domingo, 27 de abril de 2014

Luta contra o Cancêr


 

As dificuldades nos acontecem não para nos destruir, mas para nos melhorar. 

Todos trazemos defeitos ou fraquezas que precisaremos corrigir de uma forma ou de outra. 

Por isso, nos surpreendemos tanto ao perceber que o câncer físico não corresponde à mais difícil das doenças que nos podem ferir. 

Existem coisas dentro de nós, em vaidades, orgulhos, rancores, invejas ou defeitos inúmeros, que são mais corrosivos, mais tóxicos, mais nefastos do que um pobre tumorzinho. 

Quando entendemos esse chamamento à razão, à necessidade de aprendizado e de transformação, passamos a ver os benefícios que as dores nos trazem ao nos fazerem ver as coisas da vida por outro prisma.

Ora, que importa perder alguns fios de cabelo se, na luta contra a doença que nos poderia tirar a vida física, saímos vitoriosos e exterminamos nosso adversário? 

Depois o cabelo cresce novamente e nossa figura se recompõe.

Além disso, todas as fases da enfermidade nos ajudarão a ter uma visão relativa e diferente de tudo o que nos cerca, transformando grandes problemas em coisas verdadeiramente sem importância.

Quantas mulheres perdem a paz íntima porque vêem uma pequena camada de poeira sobre a mesa da sala, fazendo, então, que suas horas se transformem em longos martírios de reprimendas às empregadas, aos serviçais que deveriam ter limpado os móveis, aos filhos descuidados. 

Quantas se orgulham de possuir um corpo exuberante, usando sua estrutura física como uma arma de sedução ou de provocação, visando a queda dos incautos que por elas se deixarem apaixonar ou seduzir. 

E no momento em que os seios são ameaçados, em que elas não mais serão as esfuziantes bonecas infladas, em que não se candidatarem mais aos galanteios sexuais de homens imaturos, tal conceito equivocado que fazem de si mesmas precisará dar lugar a um outro tipo de abordagem a respeito do que, realmente, cada uma delas é.

É natural que isso as faça sofrer. 

Mas se trata de um sofrimento que as desperta para uma realidade mais elevada e duradoura. 

O corpo que serve de roupa para a alma jamais deve ser mais importante ou essencial do que o Espírito. 

Dessa forma, a mutilação da área física se apresenta como um freio para a necessária mudança de conceitos, de reformulação moral, de alerta para a leviandade. 

E a perda dos cabelos acaba sendo uma nova maneira para fustigar o orgulho da beleza, o alimento da vaidade, atestando, para cada uma que a suporta, a necessidade de repensar os próprios conceitos, colocando um fator relativizante em tudo o que, antes, era uma vaidade absoluta e escravizante.

Livro:- Esculpindo o Próprio Destino
Cap. 24
Espírito Lúcius 
Psicografia de André Luiz Ruiz

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