custa daqueles que caminham com
ele?
Não!
Por todos os seus atos de abuso, há a consequência de que, não
compreendendo, ache que Deus lhe está sendo injusto.
Temos quase sempre nas nossas vivências
buscado o significado da vida, tentando adivinhar por que razão Deus
criou o homem, talvez por darmos importância demais ao que pensamos ser
ou pelos sentimentos que cultivamos sobre tão importante questão.
Deus é
profundamente simples.
Para que possamos ouvi-Lo e senti-Lo, é preciso
antes de tudo ser simples como Ele.
Um exemplo da simplicidade de Deus é
Sua onipresença tanto no nosso Cristo quanto num verme desprezado por
todos.
Devemos nos despojar do cultivo da autovalorização:-
- Vaidade,
orgulho e presunção, para nos tornarmos melhores.
Não assumindo nossa
participação no conjunto do orbe terráqueo, nos sentimos excluídos de
obrigações e responsabilidades.
Aí, o que acontece com o restante dos
habitantes da Terra?
A consequência é esta que estamos vendo:-
- Destruição
e devastação do que a natureza levou milhões de anos para realizar.
Não
nos sentindo parte do universo, parece até que estamos aqui para usar e
desfrutar, não tendo nada a responder, nem responsabilidades sobre o
que acontece com a Terra e seus habitantes, se sofrem dores e misérias.
Não podemos compreender Aquele do qual
estamos separados e, enquanto assim estivermos, não faremos parte do
todo.
Se conseguirmos participar, seremos um só.
Não haverá o maior, nem
o menor, meu pequeno eu se perderá diante da importância do grande
todo.
Que restou, então, para mim e para minha
espécie?
Viver e, neste viver, conhecer e compreender minhas funções e
as dos que nos cercam, compondo assim um todo harmônico.
O que os
irracionais fazem instintivamente, o homem deve fazer consciente e
espontaneamente.
Os irracionais não têm escolha, o homem pode escolher
entre participar ou recusar do banquete de Deus, que é a própria vida,
refletindo assim a simplicidade e o equilíbrio do macro, refletido no
micro.
Sem nenhuma pretensão, anterior ou posterior, ou do momento
presente, pois estes são produtos do egoísmo oriundo da mente temporal.
Deus é atemporal.
Deus é profundamente justo.
Não há
desvios nem preferências nas suas leis.
Recebemos de acordo com o que
fazemos.
As nossas vibrações são resultado de nosso estado interior, são
elas que vão proporcionar união com vibrações harmoniosas ou
perturbadas, causando dor e angústia, ou felicidade.
Conhecendo a Lei da
Reencarnação, entendemos melhor a justiça divina.
Compreendendo Deus,
veremos que tudo o que Ele faz é justo, pois nada deve a ninguém.
Tudo o
que recebemos é graça e de graça, nada temos feito para ter crédito com
Deus.
Pois, por mais que façamos, é Dele o potencial, a capacidade e a
oportunidade de agir.
Se vivermos esta verdade, nunca passará por nossa
mente a questão de Deus ser justo ou injusto.”
Livro:- O Vôo da Gaivota
Cap. Numa Reunião Espírita
Espírito Patrícia
Psicografia de Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho
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