terça-feira, 29 de março de 2016

Como o espíritovê o corpo após a morte ?






Como o espíritovê o corpo após a morte ?

A ideia que geralmente se faz dos Espíritos torna a princípio incompreensível o fenômeno das manifestações.

Elas não podem ocorrer sem a ação do Espírito sobre a matéria. 

Por isso, os que consideram o Espírito completamente desprovido de matéria perguntaram, com aparente razão, como o pode agir materialmente. E nisso precisamente está o erro. 

Porque o Espírito não é uma abstração, mas um ser definido, limitado e circunscrito.

O Espírito encarnado é a alma do corpo; quando o deixa pela morte, não sai desprovido de qualquer envoltório.

Todos eles nos dizem que conservam a forma humana, e, com efeito, quando nos aparecem, é sob essa forma que os reconhecemos.

Observamo-los anteriormente no momento em que acabavam de deixar a vida.

Acham-se perturbados; tudo para eles é conclusão; vêem o próprio corpo perfeito ou mutilado, segundo o gênero de morte; por outro lado, vêem a si mesmo e se sentem vivos. 

Alguma coisa lhes diz que aquele corpo lhes pertencia e não compreendem como possam estar separados. 

Continuam a se ver em sua forma anterior, e essa visão provoca em alguns, durante certo tempo, uma estranha ilusão:-
-Julgam-se ainda vivos.

Falta-lhes a experiência desse novo estado para se convencerem da realidade. 

Dissipando-se esse primeiro momento de perturbação, o corpo lhes aparece como velha roupa de que se despiram e que não querem mais.

Sentem-se mais leves e como livres de um fardo. 

Não sofrem mais as dores físicas e são felizes de poderem elevar-se e transpor o espaço, como faziam muitas vezes em vida nos seus sonhos.

(1) Ao mesmo tempo, apesar da falta do corpo constatam a inteireza da personalidade:-
-Tem uma forma que não os constrange nem os embaraça tem a consciência do eu, da individualidade. 

Que devemos concluir disso?

Que a alma não deixa tudo no túmulo mas leva com ela alguma coisa.

54. Numerosas observações e fatos irrecusáveis, de que trataremos mais tarde, demonstraram a existência no homem de três componentes:- 
1º) a alma ou Espírito, princípio inteligente em que se encontra o senso moral;

2º) o corpo, invólucro material e grosseiro de que é revestido temporariamente para o cumprimento de alguns desígnios providenciais;

3º) o perispírito, invólucro fluídico, semimaterial, que serve de liame entre a alma e o corpo.

A morte é a destruição, ou melhor, a desagregação do envoltório grosseiro que a alma abandona.

O outro envoltório desprende-se e vai com a alma, que dessa maneira tem sempre um instrumento.

Este último, embora fluídico, etéreo, vaporoso, invisível, para nós em seu estado normal, é também material, apesar de não termos, até o presente, podido captá-lo e submetê-lo à análise.

Este segundo envoltório da alma ou perispírito existe, portanto, na própria vida corpórea.

É o intermediário de todas as sensações que o Espírito percebe, e através do qual o Espírito transmite a sua vontade ao exterior, agindo sobre os órgãos do corpo. 

Para nos servimos de uma comparação, é o fio elétrico condutor que serve para a recepção e a transmissão do pensamento.

É, enfim, esse agente misterioso, inapreensível, chamado fluido nervoso, que desempenha tão importante papel na economia orgânica e que ainda não se considera suficientemente nos fenômenos fisiológicos e patológicos. 


Estudo Sobre Espiritismo
 O Livro dos Médiuns
Allan kardec 

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