sábado, 6 de setembro de 2014

Enfermidade da Alma


Enfermidade da alma

É muito comum classificarmos as pessoas através de seus defeitos morais. 
Não me refiro a delinquentes nem a criminosos puníveis pelas leis humanas. 
Refiro-me a falhas morais, como orgulho, egoísmo, invejas, calúnia, hipocrisia, ciúmes e outros tantos valores negativos, capazes de aniquilar uma criatura, assim classificada, às vezes um tanto injustamente, o que pode leva-la a sofrimentos cruéis e até ao suicídio. 
Tudo isto porque rotulamos essas falhas morais como defeitos, e assim nos digladiamos, acusando-nos mutuamente. 


Nenhuma falha moral deve servir de motivo, quando as percebermos nos outros, ou quando já somos capazes de reconhece-las em nós, para nos referirmos a elas como se fossem uma pecha, mas sim como doença, como enfermidade da alma.

Assim tomando como norma aquela máxima do Cristo:-
- “Eu não vim para os sãos e sim para os doentes”, ao invés de nos odiarmos uns aos outros por causa das nossas deformações morais, arraigadas de vidas e vidas passadas, deveríamos procurar nos compreender e nos ajudar mutuamente.
 “Quem se julgar isento de pecado, atire a primeira pedra”, também disse Jesus. 


Se nos conscientizarmos de que a Terra não é apenas uma escola, mas principalmente um hospital, onde todos nós estamos recolhidos, convivendo com nossas chagas, tratando de nossos males, do mesmo modo como nos compadecemos de qualquer enfermo, mostrando solicitude (quando somos solícitos), e procurando ajudar, do mesmo modo deveríamos ver-nos uns aos outros como pacientes do mesmo hospital, com enfermidades diferentes, precisando todos auxiliar-nos mutuamente. 


Somos todos carentes de amor, de compreensão. 
Por trás de um grande ódio, de uma explosão de maldade, há uma criança chamando por ‘mamãe’, tal a sua insegurança. 
Não há maior prova de covardia do que a dos supostos valentes que enfrentam, afrontam e fazem questão de serem considerados destemidos. 


É o medo de se defrontarem consigo mesmos que os leva a agredir outros, por não terem coragem de se verem como são. 
Enfim, tudo isso que classificamos de defeitos, de fraqueza ou baixeza de caráter, são apenas enfermidades da alma. 
Se tentarmos alcançar essa realidade, não teremos mais motivos para lançarmos impropérios uns contra os outros; compreenderemos que, na realidade, todos nós desejamos acertar e nos libertar das enfermidades das nossas almas, e que só através da paciência, tolerância, compreensão, e envolvidos no sacrossanto bálsamo do amor, conseguiremos a cura total, e, livres das enfermidades da alma, desfrutaremos da verdadeira paz. 


Que assim seja. 


Livro:- “Conversa com a Vida”

De Cenyra Pinto

 Grupo Espírita Casa do Caminha de São Vicente

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