Bias, de Priene (século VI a.C.), um dos sete sábios da antiga Grécia, pontificava por elevados dotes intelectuais.
Mais que isso:-
- Era íntegro e honesto.
Jamais colocou seu talento e sua inteligência a serviço de interesses menos dignos.
Diante de questões litigiosas, que exigiam um mediador sábio e justo, dizia-se:-
– É uma causa para o cidadão de Priene!
Sua presença conciliatória serenava os ânimos e garantia o triunfo da verdade e da justiça.
Quando Ciro II, o Grande (585-529 a.C.), ambicioso rei persa, iniciou suas guerras de conquista, estabelecendo um dos maiores impérios da antigüidade, as cidades gregas estavam em seu caminho.
Em breve Priene foi sitiada.
Instalou-se o pânico.
Os moradores trataram de fugir.
Em atabalhoado esforço, buscavam levar a maior quantidade possível de pertences.
A confusão era enorme.
Grande agitação, ânimos exaltados, choro, histeria coletiva…
A exceção:-
- Bias.
Deixou a cidade tranqüilamente, sem carregar nada.
Os amigos estranharam.
– E os seus bens?
O filósofo sorriu, explicando:-
– Trago tudo comigo.
Referia-se aos seus valiosos dotes de cultura, conhecimento e virtude.
Em qualquer lugar, esses patrimônios inalienáveis lhe garantiriam subsistência honesta e digna.
***
Enfrentamos, na experiência humana, crises periódicas que exigem o resgate do passado ou testam as aquisições do presente.
• Moléstia insidiosa.
• Acidente inesperado.
• Perda de um bem.
• Demissão na atividade profissional.
• Fracasso de um empreendimento.
• Ruptura da ligação afetiva.
• Defecção do amigo.
• Morte do ente querido.
Sitiados pela adversidade, somos chamados a deixar as posições em que nos acomodamos, à procura de caminhos novos que se desdobram a nossa frente.
Detalhe importante:-
- A crise é também um teste de avaliação.
Revela nossa posição espiritual.
Dependendo de nossas reações, podemos ser reprovados, com o compromisso de repetir estágios ou ganhar honrosa promoção.
Reclamamos da sorte?
Tropeçamos na inconformação?
Caímos no desânimo?
Mergulhamos no desajuste?
Lamentável!
Superficial é a nossa crença, frágil o nosso ânimo, precária a nossa estabilidade.
Superficial é a nossa crença, frágil o nosso ânimo, precária a nossa estabilidade.
Encaramos a adversidade com bom ânimo?
Confiamos em Deus?
Cultivamos a serenidade?
Estamos dispostos a enfrentar o desafio?
Ótimo!
Demonstramos possuir um patrimônio de valiosas aquisições espirituais.
E trazemos “tudo conosco”, a nos sustentar o equilíbrio e a paz, onde estivermos.
Livro:- "Luzes no Caminho"
Richard Simonetti
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