Enfermidade da alma
É
muito comum classificarmos as pessoas através de seus defeitos morais.
Não me refiro a delinquentes nem a criminosos puníveis pelas leis
humanas.
Refiro-me a falhas morais, como orgulho, egoísmo, invejas,
calúnia, hipocrisia, ciúmes e outros tantos valores negativos, capazes
de aniquilar uma criatura, assim classificada, às vezes um tanto
injustamente, o que pode leva-la a sofrimentos cruéis e até ao suicídio.
Tudo isto porque rotulamos essas falhas morais como defeitos, e assim
nos digladiamos, acusando-nos mutuamente.
Nenhuma
falha moral deve servir de motivo, quando as percebermos nos outros, ou
quando já somos capazes de reconhece-las em nós, para nos referirmos a
elas como se fossem uma pecha, mas sim como doença, como enfermidade da
alma.
Assim
tomando como norma aquela máxima do Cristo:-
- “Eu não vim para os sãos e
sim para os doentes”, ao invés de nos odiarmos uns aos outros por causa
das nossas deformações morais, arraigadas de vidas e vidas passadas,
deveríamos procurar nos compreender e nos ajudar mutuamente.
“Quem se
julgar isento de pecado, atire a primeira pedra”, também disse Jesus.
Se
nos conscientizarmos de que a Terra não é apenas uma escola, mas
principalmente um hospital, onde todos nós estamos recolhidos,
convivendo com nossas chagas, tratando de nossos males, do mesmo modo
como nos compadecemos de qualquer enfermo, mostrando solicitude (quando
somos solícitos), e procurando ajudar, do mesmo modo deveríamos ver-nos
uns aos outros como pacientes do mesmo hospital, com enfermidades
diferentes, precisando todos auxiliar-nos mutuamente.
Somos
todos carentes de amor, de compreensão.
Por trás de um grande ódio, de
uma explosão de maldade, há uma criança chamando por ‘mamãe’, tal a sua
insegurança.
Não há maior prova de covardia do que a dos supostos
valentes que enfrentam, afrontam e fazem questão de serem considerados
destemidos.
É o
medo de se defrontarem consigo mesmos que os leva a agredir outros, por
não terem coragem de se verem como são.
Enfim, tudo isso que
classificamos de defeitos, de fraqueza ou baixeza de caráter, são apenas
enfermidades da alma.
Se tentarmos alcançar essa realidade, não teremos
mais motivos para lançarmos impropérios uns contra os outros;
compreenderemos que, na realidade, todos nós desejamos acertar e nos
libertar das enfermidades das nossas almas, e que só através da
paciência, tolerância, compreensão, e envolvidos no sacrossanto bálsamo
do amor, conseguiremos a cura total, e, livres das enfermidades da alma,
desfrutaremos da verdadeira paz.
Que assim seja.
Livro:- “Conversa com a Vida”
De Cenyra Pinto
Grupo Espírita Casa do Caminha de São Vicente
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