O Bem de Alguém !
Quando ela começou a me chamar de "meu bem", eu achei bonitinho.
Era diferente daqueles casais que só diziam "amor" e já tinham feito o apelido carinhoso virar vírgula.
Aqueles que dão Bom Dia no automático, sabe ?
Tinha algo de diferente, mas só entendi, quando parei pra pensar na palavra por si só.
Eu era o bem dela.
Era, entre diversos outros motivos, algo e alguém que lhe fazia - wait for it... - bem.
Ela também fazia o mesmo aqui.
Se pudesse, declararia ela no imposto de renda, mas teria que explica à união o enriquecimento repentino de amor no meu coração.
Eu era bem.
Cotado, amado, querido.
Mas, uma última coisa me fez querer ter aquele apelido para sempre.
E não se tratava do jeito com que ela falava nem nada.
O fato foi perceber, ao conhecer os pais dela, que eles se referiam assim, um ao outro.
Confesso o romantismo incurável e, também, confesso não ter resistido aos pensamentos de que, um dia, nós pudéssemso ter a nossa família e que nossos filhos, ouvissem os pais se chamando carinhosamente de "meu bem".
Fazia e ainda me faz um bem danado ser pra ela isso tudo.
E eu me esforçando pra dar de volta tudo isso também.
Faz bem, ser o bem de alguém, na deliciosa certeza de que não se quer amar a mais ninguém.
Gustavo Lacombe
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