Harmonia no Lar
O instrutor Félix orienta o pupilo Magnus a respeito da importância de se ter bons modos no próprio lar…
- Cada palavrão desferido por uma boca
frouxa, acostumada aos xingamentos como forma de desafogo, é comparável a
um caminhão de lixo que verte sua caçamba no interior do ambiente,
repercutindo, não apenas nas vibrações escuras que ficam reverberando
pela atmosfera do lar, como atingem a cada um dos seus integrantes, na
medida de suas sensibilidades, produzindo mal-estar, revolta, depressão,
sofrimento, lágrima, raiva, ou desencadeando nova onda de palavras
chulas que os outros possam atirar-lhe em forma de revide verbal ou
mental.
Não bastando isso, a degeneração
fluídica que uma única expressão é capaz de iniciar, pode abrir as
portas da estrutura familiar para o ingresso de um sem número de
Espíritos inferiores que, posicionados nos arredores, acompanhando
outras pessoas na calçada, ou mesmo perambulando sem rumo na rua, se
veem atraídos por aquele choque magnético que eles identificam como uma
assinatura fluídica inferior a atraí-los para o ambiente no qual
encontrarão os hábitos e assuntos a que se afeiçoaram.
Desse jeito, a casa vai sendo ocupada
por todo tipo de entidades sofridas ou maldosas que, por sua vez, saem
em busca de seus amigos e os trazem para a nova moradia, piorando o
estado geral da vibração coletiva, produzindo um aprofundamento dos
problemas psíquicos de seus membros, empesteando os fluidos ali
existentes, e assessorando aqueles com os quais mantenham uma afinidade
maior, por causa dos hábitos mentais descontrolados ou invigilantes de
um único de seus moradores.
Ouvindo tais advertências, Magnus considerou, interessado:-
- Mas se só um dos membros pode
causar tamanho estrago no ambiente da família, como ficam aqueles que
não merecem tal tipo de companhia, mas que vivem ao lado desse indivíduo
complicado pelo desequilíbrio emocional e pelo destempero verbal?
- Bem, meu filho, a lei é Justa e
Sábia.
Todos aqueles que se mantenham em elevação de pensamentos e
sentimentos e que não se permitam ingressar na onda de vibrações
inferiores são as salvaguardas do lar, mantendo as balizas luminosas que
o defenderão e que, acesas pelo devotamento e pelo equilíbrio dos que
zelam por sua estrutura límpida, receberão esses componentes
desajustados como um doente a ser medicado pelo hospital da família
equilibrada.
No entanto, o que costuma acontecer, em grande parte dos
casos, é que a regra da laranja funciona invariavelmente.
Sem entender direito a referência bem humorada, Magnus sorriu e perguntou:-
- Regra da Laranja?
Nunca escutei falar dela!
- Ora, meu amigo, claro que já
escutou.
É aquela que fala que uma laranja estragada no meio da caixa
costuma acelerar o apodrecimento das demais.
Lembrando-se de que já conhecia, Magnus balançou a cabeça e deixou que o instrutor continuasse:-
- Assim, graças à regra da laranja, a
maioria dos membros da família que se vê na condição de possuir, entre
seus integrantes:-
- uma pessoa difícil,
- intransigente,
- faladeira,
- mentirosa,
- intrigueira,
- maledicente,
- xingadora,
ao invés de manter a
qualidade dos valores e virtudes elevadas, prefere resvalar para o mesmo
padrão de insanidade e, assemelhando-se à laranja podre, começa a
apodrecer igualmente, tornando mais escancarado o ambiente da casa aos
invasores que poluem os pensamentos e sentimentos, instaurando o
desajuste geral como lei de convivência.
Por isso é que o mundo
espiritual não se cansa de aconselhar a Oração em Família, semanalmente,
como fonte de reequilíbrio e de higienização das vibrações do ambiente,
atividade esta que deve ser feita de maneira natural com aqueles que
aceitem dela participar.
- Mas o simples fato de se orar em família, pode servir tanto ao equilíbrio da casa?
- Você nem faz ideia de como isso é benéfico.
Livro:- Despedindo-se da Terra
Cap.15
Espírito Lúcius
Psicografia de André Luiz Ruiz
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