terça-feira, 18 de agosto de 2015

Convite à Palavra


Convite à Palavra

Porque a sua boca fala o de que está cheio o coração."(Lucas:6-45.) 

Instrumento valioso é a palavra, doação divina, para o elevado ministério do intercâmbio entre os homens.

Resultado de notáveis experiências, o homem nem sempre a utiliza devidamente, dominado pela leviandade. 

Embora o ser humano, com raras exceções expiatórias, seja dotado do recurso vocálico, somente poucos dele se servem com a necessária sabedoria, de modo a construir esperanças, balsamizar dores e traçar rotas de segurança.

Fala-se muito por falar, "matar-se o tempo". 

A palavra, não poucas vezes, se converte em estilete da impiedade, em lâmina da maledicência, em bisturi da revolta e golpeia às cegas ao império das torpes paixões. 

No entanto, pode modificar estruturas morais, partindo dos ensaios da tolerância às materializações do amor.

Semelhantes a gotas de luz as boas palavras dirimem conflitos, equacionam incógnitas, resolvem dificuldades.

Falando e lutando insistentemente, Demóstenes tornou-se o insigne orador e construtor de conceitos lapidares dos tempos antigos, vencendo a gagueira, qual Webster antes a timidez, nos tempos hodiernos, na América do Norte... 

Falando, heróis e santos reformularam os alicerces da idiossincrasia ancestral, colocando alicerces para a Era Melhor. 

Falando, não há muito, Hitler hipnotizou multidões enceguecidas que se atiraram sobre Nações inermes, transformando-as em ruínas por onde passeavam as sombras dos sofrimentos humanos... 

Guerras e planos de paz sofrem a poderosa força da palavra. 

De tal forma é importante que os modernos governantes do Mundo, envidando esforços titânicos, modificaram as bases da Diplomacia Universal, visitando-se reciprocamente para conversar. 

A palavra, todavia, deve partir das fontes do pensamento luarizado pelo Evangelho. 

Há quem pronuncie palavras doces, com lábios tisnados por fel; há quem sorria embora chorando; há aqueles que falam meigamente, cheios de ira e ódio...

Mas esses são enfermos em demorado processo de reajuste. 
Evite a censura.

A maledicência começa na palavra do reproche inoportuno. 

Se desejas educar, reparar erros, não os abordes estando o responsável ausente. 

Toda palavra torpe, como qualquer censura contumaz, faz-se hábito negativo que culmina por envilecer o caráter de quem com isso se compraz. 

Enriquece o coração de amor e banha o cérebro com as luzes da misericórdia divina e da sabedoria, a fim de que fales e fales muito, "o do que está cheio o coração." 


 Joanna de Ângelis

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