quinta-feira, 8 de novembro de 2012




Nunca fui de muitos amigos. 

É verdade que conheço muitas pessoas, mas amigo mesmo…

Nunca fui de tê-los. 

O problema pode estar em mim. 

Talvez, porque amigos de bar, de balada, somente, nunca quis. 

Sempre acreditei na constância dos sentimentos verdadeiros, como uma amizade sincera. 

Então, de que adiantaria ter amigos apenas enquanto estivesse bem, com grana no bolso, participando de alguma festa, etc? 

Talvez pelo fato de não viver lembrando o quanto gosto de alguém, pelo fato de não adubar muito bem minhas amizades. Sou de gostar e pronto. 

Não! 

Não pensem que acho isso certo, mas sou do jeito que sou. 

Além do mais, ninguém é perfeito e a vida é assim. 

Também não pensem que aceito isso. 

Claro que tento mudar, melhorar meu modo de ser. 

Tento manter mais contato, tento mandar e-mail, um telefonema de vez em quando… 

Estou aprendendo e melhorando, mas não é do dia para a noite que se muda algo arraigado há anos… 

Talvez nunca tenha sido de muitos amigos por ser deveras reservado. 

Minhas coisas, quanto aos sentimentos, sempre foram muito minhas, guardadas a sete chaves, o recôndito de minha alma quase que inatingível. 

As pessoas confiam em mim, contam seus mais protegidos segredos, mas eu nunca fui disso. 

Sou muito falante, é certo, mas não no tocante a meus sentimentos. 

Abrir-me é tarefa das mais difíceis. 

Nunca tive satisfação pelo contar.

Somente pelo saber. 

Contar não. 

Talvez por isso a credibilidade e confiança que têm em mim… 

Mas eu não sou de me abrir, não mesmo. 

Bem… 

O fato é que nunca fui de muitos amigos. 

Tudo bem que sou bem quisto por muitos. 

Sou uma pessoa simpática, extrovertida, sem frescuras, super alegre, sei estar em todos os lugares e com todo tipo de pessoas… 

Tudo bem… 

Eu sei… 
Mas amigo… 

Será que tive algum dia na vida? 

Acho que não. 

E o pior é que continuo achando que nunca terei. 

Vários dos meus supostos amigos dizem:-
- “Isso é coisa de sua cabeça. 

Claro que você tem amigos. 

Eu, por exemplo.” 

É… Talvez seja coisa de minha cabeça. 

Talvez sim, talvez não.

A verdade é que nunca um tema me remeteu tanto à frase “Só sei que nada sei”, de Sócrates, quanto a amizade. 

Se me perguntarem se tenho amigos, apenas direi:-
não sei. 

Entretanto, sei muito bem as pessoas que considero como amigas, as pessoas pelas quais tenho amizade, as que quero muito bem. 

Haja o que houver sempre estarei ao lado delas quando precisarem ou não, porque sou para sempre, para todas as horas, boas e ruins. 

Isso eu sei. 

Mas se tenho amigos, sinceramente não sei. 

E talvez nunca saiba… 

Ah, esse “talvez”. 

Desde que ouvi o Veríssimo dizer que “pior que a convicção do não é a incerteza de um talvez”, prometi que não viveria mais a pensar sobre esse talvez. 

Mas como livrar-me dele? 

A incerteza faz parte da vida. 

Afinal, como saber de tudo? 

Como ter todas as respostas? 

Simplesmente não sou dono de todas as coisas, nem tenho resposta para todas as minhas dúvidas. 

Então, para não enlouquecer com elas, o melhor é seguir em frente, continuar caminhando. 

Assim, algumas dúvidas desaparecem, outras não, mais dúvidas surgem, etc. 

Desta forma é a vida.

Então, se tenho amigos, não sei, e acho que nunca saberei.

 De qualquer forma, continuarei fazendo o melhor que posso pelos que quero bem. 

Quem sabe muitos sejam meus amigos e eu nem saiba.
É… 

Quem sabe…

 Cirilo Veloso Moraes.


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