ANSIEDADE, SOMATIZAÇÃO, PÂNICO E ECTOPLASMIA
Temos neste artigo a intenção de introduzirmos um novo olhar sobre este
tema que abrange tantas pessoas, sem a pretensão de ser a verdade
absoluta, mas fazermos a correlação entre este assunto e as questões da
espiritualidade e que estudamos na Associação Médico-Espírita de
Santos-SP, que é vinculada à Associação Médico-Espírita do Brasil e na
Sociedade Brasileira de Terapia de Vida Passada (SBTVP).
Ouvimos falar muitas vezes, erradamente por parte dos pacientes, que
estão tendo uma crise de ansiedade aguda ou o pânico, por apresentarem
um mal estar diferente ou uma reação de estresse intenso ou ainda uma
fobia provocada por uma situação do seu dia a dia, como por exemplo, o
fato de ter sido assaltado, ou ter que lhe dar com um momento
desagradável em casa, na rua ou no seu trabalho com alguma pessoa.
Isto é
só uma maneira da língua portuguesa se expressar quando se utiliza da
palavra “pânico”, mas não caracteriza o transtorno de ansiedade e de
pânico como veremos logo a seguir.
Como definição, podemos dizer que a ansiedade é um estado de humor
negativo caracterizado por sintomas corporais de tensão física e
principalmente de apreensão com relação ao futuro.
Nós, em nossa rotina,
podemos nos expressar que estávamos ou estamos ansiosos para passar por
determinada situação ou algo que queiramos que aconteça em tal momento e
aí poderíamos dizer que a ansiedade tem um lado que é benéfico quando
ela te prepara e/ou te protege de algo do seu cotidiano, quando por
exemplo, vamos viajar e precisamos arrumar as malas ou até mesmo fazer
um plano de previdência privada para garantia de uma vida melhor na
velhice.
Então eu me preparo com relação ao porvir, sem necessariamente
ficar preso ao futuro, fazendo tudo ao seu tempo.
O que percebemos com
relação à ansiedade é que nós, seres humanos em geral, somos muito
controladores, temos uma tendência natural de queremos sempre as coisas
todas do nosso jeito e no nosso tempo.
E aí a ansiedade se torna
patológica quando a minha reação é intensa ou desproporcional ao
estímulo que a originou.
Quando então abordamos a questão das somatizações seriam as
consequências psicológicas desta ansiedade patológica, sem uma causa
orgânica diagnosticada previamente por um profissional de saúde que deve
ser consultado seja ele da clínica geral ou da especialidade que
acomete determinado órgão ou sistema sobre a queixa do paciente.
Uma
série de sintomas físicos de uma maneira repetitiva e contínua: dores
crônicas, as inflamações até mesmo inexplicáveis (as “ites”) tais como
sinusites, rinites, labirintites, gastrites, colites e assim por diante.
A maioria dos exames médicos está com seu resultado no padrão de
normalidade, mas os pacientes referem apresentar os sintomas que são
reais, de maneira suave, moderada ou intensa, com extremo prejuízo
social, ocupacional, afetivo e estressor por si só.
Traduzindo assim uma
“angústia psicológica” com sentimentos e pensamentos não saudáveis para
o corpo e para a mente como causa e ao mesmo tempo consequência de si
mesmo.
E ao paciente que foi orientado logo em seguida para procurar ajuda
junto a um médico psiquiatra ou a um psicólogo parece que é um atestado
de as coisas estão ruins de fato e de são incuráveis, pois a fama de
quem vai ao psiquiatra na sociedade em geral não é das melhores.
Infelizmente este preconceito ainda existe e muitas destas pessoas
sofrem em silêncio sem necessidade, situação esta que pretendemos
desmistificar através de palestras, artigos e congressos, pois o pior de
tudo é a ignorância.
Medicamentos ansiolíticos, antidepressivos,
homeopáticos, uma boa psicoterapia quando bem indicados são excelentes
instrumentos ao reequilíbrio físico e psicológico.
Além, claro, da
terapêutica complementar espírita, como passe, água fluidificada,
desobsessão e principalmente a auto-evangelização como abordaremos mais
adiante.
E quais sentimentos não saudáveis que eventualmente podemos
cultivar de uma maneira consciente ou não e que podem nos prejudicar
atingindo o corpo físico?
Citaríamos as raivas não bem resolvidas,
pequenas irritações constantes, mágoas, egoísmos, prepotências, orgulhos
dos mais variados, indiferenças, etc.
Já a crise de pânico propriamente dita seria a sequência de ataques
intensos e recorrentes daquela ansiedade com sintomas físicos
desagradáveis tais como taquicardia, sudorese, náusea, vômito, alteração
da pressão arterial para mais ou para menos, palidez ou vermelhidão
cutânea, tontura, formigamento, arrepios, dor forte no tórax, um medo
incontrolável sem um motivo que o justifique gerando um forte
constrangimento por parte do paciente pois, já não é a primeira vez que
isto acontece e com a sensação de uma morte iminente, que é bem
característico e que muitas vezes faz o paciente buscar auxílio em
serviços de pronto-socorros e se faz necessário sim justamente para se
fazer diagnóstico diferencial de outras patologias graves e que de fato
podem ser de risco de vida como um infarto, alterações
endocrinológicas, ingestão de drogas lícitas ou ilícitas, infecções
virais ou bacterianas e convulsões por exemplo. Este intenso mal estar
pode durar de minutos a horas, pode acontecer em qualquer lugar, aberto
ou fechado, de dia ou de noite, paciente sozinho ou acompanhado e
geralmente acomete mais o adulto jovem, com maior prevalência dos 25 aos
30 anos de idade e mais em mulheres do que em homens (2:1).
Normalmente
nestas crises os exames de urgência como eletrocardiograma, de sangue
que diagnostiquem alterações hemodinâmicas, metabólicas e outros estão
normais e é feito alguma medicação calmante para alívio dos sintomas de
mal estar.
Destaca-se também a real necessidade do profissional de saúde
entender um pouco deste assunto, querer ajudar e humanizar o
atendimento médico.
Percebemos na anatomia e fisiologia do nosso cérebro algumas áreas
correlacionadas com o medo e as suas reações em cadeia.
O tálamo que
recebe as informações oriundas dos olhos, ouvidos, boca e pele repassa
ao córtex sensorial que vai interpretar estas sensações como
desagradáveis.
Já o hipocampo vai armazenar e recuperar estas memórias,
processando os estímulos recebidos como já vivenciados antes, mandando
as informações para a região vizinha das amígdalas decodificando as
emoções e determinando possíveis ameaças, armazenando a memórias do medo
e ao hipotálamo finalmente caberia a decisão do que fazer:-
- Lutar ou
fugir mediante ao fator estressor.
Estas ações neurológicas vão ao mesmo
tempo fazendo as conexões perispirituais, fisgando do nosso passado
situações já vivenciadas antes por nós noutras encarnações, ora como
vítimas de alguém em situações violentas e ora como algozes de
terceiros, quando fizemos alguém sofrer física ou psicologicamente.
Então como causas dos transtornos de ansiedade, somatização e pânico,
poderíamos citar as orgânicas e psicológicas tais como a alteração da
produção e da receptação da serotonina que é um neurotransmissor
(principalmente no sistema límbico, área das emoções cerebrais); o
stress da vida moderna; os traumas vivenciados nesta vida e em outras
vidas passadas, ampliando a visão reencarnacionista das psicopatologias;
uma personalidade previamente hipocondríaca; falta de confiança em si e
na providência Divina; um temperamento extremamente controlador das
situações e do porvir.
E como causas espirituais, poderíamos citar a
questão da mediunidade desiquilibrada, sensibilidade esta onde faz a
pessoa ser um para-raio ambulante; processos obsessivos espirituais onde
o que chama a nossa atenção para as intuições negativas que os
pacientes referem ter sobre seus sintomas (tentativas de convencimento
psicológico e mental por parte destes espíritos que o paciente vai
sofrer eternamente, e que vai morrer por conta disto - geralmente um
fato traumático praticado ou sofrido entre o paciente e seu obsessor de
plantão); e finalmente uma intensa e aguda manipulação de um fluido, que
se chama ectoplasma, por parte dos obsessores gerando as somatizações.
Achamos no Livro:- “Evolução em Dois Mundos”, de André Luiz pela
psicografia do médium Chico Xavier em seu capítulo 14 – 1ª parte, a
seguinte expressão - psiconeurose:-
- Uma simbiose obsessiva onde espíritos
anestesiam ou infantilizam mente menos aptas ao auto-controle, podendo
evoluir para um episódio epiléptico.
E pensando na questão da evolução
espiritual que todos nós temos de encarnação em encarnação na eterna
escola da vida, nosso passado é de muitos erros.
Criamos estes desafetos
por opção própria e estes também pelo seu livre-arbítrio não nos
perdoaram até os dias atuais e que conseguem nos achar na vida atual por
sintonia e frequência parecidas já que não evoluímos tanto assim como
pensamos e ainda temos muitas recaídas nas nossas questões mais íntimas
de fundo moral e de caráter, facilitando este reencontro.
Então estes pacientes teriam, por esta teoria, uma produção fisiológica
e acúmulo natural de ectoplasma em seu organismo de uma maneira acima
da média geral, sendo candidatos a prestarem atenção em sua mediunidade
de dar passes de uma maneira geral e em sessões de cura em casas
espíritas doando este fluido, principalmente, se quiserem melhorar de
seus sintomas.
A doação, a caridade, a generosidade:-
- Mais uma vez
remédios que a medicina ainda há de descobrir.
Este ectoplasma seria um
fluido, uma energia, uma matéria, uma substância semi-material condutora
de eletromagnetismo, amórfica, elástica, inodora, expansível,
fotossensível, tangível, obediente à ação mental, produzida pelos seres
humanos encarnados.
Porém, manipulável pelos encarnados e desencarnados
para o bem ou par ao mal, interagindo com o meio ambiente, penetrando
qualquer matéria, através dos fenômenos físicos pela materialização de
espíritos e objetos que fazem parte da história do começo do espiritismo
na humanidade, sessões de curas nas casas espíritas e na psiquiatria
nos transtornos de somatizações.
Até o momento não existe nenhum tecnologia capaz de mensurar estes
efeitos, mas inúmeros outros sérios pesquisadores já citavam o
ectoplasma em seus trabalhos tais como William Crookes, William
Crawford, Charles Richet - fundador da metapsíquica, Allan Kardec e
Chico Xavier.
A origem do ectoplasma é alimentar, sendo produzido nas
mitocôndrias de todas as células do corpo físico, principalmente as do
fígado.
As mitocôndrias consomem o oxigênio inspirado, metabolizando a
glicose (nosso alimento), liberando o gás carbônico, água e produzindo
este fluido ectoplásmico.
Assim, ficaria mais acumulado em nossos
abdômen e tórax, sendo eliminado junto com o gás carbônico pela
expiração, mas saindo por todos os orifícios do corpo humano quando em
excesso.
E quando não doado a contento, somatizaria de acordo como ponto
fraco do períspirito (traumas trazidos de vidas passadas provocados ou
vitimizados) de cada indivíduo.
Portanto, a pesquisa de patologias orgânicas previamente, o uso de
medicação adequada na dose e períodos corretos, um bom processo
psicoterapêutico (cognitiva, comportamental, regressão de memória) que
ajude ao paciente a elevação de seus sentimentos, mudança do estilo de
vida como um todo, a prática da caridade, a melhora do temperamento,
tratamento de desobsessão espiritual, o evangelho no lar e a questão do
estudo teórico e prático da mediunidade para dar passes seriam muito
importantes questões a serem tratadas pelos indivíduos portadores deste
tipo de transtorno.
E para finalizar segue um muito inspirado poema de Emmanuel:-
- “Aconteceu talvez o que não esperavas ...
O lado contra te ironiza.
O
sentimento ferido te aborrece.
Entretanto, reflete nas bençãos que a
Divina Providência já te concedeu e procure sorrir.
Não te indisponhas
com ninguém ...
Continua trabalhando e servindo em paz.
Aguarda o tempo,
na certeza de que pelas circunstâncias da vida, nas páginas do tempo é
que se manifesta, mais claramente a voz de Deus”.
Dr. Flávio Braun Fiorda
Médico Psiquiatra
Pres. AME-Santos/SP e Pres. SBTVP
Sobre o Autor(a) deste Artigo
Flávio Braun Fiorda
Psiquiatra, Didata, Supervisor, Orientador, Autor, DIretor de Cursos e Pres
E-mail: braun.net@uol.com.br
Autor: Flávio Braun Fiorda
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