Espiritismo e o Ciúmes
O
espiritismo é insistente em nos apontar o orgulho e o egoísmo como os
geradores de todos os defeitos humanos.
O ciúme não escapa a essa regra.
Você
conhece alguma pessoa ciumenta?
Não me refiro ao ciúme comum, aquele
que dizem que é o tempero do amor.
Falo do ciúme doentio, que foge dos
limites do aceitável.
O espírito imortal traz consigo, ao reencarnar, suas características adquiridas no curso de muitas vidas.
Essas
características desabrocham logo na infância na forma de tendências.
Se
a educação e o acompanhamento familiar não souberem detectar e
modificar essas tendências desde cedo, essas características se
desenvolverão livremente.
O espírito imortal mantém um padrão comportamental que lhe acompanha a bagagem milenar.
Fruto
da sua lenta e gradativa evolução.
A sua maneira de pensar e de sentir,
o seu modo de ação e reação você traz de outras existências.
A formação
da sua personalidade, na infância, apenas utilizou o seu material
espiritual.
O espiritismo é insistente em nos apontar o orgulho e o egoísmo como os geradores de todos os defeitos humanos.
O
ciúme não escapa a essa regra.
Como sentimento egoísta, o ciúme procura
roubar a liberdade do outro, tenta obrigá-lo a seguir por um caminho
delimitado ou simplesmente aprisioná-lo.
O ciúme é um exercício enlouquecido de poder, de dominação e de aprisionamento do outro.
A
pessoa ciumenta não sabe diferenciar imaginação e realidade, não sabe
distinguir fantasia e certeza.
Qualquer dúvida em sua cabeça logo se
transforma em delírio.
A vítima do ciumento se sujeita a ter seus
pertences revistados em busca de vestígios que nem imagina do que seja.
O
ciumento tem ciúme do passado do outro, dos seus relacionamentos
anteriores, e vive imaginando detalhes sobre fatos verdadeiros ou não.
O que o ciumento quer é o controle total e absoluto dos sentimentos, da atenção e do comportamento em geral do outro.
O
outro passa por situações vexatórias e bizarras, isso quando não impera
a violência.
Quantos crimes passionais devem sua origem ao ciúme
doentio?
Quantos casos de mulheres que se sujeitam à violência doméstica
por depender emocionalmente ou economicamente do parceiro?
Ciúme não é amor.
Pode estar relacionado a amor, mas a um amor que está doente.
É
um sentimento profundamente egoísta que envolve um medo insuportável de
perder o parceiro para outra pessoa.
Mesmo que essa pessoa só exista na
imaginação do ciumento.
O ciumento é alguém com a autoestima baixíssima, que não confia em si e nos seus sentimentos.
Julga o outro pelos seus pensamentos mórbidos.
O ciúme, assim como outros sentimentos como raiva, mágoa, inveja, desencadeia uma série de doenças.
Essas doenças podem se manifestar já nesta encarnação ou acompanhar o espírito imortal até uma próxima oportunidade na matéria para expurgar essas energias negativas, esse lixo mental e emocional.
É importante que o ciumento e sua vítima se conscientizem da necessidade de ajuda.
Parece
claro que, além da própria personalidade desajustada do ciumento, há
interferência de espíritos obsessores nessas situações.
Mas de nada
adianta tratamento desobsessivo ou ajuda profissional se não houver o
propósito firme de uma reforma íntima urgente.
Só com a vontade real de se ajudar, de colaborar consigo mesmo, pode ser efetivada uma melhoria significativa.
Isso
vale para o ciumento e também para o seu parceiro, que é vitimado pelo
seu ciúme.
Nunca é demais lembrar que ninguém é vítima por acaso.
O
acaso não existe.
Tudo o que nós colhemos é o que um dia nós plantamos…
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