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sexta-feira, 7 de julho de 2017

Quando o corpo morre, demoramos para nos desligar ?


Quando o Corpo morre, demoramos para nos desligar ?

Como é esse processo ?

Morte física e desencarne não ocorrem simultaneamente. 

O indivíduo morre quando o coração deixa de funcionar. 

O Espírito desencarna quando se completa o desligamento, o que demanda algumas horas ou alguns dias.

Basicamente o Espírito permanece ligado ao corpo enquanto são muito fortes nele as impressões da existência física.

Indivíduos materialistas, que fazem da jornada humana um fim em si, que não cogitam de objetivos superiores, que cultivam vícios e paixões, ficam retidos por mais tempo, até que a impregnação fluídica animalizada de que se revestem seja reduzida a níveis compatíveis com o desligamento.

Certamente os benfeitores espirituais podem fazê-lo de imediato, tão logo se dê o colapso do corpo. 

No entanto, não é aconselhável, porquanto o desencarnante teria dificuldades maiores para ajustar-se às realidades espirituais. 

O que aparentemente sugere um castigo para o indivíduo que não viveu existência condizente com os princípios da moral e da virtude, é apenas manifestação de misericórdia. 

Não obstante o constrangimento e as sensações desagradáveis que venha a enfrentar, na contemplação de seus despojes carnais em decomposição, tal circunstância é menos traumatizante do que o desligamento extemporâneo.

Há, a respeito da morte, concepções totalmente distanciadas da realidade. 

Quando alguém morre fulminado por um enfarte violento, costuma-se dizer:-

- "Que morte maravilhosa! 

- Não sofreu nada!"

No entanto, é uma morte indesejável.

Falecendo em plena vitalidade, salvo se altamente espiritualizado, ele terá problemas de desligamento e adaptação, pois serão muito fortes nele as impressões e interesses relacionados com a existência física.

Se a causa da morte é o câncer, após prolongados sofrimentos, em dores atrozes, com o paciente definhando lentamente, decompondo-se em vida, fala-se:-

"Que morte horrível! 

Quanto sofrimento!"

Paradoxalmente, é uma boa morte.

Doença prolongada é tratamento de beleza para o Espírito. 

As dores físicas atuam como inestimável recurso terapêutico, ajudando-o a superar as ilusões do Mundo, além de depurá-lo como válvulas de escoamento das impurezas morais. 

Destaque-se que o progressivo agravamento de sua condição torna o doente mais receptivo aos apelos da religião, aos benefícios da prece, às meditações sobre o destino humano. 

Por isso, quando a morte chega, ele está preparado e até a espera, sem apegos, sem temores.

Algo semelhante ocorre com as pessoas que desencarnam em idade avançada, cumpridos os prazos concedidos pela Providência Divina, e que mantiveram um comportamento disciplinado e virtuoso. 

Nelas a vida física extingue-se mansamente, como uma vela que bruxuleia e apaga, inteiramente gasta, proporcionando-lhes um retomo tranquilo, sem maiores percalços.

 

Livro:- Quem tem medo da Morte 

 
 
 

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Quando reencarnamos, já temos uma profissão definida ?


Quando reencarnamos, já temos uma profissão definida ?

1- Todos reencarnamos com uma profissão definida?

Pode acontecer, mas nem sempre há margem para escolha. 

Se o Espírito reencarna entre camponeses, em distante rincão, dificilmente deixará de ser um trabalhador do campo.

2 - Na vida urbana há mais opções?

Sim, mas levando-se em consideração as aquisições pretéritas. 

Seria pouco produtivo, por exemplo, vincular o reencarnante à cirurgia neurocerebral, área médica altamente especializada, se jamais foi discípulo de Hipócrates.

3 - A competência profissional teria algo a ver com reencarnações pretéritas?

Tendências inatas e habilidade para determinada atividade profissional revelam vivências passadas. 

O que fizemos com assiduidade no pretérito, faremos com desenvoltura no presente.

4 - Podemos dizer que o melhor profissional será sempre aquele vinculado a atividades que exercitou anteriormente?
É algo ponderável. 

Não obstante, mais importante que a habilidade conquistada no passado é o empenho do presente. 

O melhor profissional nem sempre é o mais experiente, mas o mais dedicado.

5 - Não seria produtivo que, além da dedicação, procurássemos nos vincular a atividades para as quais temos facilidade, em virtude das experiências do pretérito?

Em termos, considerando-se que a própria evolução da sociedade humana impõe novas opções. 

Isso ocorre particularmente na atualidade, em que o trabalho braçal vai sendo substituído pela tecnologia. 

Hoje somos chamados ao exercício da inteligência, em atividades ligadas à informática, a partir da revolução disparada pelos computadores. 

Isso tudo constitui novidade para nós.

6 - A genética tem algo a ver com a habilidade profissional?
Pode acontecer. 

Notamos que determinados profissionais possuem uma estrutura física adequada ao exercício de sua profissão. 

Grandes cirurgiões, por exemplo, têm um sistema nervoso bastante estável e grande habilidade manual, fundamentais à cirurgia.

7 - Isso seria determinado pelo acaso, na combinação dos elementos hereditários?

Deus não combina elementos hereditários como quem joga dados, mesmo porque a biologia é instrumento de Deus, não a sua limitação.

8 - Como Deus atua, biologicamente, para preparar o corpo de um cirurgião?

Técnicos da espiritualidade estudam os componentes genéticos dos pais e selecionam aqueles que melhor se ajustem às necessidades do reencarnante, dando-lhe uma estrutura física adequada à atividade que irá exercitar.
  

Richard Simonetti  

 

 

sexta-feira, 25 de março de 2016

Bênção e maldição atingem quem recebe?


Bênção e maldição atingem quem recebe? 



O ato de abençoar implica em desejar o bem de alguém. 

Assim como a oração, o alcance da benção depende de nosso envolvimento com ela, dos sentimentos que mobilizamos.

O pai que, displicentemente, abençoa o filho, sem desviar a atenção do programa de televisão, não vai além das palavras.

Já a mãe, que leva a criança ao leito, conversa com ela, conta-lhe uma história e a beija carinhosamente, põe a própria alma a abençoá-la, envolvendo-a em poderosas vibrações de amor, com salutar repercussão em seu psiquismo.

Ao contrário da benção, amaldiçoar é desejar o mal de alguém. 

O fato de desejarmos que uma pessoa seja atropelada, não implicará, evidentemente, nesse funesto acontecimento. 

Não possuímos poderes para tanto, nem Deus o permitiria.

Mas podemos perturbar nosso desafeto. 

À semelhança da benção, a maldição é um pensamento contundente, revestido de carga magnética deletéria, passível de provocar-lhe reações adversas, como nervosismo, tensão, irritabilidade, mal-estar.

Se, porém, o amaldiçoado é uma pessoa bem ajustada, moral ilibada, ideias positivas, sentimentos nobres, nada lhe acontecerá. 

Simplesmente não haverá receptividade para nossa vibração maldosa.

O “olho gordo”, o “mau olhado”, o “mal fluido”, ou como queiramos chamar, é repelido ou aceito dependendo de nós. 

Nós somos o nosso próprio amuleto. 

Bênçãos e maldições são como bumerangues, que retornam às nossas mãos quando os atiramos.

Se amaldiçoamos alguém, o mal que lhe desejamos volta invariavelmente para nós, precipitando-nos em perturbações e desequilíbrios. 

Somos vitimados por nosso próprio veneno. 

Em contrapartida, aquele que abençoa alimenta-se de bênçãos, neutralizando até mesmo vibrações negativas de eventuais desafetos da Terra ou do além.

Certamente, em inúmeras circunstâncias, inspiramos antipatia em pessoas que cruzam nosso caminho. Impossível agradar a todos. 

Tudo que podemos desejar é que isso jamais ocorra em função de uma omissão ou iniciativa infeliz de nossa parte."
Richard Simonetti



quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Bagagem


Bagagem 

Bias, de Priene (século VI a.C.), um dos sete sábios da antiga Grécia, pontificava por elevados dotes intelectuais. 

Mais que isso:-
- Era íntegro e honesto. 

Jamais colocou seu talento e sua inteligência a serviço de interesses menos dignos. 

Diante de questões litigiosas, que exigiam um mediador sábio e justo, dizia-se:-
– É uma causa para o cidadão de Priene! 

Sua presença conciliatória serenava os ânimos e garantia o triunfo da verdade e da justiça. 

Quando Ciro II, o Grande (585-529 a.C.), ambicioso rei persa, iniciou suas guerras de conquista, estabelecendo um dos maiores impérios da antigüidade, as cidades gregas estavam em seu caminho. 

Em breve Priene foi sitiada. 

Instalou-se o pânico. 

Os moradores trataram de fugir. 

Em atabalhoado esforço, buscavam levar a maior quantidade possível de pertences. 

A confusão era enorme. 

Grande agitação, ânimos exaltados, choro, histeria coletiva… 

A exceção:-
- Bias. 

Deixou a cidade tranqüilamente, sem carregar nada. 

Os amigos estranharam. 

– E os seus bens? 

O filósofo sorriu, explicando:-
 – Trago tudo comigo. 

Referia-se aos seus valiosos dotes de cultura, conhecimento e virtude. 

Em qualquer lugar, esses patrimônios inalienáveis lhe garantiriam subsistência honesta e digna. 

 *** 
Enfrentamos, na experiência humana, crises periódicas que exigem o resgate do passado ou testam as aquisições do presente. 
• Moléstia insidiosa. 
• Acidente inesperado. 
• Perda de um bem. 
• Demissão na atividade profissional. 
• Fracasso de um empreendimento. 
• Ruptura da ligação afetiva. 
• Defecção do amigo. 
• Morte do ente querido. 

Sitiados pela adversidade, somos chamados a deixar as posições em que nos acomodamos, à procura de caminhos novos que se desdobram a nossa frente. 

Detalhe importante:-
- A crise é também um teste de avaliação. 

Revela nossa posição espiritual. 

Dependendo de nossas reações, podemos ser reprovados, com o compromisso de repetir estágios ou ganhar honrosa promoção. 

Reclamamos da sorte? 

Tropeçamos na inconformação? 

Caímos no desânimo? 

Mergulhamos no desajuste? 

Lamentável! 

Superficial é a nossa crença, frágil o nosso ânimo, precária a nossa estabilidade. 

Encaramos a adversidade com bom ânimo? 

Confiamos em Deus? 

Cultivamos a serenidade? 

Estamos dispostos a enfrentar o desafio? 

Ótimo! 

Demonstramos possuir um patrimônio de valiosas aquisições espirituais. 

E trazemos “tudo conosco”, a nos sustentar o equilíbrio e a paz, onde estivermos.

Livro:- "Luzes no Caminho"
Richard Simonetti

domingo, 15 de março de 2015

Estamos Evoluindo ou Regredindo ?


Estamos Evoluindo ou Regredindo ?
Segundo disseram os Espíritos a Allan Kardec na questão 118 do O Livro dos Espíritos, “NÓS PODEMOS PERMANECER ESTACIONADOS EM NOSSA EVOLUÇÃO, MAS NÓS NÃO REGREDIMOS.” 

Mas, o que dizer quando vemos estes três exemplos a seguir?

  1º) um chefe de família, pai de três filhos, marido carinhoso, vida conjugal tranquila abandonar o lar para envolver-se com uma jovem volúvel;

  2º) uma pessoa boa, prestativa para todos, mas que um dia discute com um vizinho por causa do som e irrita-se, toma um revólver e atira no vizinho matando-o;


  3º) uma adolescente disciplinada e obediente que lamentavelmente se transforma ao entrar para a faculdade.



Envolve-se com más companhias, torna a convivência um inferno. 

Desrespeita os pais, agride os irmãos, não aceita qualquer orientação, compromete-se em perniciosos desregramentos.

Quem convive com pessoas assim pode dizer que elas “INVOLUÍRAM”?


Não. 


Elas apenas revelaram o que estava dentro delas.

Para o Espírito (encarnado) é fácil conservar a calma, a serenidade, o equilíbrio, quando tudo corre bem, dentro da rotina, quando não enfrenta desafios ou contestações.

É em circunstâncias especiais, de tensão e grande emoção, em crises existenciais, quando nos desnudamos é que mostramos quem somos e qual o nosso estágio evolutivo.


No relacionamento diário há o verniz social, um conjunto de normas de civilidade que regem nossas relações. 

Mas é uma camada muito fina, que se rompe facilmente.

Isso ocorre também no plano coletivo.


A pessoa deixa-se envolver por impulsos instintivos da multidão e tornam-se capazes de cometer atrocidades. 


É difícil encontrar algo mais selvagem do que um linchamento. 

A turba desvairada massacra alguém que despertou sua ira.

Querem fazer “justiça” com as próprias mãos. 

Não é difícil encontrar naquele meio, cidadãos pacatos que, aparentemente, jamais se prestariam a semelhante iniciativa.

 Há alguns anos foi preso no Brasil o alemão Gustav Franz Wagner, apelidado de “besta humana”, em face das atrocidades que cometeu contra os judeus, na condição de carrasco nazista. 


Vizinhos que conviviam com ele tiveram dificuldade de aceitar sua verdadeira identidade, porque se tratava de um homem afável, simples, que as crianças chamavam de vovô.

Então, tais casos não se tratam de “INVOLUÇÃO”, são apenas “REVELAÇÃO”. 


O Espírito (encarnado) apenas revela o que é, mostrando que não conseguiu conter sua fraqueza moral. 

Transita pela Terra inteiramente distraído das finalidades da existência, marcando passo nos caminhos evolutivos.

Richard Simonetti

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Conflitos Familiares





Conflitos Familiares

Um dos mais graves problemas humanos, está na dificuldade de convivência no lar. 

Pessoas que enfrentam desajustes físicos e psíquicos tem, não raro, uma história de incompatibilidade familiar, marcada por freqüentes conflitos.

Há quem resolva de forma sumária:-
- O marido que desaparece, a esposa que pede divórcio, o filho que opta por morar distante.

Alguns espíritas utilizam o conhecimento doutrinário para curiosas racionalizações:-
- Minha mulher é o meu carma:-
- Neurótica, 
- Agressiva, 
- Desequilibrada. 

Que fiz de errado, meu Deus, para merecer esse "trem"?

- Só o Espiritismo para me fazer tolerar meu marido. 

Agüento hoje para me livrar depois. 

Se o deixar agora terei que voltar a seu lado em nova encarnação. 

Deus me livre! 

Resgatando meu débito não quero vê-lo nunca mais!

Espíritos que se prejudicaram uns aos outros e que, não raro, foram inimigos ferozes, reencontram-se no reduto doméstico.

Unidos não por afetividade, nem por afinidade, e sim por imperativos de reconciliação, no cumprimento das leis divinas, enfrentam inegáveis dificuldades para a harmonização, mesmo porque conservam, inconscientemente, a mágoa do passado. 

Daí as desavenças fáceis que conturbam a vida familiar. 

Naturalmente situações assim não interessam à nossa economia física e psíquica e acabam por nos desajustar.

Importante considerar, todavia, que esses desencontros são decorrentes muito mais de nosso comportamento no presente do que dos compromissos do pretérito. 

Não seria razoável Deus nos reunir no lar para nos agredir e magoarmos uns aos outros.

É incrível, mas somos ainda tão duros de coração, como dizia Jesus, que não conseguimos conviver pacificamente.

 Reunamos duas ou mais pessoas numa atividade qualquer e mais cedo ou mais tarde surgirão desentendimentos e desarmonia. 

Isso ocorre principalmente no lar, onde não há o verniz social e damos livre curso ao que somos, exercitando o mais conturbador de todos os sentimentos, que é a agressividade.

Neste particular, o estilete mais pontiagudo, de efeito devastador, é o palavrão. 

Pronunciado sempre com entonação negativa, de desprezo, deboche ou cólera, é qual raio fulminante. 

Se o familiar agredido responde no mesmo diapasão, o que geralmente acontece, "explode" o ambiente, favorecendo a infiltração de forças das sombras. 

A partir daí tudo pode acontecer:-
- Gritos, 
-Troca de insultos, 
- Graves ofensas e até agressões físicas, sucedidos, invariavelmente, por estados depressivos que desembocam, geralmente, em males físicos e psíquicos.

Se desejamos melhorar o ambiente doméstico, em favor da harmonização, o primeiro passo é inverter o processo de cobrança.

Normalmente os membros de uma casa esperam demais dos outros, reclamando atenção, respeito, compreensão, tolerância . . . 

A moral cristã ensina que devemos cobrar tudo isso sim e muito mais, mas de nós mesmos, porquanto nossa harmonia íntima depende não do que recebemos, mas do que damos.

 E, melhorando-nos, fatalmente estimularemos os familiares a fazer o mesmo.

Todos aprendendo pelo exemplo, até o amor. 

Está demonstrado que crianças carentes de afeto tem muita dificuldade para amar. 

Será que estamos dando amor aos familiares?

Não é fácil fazê-lo, porque somos Espíritos muito imperfeitos.

 Mas foi para nos ajudar que Jesus esteve entre nós, ensinando-nos como conviver harmoniosamente com o semelhante, exercitando valores de humildade e sacrifício, marcados indelevelmente pela manjedoura e pela cruz.

• exerça severa vigilância sobre o que fala. 

Geralmente as desavenças no lar tem origem no destempero verbal;

• diante de familiares difíceis, não diga:-
- "É minha cruz!" 

O único peso que carregamos, capaz de esmagar a alegria e o bom-ânimo, é o de nossa milenar rebeldia ante os sábios planos de Deus;

• elogie as virtudes do familiar, ainda que incipientes, e jamais critique seus defeitos. 

Como plantinhas tenras, tanto uns como outros crescem na proporção em que os alimentamos;

evite, no lar, hábitos e atitudes não compatíveis com as normas de civilidade vigentes na vida social sem respeito pelos companheiros de jornada evolutiva fica difícil sustentar a harmonia doméstica;

• cultive o diálogo. 

Diz André Luiz que quando os companheiros de um lar perdem o gosto pela conversa, a afetividade logo deixa a família.



sábado, 5 de outubro de 2013

O Palavrão



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O Palavrão 

1 – Como você define o palavrão?
 
Um eco das cavernas, o rosnar do troglodita que ainda existe no comportamento humano.

2 – Conheço gente civilizada que diz palavrões.

Destempero verbal, civilidade superficial.

3 – Seria uma educação de fachada?

Sim. 

Não podemos confundir rótulo com conteúdo. 

É fácil cultivar urbanidade nos bons momentos. 

Mostramos quem somos quando nos pisam nos calos ou martelamos os dedos.

4 – Não seria razoável considerar que em circunstâncias assim o palavrão é útil, exprimindo indignação ou amenizando a dor?

Há quem diga que nessas situações ele é mais eficiente do que uma oração. 

Só que a oração nos liga ao Céu. 

O palavrão nos coloca à mercê das sombras.

5 – Mas o que vale não é o sentimento, expresso na inflexão de voz?

Posso fazer carinho com um palavrão ou agredir com palavras carinhosas. 

Não me parece do bom gosto demonstrar carinho com palavrões. 

Imagine-se dando uma paulada carinhosa em alguém. 

Além disso há o problema vibratório.

6 – As palavras têm peso vibratório específico?

Intrinsecamente não. 

No entanto, revestem-se de magnetismo compatível com o uso que fazemos delas. 

Há uma vibração sublime, que nos edifica e emociona, a envolver o Sermão da Montanha. 

Quando o lemos contritos, sintonizamos com a vibração sublime de milhões de cristãos que ao longo dos séculos se debruçaram sobre seus conceitos sublimes, em gloriosas reflexões.

7 – Considerando assim, imagino a carga deletéria que há no palavrão mais usado, em que “homenageamos” a mãe de nossos desafetos.

Sem dúvida, além de nos colocar abaixo do comportamento do troglodita, já que este agredia seus desafetos, não a mãe deles.

8 – Você há de Convir que é difícil abolir o palavrão inteiramente. 

Há todo um processo de condicionamento, o ambiente. 

Lá em casa, por exemplo, ele corre solto.

Isso é relativo. 

Venho de uma família de italianos da Calábria, um povo que cultua adoidado o palavrão. 

Alguns tios meus, em situação de irritação extrema, dirigiam impropérios a Deus. 

Desde cedo, vinculando-me ao Espiritismo, compreendi que esse tipo de linguajar não interessa ao bom relacionamento familiar e muito menos à nossa economia espiritual.

 Richard Simonetti