domingo, 6 de setembro de 2015

Depois da Morte


Depois da Morte

O homem é um ser complexo. 

Nele se combinam três elementos para formar uma unidade viva, a saber:-

-O corpo, envoltório material temporário, que abandonamos na morte como vestuário usado; 

- O perispírito, invólucro fluídico permanente, invisível aos nossos sentidos naturais, que acompanha a alma em sua evolução infinita, e com ela se melhora e purifica; 


- A alma, princípio inteligente, centro da força, foco da consciência e da personalidade. 


A alma, desprendida do corpo material e revestida do seu invólucro sutil, constitui o Espírito, ser fluídico, de forma humana, liberto das necessidades terrestres, invisível e impalpável em seu estado normal. 


O Espírito não é mais que um homem desencarnado. 

Todos tornaremos a ser Espíritos. 

A morte restitui-nos à vida do espaço. 

Que se passa no momento da morte? 


Como se desprende o Espírito da sua prisão material? 


Que impressões, que sensações o esperam nessa ocasião temerosa? 


É isso o que interessa a todos conhecer, porque todos cumprem essa jornada. 


A vida foge-nos a todo instante:-
- Nenhum de nós escapará a morte. 

Deixando sua residência corpórea, o Espírito purificado pela dor e pelo sofrimento, vê sua existência passada recuar, afastar-se pouco a pouco com seus amargores e ilusões; depois, dissipar-se como as brumas que a aurora encontra estendidas sobre o solo e que a claridade do dia faz desaparecer. 


O Espírito acha-se, então, como que suspenso entre duas sensações:-
- A das coisas materiais que se apagam e a da vida nova que se lhe desenha à frente. 

Entrevê essa vida como através de um véu, cheia de encanto misterioso, temida e desejada ao mesmo tempo. 

Após, expande-se a luz, não mais a luz solar que nos é conhecida, porém uma luz espiritual, radiante, por toda parte disseminada. 

Pouco a pouco o inunda, penetra-o, e, com ela, um tanto de vigor, de remoçamento e de serenidade. 


O Espírito mergulha nesse banho reparador. 

Aí se despoja de suas incertezas e de seus temores. 

Depois, seu olhar destaca-se da Terra, dos seres lacrimosos que cercam seu leito mortuário, e dirige-se para as alturas. 

Divisa os céus imensos e outros seres amados, amigos de outrora, mais jovens, mais vivos, mais belos que vêm recebê-lo, guiá-lo no seio dos espaços.

Com eles caminha e sobe às regiões etéreas que seu grau de depuração permite atingir. 

Cessa, então, sua perturbação, despertam faculdades novas, começa o seu destino feliz. 

A entrada em uma vida nova traz impressões tão variadas quanto o permite a posição moral dos Espíritos.


Leon Denis


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