Oferendas
As criaturas humanas vão sempre bem na casa farta, ante o céu azul.
Entretanto, logo surjam dificuldades, ei-las à procura de quem as
substitua nos lugares de aborrecimento e dor.
Muitas vezes, pagam preço
elevado pela fuga e adiam indefinidamente a experiência benéfica a que
foram convidadas pela mão do Senhor.
Em razão disso, os religiosos de todos os tempos estabelecem complicados problemas com as oferendas da fé.
Nos ritos primitivos não houve qualquer hesitação, perante o sacrifício de jovens e crianças.
Com o escoar do tempo, o homem passou à matança de ovelhas, touros e bodes nos santuários.
Por muitos séculos perdurou o plano de óbulos em preciosidades e riquezas destinadas aos serviços do culto.
Com todas essas demonstrações, porém, o homem não procura senão
aliciar a simpatia exclusiva de Deus, qual se o Pai estivesse inclinado
aos particularismos terrestres.
A maioria dos que oferecem dádivas materiais não procede assim, ante
as casas de fé, por amor à obra divina, mas com o propósito deliberado
de comprar o favor do céu, eximindo-se ao trabalho de
auto-aperfeiçoamento.
Nesse sentido, contudo, o Cristo forneceu preciosa resposta aos seus tutelados do mundo.
Longe
de pleitear quaisquer prerrogativas, não enviou substitutos ao Calvário
ou animais para sacrifício nos templos e, sim, abraçou, ele mesmo, a
cruz pesada, imolando-se em favor das criaturas e dando a entender que
todos os discípulos serão compelidos ao testemunho próprio, no altar da
própria vida.
Livro:- Pão Nosso
Emmanuel
Francisco Cândido Xavier
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