sexta-feira, 14 de novembro de 2014

É Preciso Ouvir


É Preciso Ouvir

O turista viajava pelo Oriente e, atraído pelo que ouvira falar a respeito de renomado guru, resolveu visitá-lo.

Sabedor que todos o tinham em extraordinário conceito pelos conselhos que dava a quem o buscava, pensou em lhe pedir orientação para sua vida, que estava um autêntico caos.

Foi introduzido em uma saleta, junto a outros que, igualmente, seriam atendidos. 

A casa era simples e pequena. 

O guru procedia à cerimônia do chá, com que desejava brindar os visitantes.

O turista, afoito e impaciente, começou a falar sem interrupção. 

Falava dos seus problemas, das suas dificuldades, acompanhando todos os passos do dono da casa, conforme ele se movia de um lado para o outro.

Segurou a chávena que lhe foi entregue, sem muita atenção.

Contudo, quando o guru nela despejou um pouco de chá, estando virada para baixo, inverteu o sentido das suas palavras para protestar:-
- O senhor viu o que fez? 

A chávena estava ao contrário e o chá derramou...

Calmamente, respondeu o guru:-
- Exatamente como a sua mente! 

Você está tão preocupado em falar, que não escuta nada do que se lhe diga.

É como despejar um bule cheio de chá na chávena virada para baixo.

Mude a sua conduta. 

Pense antes de falar. 

Fale pouco, analisando o que diz. 

Quando agir assim, a sua vida vai melhorar.

E concluiu:-
- Pode se retirar. 

A consulta acabou.

Quantos de nós nos assemelhamos a esse turista. 

Dizemos que desejamos respostas às nossas indagações. 

Entretanto, não paramos de fazer perguntas, não permitindo ao interlocutor possa nos responder.

E, se ele tenta falar, o nosso gesto logo diz que ele deve esperar um pouco, porque não concluímos nossa narrativa.

Isso quando não começamos a dar as respostas, conforme acreditemos devam ser.

Como se lê no capítulo três, do livro bíblico Eclesiastes:-
- Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.

Portanto, devemos concluir que, no relacionamento pessoal, há um tempo para falar e outro tempo deve ser dedicado a escutar.

Grandes problemas se resolveriam em minutos se tivéssemos a calma para ouvir o que o outro tem a dizer.

Desentendimentos sequer viriam a existir, se nos permitíssemos ouvir as pessoas.

Aprenderíamos mais se nos dispuséssemos a ouvir quem deseja nos ensinar.

E ouvir não quer dizer simplesmente, escutar. 

É ouvir com atenção, é buscar entender o que o outro expressou e, se não entendeu, humildemente, pedir:-
- Pode repetir, por favor? 

O que você quer dizer, exatamente?

E se dispor a ouvir um tanto mais.

Se observarmos nosso organismo, veremos que Deus nos dotou de um par de ouvidos e uma só boca. 

Sabiamente, já prescrevia que mais se deve ouvir, e menos falar.

Ouvir os conselhos dos mais maduros, dos que já vivenciaram certas experiências e podem nos auxiliar a não cair nos mesmos erros.

Ouvir o que tem a dizer os nossos filhos:-
- Suas queixas, seus problemas, suas dificuldades com os amigos, os professores, no trabalho, no namoro.

Aquele que tem ouvidos para ouvir, que ouça! 

Foi o registro do Evangelista Mateus, como advertência do sábio Mestre da Galileia.

Disponhamo-nos a ouvir:-
- A voz do outro, a sinfonia do mundo, o próprio silêncio.

Ouçamos.

Redação do Momento Espírita
 Conto oriental
 autoria ignorada
 Centro Espírita Caminhos de Luz
Pedreira-SP-Brasil

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