A Difícil, mas Possível, Arte de Pedoar !
Quem não perdoa dá ao passado o direito de arruinar o presente “(...) tudo possamos resolver na luz do bem, seguindo assim, sem guardar mágoa de ninguém, bem junto à vibração de Jesus abençoante...”
Ivan de Albuquerque [1]
Ao Seu
tempo, Ele não poderia ter feito mais do que fez...
Optou por esparzir
as Sementes de Luz, confiando que o desdobrar dos milênios as faria
frutificar.
É verdade que a eclosão total dessas sementes, em frutos
sazonados, só seria possível sob o calor do Sol do “Consolador” por
Ele anunciado, quando, finalmente, a Humanidade lograria alcançar – em
toda magnitude – a essência de Seus ensinamentos.
Provavelmente por
isso, tenha afirmado[2]:-
- “Ainda tenho muito a vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora”.
Aproximando-se d`Ele, Simão Pedro perguntou[3]:-
-“Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei?
Até sete?!
Jesus lhe disse:-
- “Não te digo até sete, mas setenta vezes sete”.
E
mais não disse...
Foi lacônico, ficando evidente que o entendimento
completo desta norma viria mais tarde com o Consolador.
E não deu outra
coisa...
Veio mesmo!
E mais ainda:-
- Atualmente, as lições sobre a
necessidade e o efeito do perdão estão chegando – abundantemente – até
mesmo fora dos arraiais espiritistas.
Portanto, vamos – a partir daqui
–, pinçar algumas assertivas do notável psicólogo Fred Luskin, da
Universidade de Stanford, insertas no livro de sua autoria intitulado:-
- “O Poder do Perdão, Uma receita PROVADA para a saúde e a felicidade”, editado
pela W11 Editora Ltda, de S. Paulo, nas quais vamos poder observar que
inúmeros são os efeitos positivos do perdão, dentre os quais, o que
consideramos mais importante de todos é a paz que ele proporciona ao coração de quem perdoa, desvinculando-o das garras constritoras do ódio comburente e avassalador...
Ao
contrário do que muitas pessoas pensam, perdoar não é ser conivente com o
erro ou com a falta do outro...
Jesus perdoou sem jamais ser conivente
com os equivocados.
“Não temos que virar capacho para perdoar”
–
diz Fred Luskin.
E continua dizendo:-
- “(...) o perdão é a decisão que
nos livra da afronta e culpa que nos paralisou num ciclo de sofrimento.
Quem não perdoa, dá ao passado o direito de arruinar o presente.
O
amor, a sensação de estima e gratidão e a capacidade de perceber a
beleza são sentimentos reais.
São importantes.
São expressões profundas
da experiência humana...
Infelizmente,
muitas pessoas frustradas e magoadas desenvolvem o mau hábito de
enfocar mais seus sofrimentos do que suas bênçãos.
Isso as mantém presas
em um ciclo de dor e à sensação de que a Paz e o Amor duradouros estão
fora do seu alcance.
Mesmo os sentimentos favoráveis mudarão e
passarão.
Em alguns dias vemos o copo meio cheio, em outros, meio vazio.
Para obtermos uma vida plena e profunda, precisamos ser capazes de
experienciar todas as nossas emoções de maneira adequada.
O problema é
não conseguir encontrar a completude da experiência humana quando nosso ‘controle remoto’ está
emperrado no canal da mágoa.
Precisamos lembrar que tanto os
sentimentos favoráveis quanto os desfavoráveis chegarão e partirão.
Portanto, o ‘controle remoto’ das emoções precisa estar
disponível para mudar de canal assim que nos sentirmos presos no canal
do sofrimento ou mágoa.
Podemos mudar nossa experiência lembrando que
existem outros canais...
O
inconveniente de conservar uma mágoa é que isso nos mantém ligados, de
modo ineficaz, à pessoa que nos fez sofrer.
Quando ruminamos sobre
feridas e sofrimentos passados, conectamos com uma parte de nossa vida
que não funcionou bem.
E tal lembrança, além de não acrescentar nada de
positivo, pode fazer-nos muito mal, revolvendo a vaza pútrida que
contaminará o presente.
Portanto, além de ajudar a curar antigos
sofrimentos, o perdão pode ajudar a minimizar a possibilidade de
criarmos sofrimentos presentes e futuros, ou seja, podemos empregar o
perdão para nos vacinar contra a volta do sofrimento.
As
pessoas podem nos fazer sofrer, mas apenas nós escolhemos como reagir.
Cada um tem a opção de perdoar ou não perdoar, e ninguém pode nos forçar
a escolher.
Se quero perdoar alguém, ninguém pode me impedir,
independentemente de quão abjetamente o autor da afronta possa ter
agido.
Essa opção entre perdoar ou não perdoar é um exemplo do poder que temos para curar as feridas da nossa vida e tocá-la adiante.
Por
podermos eleger o perdoar, temos também a opção de levar ou não uma
coisa a mal.
Meu entendimento a respeito do perdão sugere a ideia
radical de que a vida melhoraria se nunca (ou raramente) usássemos o
poder da escolha para nos ofendermos.
Se tivermos opção, não seria
razoável limitar a quantidade de vezes que somos feridos ou afrontados?
Depois
de ter praticado o perdão em algumas situações danosas, você logo
descobre que se tornou uma pessoa mais inclinada ao perdão e percebe que
está menos propenso a sentir raiva, ou está mais paciente com as
pessoas.
O perdão — a capacidade de viver a vida sem ofender-se e sem
culpar alguém quando magoado, e de contar histórias que denotam paz e
compreensão — é uma opção que pode ser praticada em diversas situações.
O perdão, embora não seja a única alternativa, é um jeito engenhoso de
lidar com ‘as coisas desagradáveis do destino indigno’.
Os sentimentos negativos sempre sabotam a
nossa paz, já que eles atuam como ferrugem danosa na intimidade do
nosso psiquismo.
É de bom alvitre espantar os sentimentos negativos,
impedindo-os de criar fulcros de sofrimentos transformados em mágoas.
Para tal mister, eis aqui oito regrinhas sobre os
MODOS DE PENSAR QUE FAVORECEM O PERDÃO
1.
Quero despender o menor tempo possível da minha vida no desconforto
causado pela raiva ou sofrimento.
Quero reagir bem quando as coisas não
vão do jeito que quero.
Essa decisão permite perdoar a mim mesmo,
perdoar aos outros e, até mesmo, perdoar a própria vida quando
necessário.
2. A
vida chega com experiências tanto positivas quanto desagradáveis.
Será
razoável esperar que apenas boas experiências apareçam no meu caminho?
Espero pelo positivo e sei que posso perdoar o negativo.
3.
Lidar com a vida é um desafio...
Quero ser um sobrevivente, não uma
vítima.
Cada situação danosa desafia minha determinação de viver do modo
mais pleno e amoroso possível.
Aceito os desafios que a vida coloca no
meu caminho.
4.
Sei que as pessoas sofrem quando não me perdoam.
Não quero fazer mal aos
outros desse modo; assim, considerarei o problema de um modo que lide
com êxito, ou o tire da mente.
5. A
vida está repleta de beleza e prodígios incríveis.
Perderei essas
experiências se ficar preso nas lembranças de antigos sofrimentos ou
feridas.
Ao me afastar dessas lembranças estarei perdoando a mim
mesmo.
6.
As pessoas fazem o melhor possível.
Quando erram, a melhor maneira de
ajudá-las é tentando compreendê-las.
Nesse processo, a primeira etapa
envolve perdoar tudo o que constituiu a afronta.
7. Não sou perfeito!
Como posso esperar que mais alguém seja?!
8.Entendo que todos, inclusive eu, defendemos principalmente o interesse
próprio.
Às vezes, suponho que, no meu interesse próprio, serei ferido
pela expressão do interesse próprio de uma outra pessoa.
Quando entendo
que isso faz parte da vida, por que ficar perturbado?!
O
perdão significa que encontramos a paz de espírito, embora estivéssemos
sofrendo e fôssemos maltratados.
Perdoar significa que não vamos parar
de cheirar as rosas porque os espinhos nos feriram.
O perdão significa
que tomamos melhores decisões para orientar a vida, significa que nos
sentimos melhor.
Ninguém
pode fazer as pessoas se comportarem sempre com amabilidade,
imparcialidade ou honestidade...
Não podemos destruir a crueldade
existente.
O que podemos fazer é perdoar a falta de amabilidade que
atravessa nosso caminho e investir energia na manifestação da intenção
positiva, ou seja, podemos escolher entre ficar paralisados na dor e na
frustração do passado ou buscar o potencial do futuro.
Esta última é uma
opção que podemos fazer para lograr uma vida mais saudável e feliz.
Por
toda parte podemos encontrar amor e beleza, assim como egoísmo brutal e
falta de amabilidade...
O
perdão, assim como outras emoções positivas, como esperança, compaixão e
apreço, são expressões naturais do ser humano.
Essas emoções existem
numa parte profunda de cada um de nós.
Quando as exercitamos, elas se
tornam mais fáceis de serem encontradas...”.
Ao
lecionar sobre o perdão, Jesus estava, na verdade, oferecendo-nos uma
abendiçoada carta de alforria das matrizes do ódio, descortinando-nos as
alvíssaras da paz imarcescível, aquela paz que Jesus e tão somente Ele
pode dar.
* * *
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