Curas pela Fé
“Digo-vos
que nem ainda em Israel tenho achado tanta fé.”
(Lucas, 7:9)
Dentre outras, constam dos Evangelhos duas passagens que ressaltam o poder da Fé.
Uma delas nos foi propiciada pelo Centurião de Cafarnaum (Mateus, 8:5-13) e a outra pela mulher que sofria de um fluxo sangüíneo (Lucas, 8:43-48).
(Lucas, 7:9)
Dentre outras, constam dos Evangelhos duas passagens que ressaltam o poder da Fé.
Uma delas nos foi propiciada pelo Centurião de Cafarnaum (Mateus, 8:5-13) e a outra pela mulher que sofria de um fluxo sangüíneo (Lucas, 8:43-48).
O Centurião de Cafarnaum tinha um servo a
quem muito prezava, o qual estava moribundo.
Sabendo que o Mestre estava
em sua cidade, enviou-lhe uns anciãos dos judeus, suplicando-lhe que
fosse à sua casa a fim de curá-lo.
Entretanto, quando o Senhor estava
próximo de sua residência, ele foi ao seu encontro e disse-lhe:-
- Senhor,
não sou digno de que entres debaixo do meu telhado, mas dize somente uma
palavra, e o meu criado sarará.
Pois também sou homem sob autoridade, e tenho soldados às minhas ordens; e digo a este:-
- Vai, e ele vai; e a outro:-
- Vem, e ele vem.
Pois também sou homem sob autoridade, e tenho soldados às minhas ordens; e digo a este:-
- Vai, e ele vai; e a outro:-
- Vem, e ele vem.
Diante da portentosa Fé do Centurião, o Senhor
exclamou:-
- Vai, e seja feito como acreditas, e virando-se para os apóstolos, exclamou:-
- Vai, e seja feito como acreditas, e virando-se para os apóstolos, exclamou:-
- Em verdade vos digo que nem mesmo em Israel
encontrei tamanha Fé.
A outra cura surpreendente aconteceu com
uma mulher que sofria há doze anos de penosa hemorragia, havendo gasto
todos os seus bens com os médicos, estando débil e esgotada no fundo de
uma cama.
Sabendo que o Mestre visitava a sua cidade, ela reuniu o
restante de forças que ainda lhe sobejava, foi, e, entrando no meio da
multidão, tocou em suas vestes, com a certeza plena de que bastava isso
para que ficasse curada.
Logo que tocou a orla da túnica de Jesus,
estancou-lhe o fluxo de sangue.
E ele perguntou:-
- Quem foi que me tocou?
ao que os apóstolos retrucaram:-
-Mestre, a multidão te aperta e te
comprime, e dizes:-
- Quem é que me tocou?
Diante dessas ponderações dos
discípulos ele aditou:-
- Eu senti que de mim saiu uma virtude.
Ele havia
sentido que dele haviam emanado fluidos que beneficiaram aquela
sofredora, por isso, dirigindo-se a ela, que permanecia receosa,
asseverou:-
- Tem bom ânimo, filha, a tua Fé te salvou; vai em Paz.
Estas duas curas operadas por Jesus Cristo,
como muitas outras, passaram aos olhos do povo como autênticos fatos
miraculosos, no entanto elas meramente tiveram o objetivo de revelar o
poder da Fé, uma vez que o próprio Jesus havia ensinado que se alguém
tiver Fé do tamanho de um grão de mostarda basta dizer a um monte:-
- Passa-te daqui para acolá, e, se fizer isso sem hesitar, ele passará.
É
sumamente difícil conceber que uma montanha possa transpor-se de um
lugar para outro, mediante uma simples ordenação, não obstante o que o
Mestre pretendeu demonstrar é que a Fé é poderosa alavanca em nossas
mãos; com ela poderemos vencer os maiores óbices, mesmo que eles sejam
agigantados como uma montanha.
O que é sumamente difícil é o homem
dotar-se dessa fortaleza de ânimo, dessa Fé robusta suscetível de
remover do seu caminho todos os obstáculos, mesmo aqueles aparentemente
mais intransponíveis.
Por outro lado, nos Evangelhos também
deparamos com casos que foram diametralmente opostos aos dois acima
citados, nos quais a Fé não foi espontânea, tendo que ser motivada pelo
Mestre.
No caso da cura do Cego de Siloé, Jesus Cristo teve que praticar
um ato material:-
- Na falta de um meio mais eficiente para despertar a Fé
em seu paciente, o Senhor tomou de um pouco de terra, colocou-o em suas
mãos, cuspiu, fez uma espécie de massa, a qual aplicou nos olhos do
cego, ordenando-lhe em seguida que fosse banhar-se no Tanque de Siloé,
onde a cura se completou.
Houve também um segundo caso, no qual o Mestre
teve que aplicar saliva nos lábios de um mudo, pronunciando, em tom
imperativo, a palavra:-
- Abra-te, o que serviu naturalmente para despertar
a Fé naquele moço.
Em todos os quatro casos, a cura processou-se em
toda a sua plenitude, graças à Fé espontânea dos dois primeiros, e a Fé
induzida por Jesus Cristo, nos dois últimos.
No caso específico do moço de Cafarnaum, observamos que o próprio Mestre surpreendeu-se com a Fé esposada pelo Centurião, tendo por isso exclamado:-
- Digo-vos que nem ainda em Israel tenho achado tanta fé.
Isso
nos traz um ensinamento relevante:-
- Embora Jesus tenha sido enviado
particularmente às ovelhas desgarradas da Casa de Israel, nem os seus
compatriotas e nem mesmo os apóstolos demonstraram Fé tão relevante, o
que foi feito por um gentio, por um cidadão romano.
Paulo Godoy
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