O que é a Morte ?
“A vida é um sonho, a morte um despertar.”
Tolstoi (1828 – 1910)
Escritor russo
Mesmo no meio espírita a morte ainda é um tema muito doloroso.
Mesmo
conscientes de que a morte não é o fim de tudo, ela ainda nos causa
muita dor… a dor da perda, da separação, da saudade…
Nós espíritas, justamente por sermos espíritas, deveríamos tentar
superar essa separação de uma forma mais amena, pois sabemos que a
pessoa que desencarnou sofre tanto quanto nós.
Quando o espírito volta
para casa, ele começa a viver os sentimentos de forma muito mais
intensa.
O espírito que parte se preocupa conosco, com a nossa dor, por
isso talvez devêssemos nos comportar de maneira mais confiante,
tentarmos controlar a dor, afinal sabemos que a separação é temporária.
Mas como fazer?
O fato de nos prendermos muito às figuras que esses
espíritos representaram nesta encarnação, pai, mãe, filho, irmão, etc.,
nos faz esquecer que eles nem sempre foram essas figuras em nossas
vidas, e que não temos como saber que tipo de ligação tivemos com eles
em outras vidas no passado.
Como somos seres incompletos que somos ainda
marcados pelo egoísmo, é normal queremos estar próximos daqueles a quem
amamos, mas esse “querer” nem sempre é saudável, pois
ele não só pode nos impedir de olhar para frente com mais otimismo como
também pode impedir o espírito que desencarnou de seguir o próprio
processo evolutivo.
Não existe receita para superar a perda de um ente querido… um bom
começo seria talvez olhar o outro como um ser, de forma realista e sem o
título figurativo, e orar, orar muito, pedir a Deus consolo, forças
para seguir em frente… orar por si, orar pelo outro… desejar coisas
boas, imaginar como foi a passagem de volta, imaginar os reencontros com
a família espiritual, vê-lo feliz!
Isso nos ajuda a ficar bem, afinal,
por mais egoístas que sejamos, sempre ficamos felizes quando quem amamos
está feliz, e como tudo o que pensamos se torna realidade…
A seguir um texto de Victor Hugo para
ajudar a confortar o coração, e incentivar a imaginação, pois retrata a
partida deste mundo de uma forma muito bonita e poética…
O que é a morte ?
“A morte é uma continuação.
O meu olhar penetra o mais que é
possível nessa sombra, onde vejo, a uma profundidade que seria
amedrontadora, se não fosse sublime, dealbar-se o imenso arrebol da
eternidade.”
O que é que faz o homem livre?
A alma.
Quem diz livre, diz responsável.
Responsável por tudo nesta vida?
Efetivamente não, porquanto nada há mais demonstrado do que a
prosperidade possível e frequente dos maus e o infortúnio imerecido dos
bons durante a sua passagem sobre a Terra.
Quantos homens justos não tiveram só angústias e misérias até o
seu derradeiro dia?
Quantos homens criminosos viveram até a mais extrema
velhice no gozo pacífico e sereno de todos os bens deste mundo, neles
incluindo a consideração e o respeito de todos!
É o homem, então,
responsável depois da vida?
Evidentemente sim, pois que não o é durante
ela.
Alguma coisa dele sobrevive para submeter-se a essa
responsabilidade:-
- A alma.
A liberdade da alma explica a sua imortalidade.
A morte não é,
portanto, o fim de tudo.
Ela não é senão o fim de uma coisa e o começo
de outra.
Na morte o homem acaba, e a alma começa.
Tome-se por
testemunho o que considerar do rosto de um ente amado com essa ansiedade
estranha feita de esperança e de desesperança.
Digam esses que
atravessaram essa hora fúnebre, a última alegria, a primeira do luto,
digam se não é verdade que bem se sente que ainda há ali alguém, que
tudo não acabou?
Sente-se em roda dessa cabeça como o
frêmito de asas que acabaram de expandir-se, uma palpitação confusa e
inaudita que flutua no ar ao redor desse coração que não mais bate.
Essa
boca aberta parece chamar o que acaba de partir e dir-se-ia que deixa
cair palavras obscuras no Mundo Invisível.
Eu sou uma alma.
Bem sinto que o que darei ao túmulo não é o meu Eu, o meu Ser.
O que constitui o meu Eu, irá além.
Terra, tu não és o meu abismo.
O homem outra coisa não é senão um cativo.
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