Causas, consequências e profilaxia do suicídio
As
estatísticas de órgãos oficiais são imprecisas quanto às taxas de
suicídio no Globo, que apresentam variantes indefinidas de região para
região.
O suicídio é considerado a décima causa de morte no mundo.
Os
estudiosos não encontram uma explicação conclusiva para as disparidades
das taxas e as causas do suicídio, visto que há uma combinação de
fatores de diversas ordens:-
- Sociais, Econômicos, Psicológicos, Psiquiátricos e Ambientais que podem contribuir para a sua ocorrência.
1 - Graças
ao crescimento dos índices de suicídio, a Organização Mundial da Saúde
(OMS) trata o evento como um problema de saúde pública desde a década de
90, iniciativa que também foi adotada pelo governo brasileiro a partir
de 2005.
2 - Não
obstante todas as causas apontadas pelos estudiosos terrestres, quase
sempre ligadas a fatores exógenos, na raiz do problema encontramos o
enigma espiritual ignorado pelas ciências acadêmicas.
A tese espírita
contribui muito para o combate e a erradicação do suicídio, porque, além
dos fatores externos, estudados pela comunidade científica, avalia a
própria experiência dos suicidas, os quais, utilizando-se de médiuns,
vêm, pessoalmente, advertir os homens sobre a inutilidade e o equívoco
desse gesto.
3 - Que
razões levam uma pessoa a desertar de um bem tão precioso que é a vida,
contrariando o instinto de conservação?
Como vacinar-se contra esse
flagelo?
O
desgosto da vida e o suicídio possuem diversas causas.
4 - Pretendemos
analisar apenas algumas delas, sob o ponto de vista dos princípios
estudados pelo Espiritismo, sem intenção de esgotar o tema, até porque
não há espaço para isso nestas páginas.
O
materialismo, fundado na crença niilista, tem sido um dos grandes
vetores desse flagelo.
5 - Acreditando que a morte é o fim de tudo, muitas
pessoas, desgostosas da vida, optam pela saída desditosa do suicídio.
É
uma idéia que repugna à lógica e ao bom-senso.
Se
a morte fosse a destruição completa do homem, muito ganhariam com ela
os maus, pois se veriam livres, ao mesmo tempo, do corpo, do Espírito e
dos vícios.
Basta um pouco de reflexão:-
- Por que lutar para ser bom, para
progredir, se todos vamos ter o mesmo destino, independentemente de
nosso comportamento?
A vida no corpo físico perderia completamente a
razão de ser.
Seria inútil reencarnar.
A crença de que após a morte
física vem o nada é incompatível com a perfeição, a justiça e a bondade
de Deus.
O
orgulho e a ignorância a respeito das leis espirituais também
contribuem para isso.
Criaturas em desespero, numa atitude de rebeldia
contra as Leis do Criador, não aceitando os reveses que a vida lhes
impõe, em decorrência da lei de causa e efeito, procuram o suicídio como
válvula de escape para seus problemas, que lhes parecem insuperáveis ou
insolúveis, sem considerar que as dificuldades, por mais desafiadoras
que sejam, constituem instrumentos de resgate, crescimento intelectual e
espiritual.
Para não cederem em seus pontos de vista inflexíveis ou por
não aceitarem uma derrota, uma doença aparentemente incurável, um
desastre financeiro,
6 - Uma decepção amorosa, procuram o suicídio que,
entretanto, lhes reserva amargas experiências.
A
obsessão espiritual tem sido outra causa dos suicídios, muito pouco
estudada pelos profissionais da saúde, muitos deles desconhecedores das
Leis Naturais ora estudadas.
A obsessão é o domínio que Espíritos
inferiores exercem sobre certas pessoas.
7 - Não raro, são inimigos do
passado, ávidos de vingança contra o seu desafeto.
Por vezes, o assédio
espiritual é tão grande que pode ocasionar problemas orgânicos sérios,
inclusive lesões no cérebro, capazes de levar a pessoa à loucura, se não
receber tratamento espiritual adequado, a tempo.
Outra
causa predominante é o desleixo para com o corpo físico, instrumento do
progresso, tais como o abuso dos alimentos, do álcool, do fumo, das
drogas, dos remédios em excesso, do sexo desequilibrado, do ódio, da
mágoa profunda etc.
Estes hábitos nocivos constituem fontes solapadoras
das energias, que muito contribuem para que a morte física aconteça
antes do tempo.
É conhecido como suicídio indireto ou inconsciente.
8 - A
pessoa não quer, deliberadamente, a morte, mas o estilo de vida adotado a
conduz à morte prematura.
Considerando o estágio moral da coletividade,
quase todos podemos ser considerados suicidas inconscientes.
Daí a
importância do cultivo da religião, que nos oferece diretrizes para
vivermos uma vida de qualidade, sem abusar das prerrogativas que o
Criador nos concede para dela desfrutarmos.
As
consequências do suicídio são terríveis para o Espírito e todos aqueles
que contribuíram direta ou indiretamente para a sua prática.
Elas são
as mais variadas e correspondem às causas e às circunstâncias que o
produziram.
9 - Há, entretanto, resultados que são comuns a todos.
Os
Espíritos narram que a primeira coisa que descobrem, frustrados, após o
gesto tresloucado, é que ninguém foge de si mesmo, ninguém morre.
O que
se destrói é apenas o corpo físico.
A consciência continua palpitando em
outra dimensão.
Por isso, o desapontamento e a desordem das faculdades
mentais são assaz penosos, os quais, aliados ao remorso, os atingem em
cheio.
Os
sofrimentos, em vez de serem aliviados, como esperava o suicida,
agravam-se superlativamente.
Experiência comum a todos os Espíritos que
optaram por essa fuga impossível é a visão constante dos fatos que
culminaram com a sua morte física, como se fosse um filme de sua própria
vida, num morrer e remorrer sem tréguas.
10 - A visão do corpo em estado
de putrefação e a sensação de estar sendo devorado pelos vermes também é
muito comum no Espírito suicida, o qual experimenta severas
dificuldades para se desligar dos laços carnais.
Depois, vêm as
flagelações nos planos espirituais inferiores, onde o enfermo se junta a
outros Espíritos sofredores em situação semelhante, agravando a sua
situação moral.
Não
bastasse tudo isso, o suicida poderá ter dificuldades de acesso às
reencarnações futuras, benditas oportunidades de recomeço para o
Espírito, que lhe proporcionarão trégua nas dores superlativas e lhe
permitirão a chance de reparar seu erro e as consequências do ato
desatinado, que também flagela os entes queridos.
O
estudo das propriedades do perispírito, considerado o modelo
organizador biológico do corpo físico, auxilia a compreender o porquê de
tantas enfermidades físicas e/ou mentais dolorosas que afetam milhares
de reencarnantes, muitas delas radicadas no suicídio então praticado, as
quais devem ser vistas não como punição divina, mas sim como o remédio
amargo que corrige e reeduca o Espírito imortal, considerando que a
Justiça Divina se encontra insculpida na própria consciência.
É que a
dor do remorso, sob o comando da mente, tem o condão de provocar
alterações na estrutura atômica do perispírito, o que afeta,
sensivelmente, a formação do futuro corpo físico.
11 - O
suicídio é uma violenta interferência nos mecanismos da Lei Divina,
pois a vida é um bem supremo indisponível.
Se o homem não é capaz de
criar, também não tem o direito de destruir o próprio corpo, primeiro
empréstimo de Deus concedido ao seu detentor, para aperfeiçoamento do
Espírito imortal.
Aquele
que se mata, na vã esperança de rapidamente chegar ao “céu”, comete
outra loucura.
Assim agem muitos fanáticos, destruindo-se e a tantos
outros inocentes.
Os que assim procedem apenas retardam a sua entrada
num mundo melhor e terão de pedir lhes seja permitido voltar, para
concluírem a vida a que puseram termo, sob o influxo de uma ideia falsa.
O mesmo destino está reservado àqueles que se matam, com o intuito de
se juntar aos entes queridos que os precederam na grande viagem.
Esse
gesto estúrdio, em vez de aproximá- los, os afastará ainda mais dos
seres que amam.
12 - O
Espiritismo, com este precioso cabedal de informações, apresenta-se
como solução preventiva não somente aos Espíritos atormentados, mas
também aos que gozam de boa saúde mental, alertando-os sobre os perigos e
a inutilidade desse gesto insano.
Tais conhecimentos não apenas
previnem como também consolam os familiares, ante a certeza da
misericórdia divina que, além das atenuantes dos sofrimentos, conforme
as circunstâncias, proporciona ao suicida a reparação do erro.
Por
isso, ao tomarmos conhecimento de que alguém cometeu suicídio, não
condenemos, mas elevemos o pensamento em prece a Deus.
13 - Para que o
irmão desventurado suporte, com resignação, os sofrimentos que carreou a
si próprio, sempre lembrando que, para aqueles que continuam estagiando
no plano físico, os maiores antídotos contra o suicídio são a
vigilância, a oração e o trabalho em favor do próximo.
Christiano Torchi
1 Disponível em: a href="http://pt.wikipedia.org/">http://pt.wikipedia.org/ /wiki/Suic%C3%ADdio>. Acesso em: 8/4/2012.
2
Disponível em: a
href="http://www.ipcdigital.com/br/Noticias/Brasil/Brasil-ve-suicidio-como-questao de-saude-publica%3E">http://www.ipcdigital.com/br/Noticias/Brasil/Brasil-ve-suicidio-com...;.
Acesso em: 8/4/2012.
3 PEREIRA, Yvonne A. Memórias de um suicida. Pelo Espírito Camilo Cândido Botelho. 26. ed. 9. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2011.
4 KARDEC, Allan. O livro dos espíritos.Trad. Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. 1. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2011. Q. 943.
5
KARDEC,Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Trad. Evandro Noleto
Bezerra. 1. reimp. (atualizada).Rio de Janeiro: FEB, 2010. Cap. 5, it.
14 a 17.
6
XAVIER, Francisco C.; VIEIRA,Waldo. A vida escreve. Pelo Espírito
Hilário Silva. 10. ed. 4. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2011. Pt. 2, cap.
7.
7 KARDEC,Allan. O livro dos médiuns. Trad. Guillon Ribeiro. 2. ed. esp. 3. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2011. Pt. 2, cap. 23.
8 XAVIER, Francisco C. Nosso lar. Pelo Espírito André Luiz. 61. ed. 1. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2010. Cap. 1, 2 e 4.
9 KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Trad.Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. 1. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2010. Q. 957.
10 SCHUBERT, Suely C. O semeador de estrelas. Salvador: LEAL, 1989. Cap. 9.
11 XAVIER, Francisco C. Religião dos espíritos. Pelo Espírito Emmanuel. 21. ed. 2. reimp.
Rio de Janeiro: FEB, 2010. Cap. Veneno.
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