segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Família


FAMÍLIA   

 O instituto da família é originário de Deus, o Criador. 

O ser, começando a vida sob proteção de semelhantes - os pais -, cedo aprende e vivencia o conceito de gregarismo, isto é, vida em participação comunitária.

 Nos homens, em particular, essa sublime instituição alcança foros de elevado significado espiritual. 

Transcende aos impositivos básicos da sobrevivência, aqueles que nortearam os primeiros passos dos primeiros seres vivos, na árdua senda evolutiva, da criação nos reinos inferiores da natureza, até à perfeição possível, na angelitude.

A família constitui-se, via de regra, de espíritos em ajustes, necessitados todos de equilíbrio, ante descaminhos de vidas pretéritas.

Daí porque se pode afirmar que, conquanto o superficial desconforto que experimentam os familiares, entre si, o lar é, antes de tudo, filtro depurador de mazelas comportamentais.

Não se poderá afirmar, sem compactuar com a leviandade, que todas as famílias têm desajustes ou estão em reajustes. 

Isso não! 

Mas, certamente, podemos compreender que tais agrupamentos não se fazem ao acaso, sob comando genético apenas. 

No plano de Deus, de que a Vida é o roteiro universal, o acaso não existe. 

Assim, embora obedientes sim a impositivos físicos de descendência orgânica, as famílias, em primeiro lugar, são perimetradas pela Sabedoria Divina, segundo justíssimo plano de evolução para seus componentes.

Estando como estamos num planeta de provas e expiações, não será fatuidade conjeturar que, na maioria, as famílias congregam pessoas desarmonizadas entre si. 

Longe de ser uma simples justaposição de devedores e credores, para a devida prestação de contas e acertos, o fato familiar evidencia a Bondade do Pai, ao emprestar para o casal uma quota-parte de Amor, com a qual recepcionará o filho e o criará.

Se tal tarefa lograr a harmonia, essa quota-parte é transferida em caráter permanente, da Fonte Sublime aos usuários.

 Embora os filhos cheguem depois, nem por isso podem impingir aos pais obrigações e ressarcimentos:-
- Desconhecendo o passado, prudente será que todos, pais e filhos, se compenetrem de que a reunião obedeceu a critérios tais, que os mais fortes têm a obrigação de ajudar aos mais fracos.

Nos ciclos do Tempo, onde a criança de hoje será o adulto de amanhã, que por sua vez será o ancião de depois de amanhã, os papéis de proteção, por vezes, se invertem. 

Será dentro dessa panorâmica da vida, da inversão cronológica existencial, que os valores morais emergirão, dando a uns e outros, inigualável oportunidade de demonstrarem o quanto a Vida lhes ensinou.

Em tal passo e em tais momentos, nada se compara ao Espiritismo, com a profundidade e a lógica das vidas sucessivas, expondo na vitrina mental de cada um, o que foi, o que é, e principalmente, o que será...

Muitas famílias vivem fases de angústias e desconfortos quando as teias do destino as envolvem, de forma inexorável, obrigando-as a decisões capitais.

Mudanças de um local para outro, para onde seja, traz sempre no bojo profunda alteração vivencial familiar, eis que como se vira a página de um livro, também ficam para trás vizinhos, amigos, lembranças, amores...

Os pais afastam-se dos vizinhos e de toda a estrutura da qual se serviam para a manutenção da rotina e da vida no lar.
Crianças, havendo-as, são as que menos registram a diferença, pois seu mundo interior ainda tem fronteiras no imediato, próximas e visíveis, pouco exigentes. 

Vivem em razão do momento, alheias ao passado ou a futuro.

Já com adolescentes ou jovens, o trauma é significativo, não raro originando rupturas emocionais, pois a mudança implode todo o alicerce que imaginavam já pronto para, sobre ele, construírem suas vidas. 

Muitos, senão todos, têm já suas companhias para as atividades e não são poucos os que já vivem na doce e fulgurante fase do namoro, Faze que, ao longo da vida, poderá mostrar-se fugaz, porque nem sempre o "primeiro amor" é o definitivo. 

Mas, como os jovens só saberão disso muito tempo depois, na época consideram que a mudança explodiu o seu mundo e que, os estilhaços feriram indelevelmente seus corações.

Não são raros os casos de suicídio, nessa fase.

Exacerbados os sentimentos, nublada a razão, portas abertas à nefasta aproximação de espíritos obsessores, esse é mesmo o período das grandes turbulências emocionais, para toda a família!

Mais que nunca, os pais deverão buscar na prece o auxílio indispensável à normalidade do relacionamento familiar.

(Esta crônica está inserida na página 101 do belo romance Escravos do Ouro, de autoria do Espírito Van der Goehen, psicografado por Eurípedes Kühl - editado por Lúmen Editorial (www.ceu.com.br).

Nessa belíssima obra temos conhecimento de como o ouro foi descoberto na região onde se situa a cidade de Ouro Preto MG, cujo ouro, toneladas e mais toneladas dele foram enviadas para Portugal que por sua vez as repassou para a Inglaterra que se utilizou de toda essa fortuna para implantar a Revolução Industrial. 

Esta, veio a transformar o Mundo! 

(Observação do compilador com base em registro do próprio autor espiritual).

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