quinta-feira, 6 de novembro de 2014

O Bem de Alguém !



 O Bem de Alguém !

Quando ela começou a me chamar de "meu bem", eu achei bonitinho.

Era diferente daqueles casais que só diziam "amor" e já tinham feito o apelido carinhoso virar vírgula.

Aqueles que dão Bom Dia no automático, sabe ?

Tinha algo de diferente, mas só entendi, quando parei pra pensar na palavra por si só.

Eu era o bem dela.

Era, entre diversos outros motivos, algo e alguém que lhe fazia - wait for it... - bem.

Ela também fazia o mesmo aqui.

Se pudesse, declararia ela no imposto de renda, mas teria que explica à união o enriquecimento repentino de amor no meu coração.

Eu era bem.

Cotado, amado, querido.

Mas, uma última coisa me fez querer ter aquele apelido para sempre.

E não se tratava do jeito com que ela falava nem nada.

O fato foi perceber, ao conhecer os pais dela, que eles se referiam assim, um ao outro.

Confesso o romantismo incurável e, também, confesso não ter resistido aos pensamentos de que, um dia, nós pudéssemso ter a nossa família e que nossos filhos, ouvissem os pais se chamando carinhosamente de "meu bem".

Fazia e ainda me faz um bem danado ser pra ela isso tudo.

E eu me esforçando pra dar de volta tudo isso também.

Faz bem, ser o bem de alguém, na deliciosa certeza de que não se quer amar a mais ninguém.


Gustavo Lacombe 

Nenhum comentário:

Postar um comentário