Doenças Fantasmas
Somos defrontados com frequência por aflitivo problema cuja solução reside em nós.
A
ele debitamos longas fileiras de irmãos nossos que não apenas
infelicitam o lar onde são chamados à sustentação do equilíbrio, mas
igualmente enxameiam nos consultórios médicos e nas casas de saúde,
tomando o lugar de necessitados autênticos.
Referimo-nos
às criaturas menos vigilantes, sempre inclinadas ao exagero de
quaisquer sintomas ou impressões e que se tornam doentes imaginários,
vítimas que se fazem de si mesmas nos domínios das moléstias-fantasmas.
Experimentam,
às vezes, leve intoxicação, superável sem maiores esforços, e,
dramatizando em demasia pequeninos desajustes orgânicos, encharcam-se de
drogas, respeitáveis quando necessárias, mas que funcionam a maneira de
cargas elétricas inoportunas, sempre que impropriamente aplicadas.
Atingido
esse ponto, semelhantes devotos da fantasia e do medo destrutivo caem
fisicamente em processos de desgastes, cujas consequência ninguém pode
prever, ou entram, modo imperceptíveis para eles, nas calamidades sutis
da obsessão oculta, pelas quais desencarnados menos felizes lhes
dilapidam as forças.
Depois disso,
instalada a alteração do corpo ou da mente, é natural que o
desequilíbrio real apareça e se consolide, trazendo até mesmo a
desencarnação precoce, em agravo de responsabilidade daqueles que se
entibiam diante da vida, sem coragem para trabalhar, sofrer e lutar.
Precatemo-nos contra esse perigo absolutamente dispensável.
Se uma dor aparece, auscultemos nossa conduta, verificando se não demos causa à benéfica advertência da Natureza.
Se
surge a depressão nervosa, examinemos o teor das emoções a que
estejamos entregando as energias do pensamento, de modo a saber se o
cansaço não se resume a um aviso salutar da própria alma,para que
venhamos a clarear a existência e o rumo.
Antes
de lançar qualquer pedido angustiado de socorro, aprendamos a
socorrer-nos através da auto análise, criteriosa e consciente.
Ainda
que não seja por nós, façamos isso pelos outros, aqueles outros que nos
amam e que perdem, inconsequentemente, recurso e tempo valiosos,
sofrendo em vão com a leviandade e a fraqueza de que fornecemos
testemunhos.
Nós que nos esmeramos
no trabalho desobssessivo, em Doutrina Espírita, consagremos a possível
atenção a esse assunto, combatendo as doenças-fantasmas que são capazes
de transformar-nos em focos de padecimentos injustificáveis a que nos
conduzimos por fatores lamentáveis de auto-obsessão.
Livro:- "Estude e Viva"
André Luiz e Emmanuel
Francisco Cândido Xavier
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