quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Para Não Dizer que... Não Falei das Flores... E da Paz





Para Não Dizer que... 

Não Falei das Flores... 

E da Paz
  Hoje, algo mudou.

Hoje, olhamos para o espaço e buscamos o céu azul e límpido, num anseio natural por aquilo  que ele, o céu, pode transmitir.

Descemos o olhar e buscamos as flores e as plantas. Sorrimos para o animal e para a criança, entendendo o momento em que estagiam.

   Excursionamos o pensamento nas coisas próximas e distantes que materializamos em ação, com o nosso infinito poder de co-criar.

Olhamos para o outro, o nosso próximo (ainda uma incógnita), com menos receio e menor desconfiança, pois sabemos que:-

 Se sorrirmos, ele também será capaz de sorrir, 
 Se o sorriso vier acompanhado de bons sentimentos,
 Será estabelecido, de forma imediata, um diálogo mudo,
 Mas repleto de energias positivas que nos alimentará a alma de forma incessante.

 Se houver um abraço, um toque de mãos,
 Selaremos na matéria o que o Espírito iniciou.

A capacidade de concretizar em ato, o que ele, o Espírito, cria em sentimentos.

 Se o outro sofrer, sofreremos juntos,
 Se ele vier a chorar, seremos capazes de mesclar as nossas lágrimas.

No entanto, tudo isto não basta, pois a Solidariedade é apenas o primeiro passo para o exercício da Fraternidade.

  Esta sim é complexa, pois vê no outro o seu igual.

—  Prestemos atenção na Natureza:-

 Ela conversa conosco, num diálogo contínuo de Amor e Paz,
 Nas tempestades e nas manifestações telúricas dos vulcões, terremotos e maremotos.

 Temos a ação disciplinadora e saneadora do Plano Divino da Criação,
 No entanto, aos nossos olhos são calamidades.

 Nos animais, o instinto de sobrevivência os impele a saciar a fome premente e a perpetuar a espécie,
 Ao nosso ver, são agressões e violência.

 A severidade das manifestações naturais escapa-nos à compreensão, parecendo-nos incompatíveis com o equilíbrio e a razão,
 Porém, em tudo isto há harmonia.

Espécies que se sucedem nas experiências vitais, a própria terra se manifesta, estuante de vida, nas estações, onde periodicamente a natureza ora adormece, ora desperta, plena de vitalidade e beleza, num movimento incessante de renovação.

 E o ser humano?
 Ah, o ser humano...

Este, criado à imagem e semelhança de Deus, seu Criador, por meio do maior representante desta Paternidade em nosso meio, descobriu que era partícipe da divindade.

Pois Ele revelou-nos:-
—  "Sois deuses".

Dotado do mais incrível potencial de que jamais outro Ser será capaz; realizado nas instâncias evolutivas, pode refletir em si mesmo as luzes com as quais foi feito.

  Embora partícipe da Criação, no entanto, ainda traz em si o lado vazio e escurecido do mal ainda não transformado em bem - este o drama da sua dualidade moral.

Preso a esse vazio existencial, luta consigo mesmo, expressando na relação com o outro, o seu inconformismo e a sua inadaptação. 

Conclamado às instâncias superiores da existência, ainda estagia na dialética do ódio e da agressividade primários.

—  Contudo:-

 Rasga-se a carne,
 Permanece o Espírito.

 Agride-se o corpo,
 Permanece a essência.

Nada se destrói, tudo se transforma.

—  Vão-se as construções materiais:

 Fica o Espírito necessitado,
 Perambulando por entre os escombros,
 Gritando a sua dor e a ignorância da própria realidade.

Hoje, porém, algo mudou. 

Embora a Natureza continue o seu ciclo dialético, o homem se renovou, pois foi capaz de parar e refletir.
 
  Refletir em sua imensa capacidade de ser bom, mas também, no quanto a sua ignorância do bem o leva a cometer desatinos, em nome de algo que simbolize o seu apego à transitoriedade. 
 
Violência e agressão são formas de manifestação da imensa ausência de paz interior. 
 
  E sabedores disto, os representantes do Encontro de Líderes Religiosos e Espirituais pela Paz Mundial, promovido pela ONU, em Nova York, reproduziram, no Compromisso com a Paz Global. 
 
Que nenhum indivíduo, grupo ou nação pode viver no nosso mundo em um microcosmo isolado, independente, mas que, ao contrário, todos devem compreender que cada ação nossa tem impacto sobre os outros e na emergente comunidade global. 
 
  Isto é o reconhecimento patente de que deixamos de viver apenas para a nossa parentela consanguínea, transitória, para transcender, abrangendo, no tempo e no espaço, a todos os que permutam a parentela espiritual.
 
—  Ao reconhecer como irmãos a todos com os quais falava: 
 
 Os nossos desatinos, 
 Ao voltar da aflição e da morte, 
 Ao perdoar, na cruz de suas imensas dores...
 
... Jesus provou, veementemente, a nossa verdadeira realidade. 
 
—  Não mais circunscrita em aldeias, mas aberta, 

 Nas grandes metrópoles, 
 Bem como nas vilas distantes, 
 Nos lugarejos e nas megalópoles.
 Ao perdoar, na cruz de suas imensas dores.

Somos irmãos - esta é a grande realidade. 
 
E se o ódio nos destrói e amarga por dentro, o amor será como um lenitivo balsamizando feridas, abertas pela nossa imensa carência espiritual. 
 
  Na pele e no coração daqueles que, equivocadamente, continuamos a chamar de nossos inimigos. 
 
Sonia Theodoro da Silva


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