O palacete erguia-se no meio do quarteirão.
Era, realmente, linda casa.
As paredes haviam recebido pintura bastante agrádavel.
A porta de entrada fora artisticamente trabalhada.
Escadas e pisos de mármore conduziam à varanda luxuosa.
Vastos jardins cercavam toda a residência.
Flores multicoloridas desenhavam canteiros diversos.
No centro do amplo pátio, elevava-se graciosa fonte, jorrando, tranquilamente.
Entretanto, o interior da casa era desolador.
Teias de aranha cobriam o teto e os cantos.
Móveis arruinados revestiam-se de espessa camada de poeira, denotanto falta de limpeza há muito tempo.
Por fim, marcas enlameadas delineavam-se no piso abandonado e semidestruído.
Isto ocorre conosco nos caminhos da vida.
Geralmente, gastamos tempo e fortuna no tratamento do corpo.
Cabelereiros e cosméticos são exigidos para o realce da beleza.
Modistas e alfaiates são requisitados para a manutenção da elegância.
Unhas são esmaltadas com delicadeza e gosto.
Contudo, dentro de nós alimentamos a vaidade e o orgulho, a prepotência e as paixões, cultivando preguiça e desequilíbrio e constituindo nossa mobília interior, arruinada e suja, na forma de pensamentos enfermiços.
Valérium
“Histórias da Vida”
Valérium
“Histórias da Vida”
de Antônio Baduy Filho
pelos Espíritos Hilário Silva e Valérium
Nenhum comentário:
Postar um comentário