quarta-feira, 23 de setembro de 2015

A Estranha Crise

A Estranha Crise

O mundo vem criando soluções adequadas para a generalidade das crises que o atormentam. 
A carência do pão, em determinados distritos, é suprida, de imediato, pela superprodução de outras faixas de terra. 
Corrige-se a inflação, podando a despesa. 
O desemprego desaparece pela improvisação de trabalho. 
A epidemia é sustada pela vacina. 
Existe, porém, uma crise estranha - e das que mais afligem os povos - francamente inacessível à intervenção dos poderes públicos, tanto quanto aos recursos da ciência nas conquistas modernas. 
Referimo-nos à crise da intolerância que, desde o travo de amargura, que sugere o desânimo, à violência do ódio, que impele ao crime, vai minando as melhores reservas morais do Planeta, com a destruição conseqüente de muitos dos mais belos empreendimentos humanos. 
Para a liquidação do problema que assume tremendo vulto em todas as coletividades terrestres, o remédio não se forma de quaisquer ingredientes políticos e financeiros, por ser encontrado tão somente na farmácia da alma, a exprimir-se no Perdão Puro e Simples
O Perdão é o único antibiótico mental suscetível de extinguir as infecções do ressentimento no organismo do mundo

Perdão entre dirigentes e dirigidos, sábios e ignorantes, instrutores e aprendizes, benevolência entre o pensamento que governa e o braço que trabalha, entre a chefia e a subalternidade
Consultem-se nos foros - autênticos Hospitais de Relações Humanas:- 
- Os processos por demandas, 
- Questões salariais, 
- Divórcios e desquites baseados na intransigência doméstica ou na incompatibilidade de sentimentos, 
- Reclamações, indenizações e reivindicações de toda ordem, e observe-se, para além dos tribunais de justiça, 
- A animosidade entre pais e filhos, 
- A luta de classes, 
- As greves de múltiplas procedências, 
- As queixas de parentela, 
- Os duelos de opinião entre a juventude e a madureza, 
- As divergências raciais e os conflitos de guerra, e verificaremos que, 
- Ou Nos Desculpamos uns aos outros, na Condição de Espíritos Frágeis e Endividados que ainda somos quase Todos, ou a Nossa Agressividade acabará expulsando a Civilização dos Cenários Terrestres
Eis por que Jesus, há quase vinte séculos, nos exortou Perdoarmos aos que nos ofendam setenta vezes sete, ou melhor, quatrocentos e noventa vezes. 
Tão-só nessa operação aritmética do Senhor, resolveremos a crise da intolerância, sempre grave em todos os tempos. 

Repitamos, no entanto, que a preciosidade do Perdão não se adquire nos armazéns, por que, na essência, o Perdão é uma luz que irradia, começando de nós. 
Livro:- Mãos Unidas
Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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