segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Em busca do sentido - Viktor Frankl





Ele tinha um consultório de Neurologia e Psiquiatria em Viena. 

Então, os nazistas invadiram a Áustria em 1938.  

Como Diretor do Departamento de Neurologia do Rothschild Hospital, com risco da própria vida, decidiu sabotar as ordens que recebera de proceder à eutanásia dos doentes mentais sob seus cuidados.

Aprisionado, em setembro de 1942, foi enviado ao Gueto de Theresienstadt, na cidade de Terezin, onde seu pai viria a morrer por exaustão.  

Tornando-se o prisioneiro número cento e dezenove mil, cento e quatro (119.104), Viktor Frankl vivenciou o horror dos campos de concentração de Auschwitz, Kaufering e Türkheim.

O manuscrito do livro que escrevera e trazia, como seu tesouro, lhe foi tomado e destruído. 

Um grande projeto, um trabalho ao qual se dedicara, simplesmente desprezado e destroçado.

Ao chegar ao barracão que lhe fora destinado, em Auschwitz, ele comentou que perdera de vista seu amigo porque ele fora selecionado para a outra fila.  

Quem lhe estava ao lado, ciente da cruel realidade, lhe apontou a janela e, indicando a fumaça que saía das chaminés de outro enorme barracão, lhe disse:-
- Você pode vê-lo ali!  

E seu calvário estava apenas começando. 

Até ser libertado a 27 de abril de 1945, pelas tropas norte-americanas, ele padeceu as mais difíceis situações.  

Cavou túneis, trabalhou em escavações e construções de ferrovias. 

Sofreu a terrível saudade dos familiares, a dureza da ausência total de notícias.  

A esposa, aos vinte e quatro anos, morreu em Auschwitz. 

Fato do qual ele tomaria conhecimento ao chegar a Viena, ao final da guerra.  

Da família, afinal, somente sobreviveu a irmã Stella, que fugira para a Austrália.  

Pois esse psiquiatra vienense escreveu, em apenas nove dias, o seu mais extraordinário Livro:-
- Em Busca de Sentido.



É o relato autobiográfico do que padeceu ele e do que presenciou os companheiros de infortúnio sofrerem.  

Na descrição sincera, trágica de suas dores, ele faz a análise psicológica de prisioneiros e de carcereiros, na qual, necessariamente, não são bons os primeiros e maus os segundos.  

Utilizou qualquer tempo de que dispunha para a observação minuciosa do comportamento, das reações do ser humano frente à adversidade.  

É um exemplo vivo de que, mesmo sob condições terríveis, o ser humano pode se adaptar e sobreviver.  

E é exatamente nesse sofrimento atroz que ele encontra sua tese central sobre o sentido da vida e a psicologia humana.

É ali que ele sedimenta as idéias sobre a Logoterapia (A1), considerada a terceira escola vienense de psicoterapia.

A vida é sofrimento, e sobreviver é encontrar sentido na dor.  

Quando todos os objetivos da vida estão desfeitos, ao homem somente resta uma liberdade:-
- A capacidade de escolher a atitude pessoal que assumirá diante das circunstâncias que o envolvem.  

Viktor Frankl escolheu sobreviver

Mas, não somente isso:-
- Exemplificou a capacidade humana de se erguer acima do seu destino, por mais adverso que seja, literalmente, dar a volta por cima, e construir uma vida digna e honrada.  

Mais ainda:-
- Uma vida que dê significado e contribua a benefício de outras vidas.  

Miremo-nos no seu exemplo.


Redação do Momento Espírita



A1 - "A Logoterapia, diferentemente de outras psicoterapias, pesquisa a dimensão espiritual do ser humano A busca do indivíduo por um sentido é a motivação primária em sua vida, e não uma "racionalização secundária" de impulsos instintivos."


 - http://msgdeluz.blogspot.com.br/



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