sábado, 22 de dezembro de 2012

Não acreditei em todos os espíritos




 " Abrindo o Céu "

Caríssimos, não acrediteis em todos os Espíritos, mas provai se os Espíritos são de Deus, porque são muitos os falsos profetas, que se levantaram no mundo.” 
João, Epístola I, cap. IV: 1

Os fenômenos espíritas, longe de confirmarem os falsos cristos e os falsos profetas, como algumas pessoas gostam de dizer, vêm, pelo contrário, dar-lhes o último golpe. 

Não soliciteis milagres nem prodígios ao Espiritismo, porque ele declara formalmente que não os produz. 

Da mesma maneira que a Física, a Química, a Astronomia, a Geologia, revelaram as leis do mundo material, ele vem revelar outras leis desconhecidas, que regem as relações do mundo corpóreo com o mundo espiritual. 

Essas leis, tanto quanto as científicas, pertencem também à natureza. 

Dando, assim, a explicação de uma ordem de fenômenos até agora incompreendidos, o Espiritismo destrói o que ainda restava do domínio do maravilhoso.

Como se vê, os que fossem tentados a explorar esses fenômenos em proveito próprio, fazendo-se passar por enviado de Deus, não poderiam abusar por muito tempo da credulidade alheia, e bem logo seriam desmascarados. 

 Aliás, como já ficou dito, esses fenômenos nada provam por si mesmos:-
- a missão se prova por efeitos morais, que nem todos podem produzir. 

Esse é um dos resultados do desenvolvimento da ciência espírita, que pesquisando a causa de certos fenômenos, levanta o véu de muitos mistérios. 

Os que preferem a obscuridade à luz, são os únicos interessados em combatê-la. 

Mas a verdade é como o Sol:-
dissipa os mais densos nevoeiros.

O Espiritismo vem revelar outra categoria de falsos cristos e de falsos profetas, bem mais perigosa, e que não se encontra entre os homens, mas entre os desencarnados. 

É a dos Espíritos enganadores, hipócritas, orgulhosos e pseudo-sábios, que passaram da Terra para a erraticidade e se disfarçam com nomes veneráveis, para procurar, através da máscara que usam, tornar aceitáveis as suas ideias, frequentemente as mais bizarras e absurdas. 

Antes que as relações mediúnicas fossem conhecidas, eles exerciam a sua ação de maneira mais ostensiva, pela inspiração, pela mediunidade inconsciente, auditiva ou de incorporação. 

O número dos que, em diversas épocas, mas sobretudo nos últimos tempos, se apresentaram como alguns dos antigos profetas, como o Cristo, como Maria, e até mesmo como Deus, é considerável.

São João nos põe em guarda contra eles, quando adverte:-
- “Meus bem amados, não acrediteis em todos os Espíritos, mas provai se os Espíritos são de Deus; porque muitos falsos profetas se têm levantado no mundo”. 

O Espiritismo nos oferece os meios de experimentá-los, ao indicar as características pelas quais se reconhecem os bons Espíritos, características sempre morais e jamais materiais. 

(Ver o Livro dos Médiuns, Caps. 24 e segs.). 

É sobretudo ao discernimento dos bons e dos maus Espíritos, que podemos aplicar as palavras de Jesus:-
Reconhece-se a árvore pelos seus frutos; uma boa árvore não pode dar maus frutos, e uma árvore má, não pode dar bons frutos”. 

Julgam-se os Espíritos pela qualidade de suas obras, como a árvore pela qualidade de seus frutos.

Do 'Evangelho Segundo o Espiritismo'
Allan Kardec 
Capítulo 21

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