As
dificuldades nos acontecem não para nos destruir, mas para nos
melhorar.
Todos trazemos defeitos ou fraquezas que precisaremos corrigir
de uma forma ou de outra.
Por isso, nos surpreendemos tanto ao perceber
que o câncer físico não corresponde à mais difícil das doenças que nos
podem ferir.
Existem coisas dentro de nós, em vaidades, orgulhos,
rancores, invejas ou defeitos inúmeros, que são mais corrosivos, mais
tóxicos, mais nefastos do que um pobre tumorzinho.
Quando entendemos
esse chamamento à razão, à necessidade de aprendizado e de
transformação, passamos a ver os benefícios que as dores nos trazem ao
nos fazerem ver as coisas da vida por outro prisma.
Ora, que importa perder alguns fios de
cabelo se, na luta contra a doença que nos poderia tirar a vida física,
saímos vitoriosos e exterminamos nosso adversário?
Depois o cabelo
cresce novamente e nossa figura se recompõe.
Além disso, todas as fases da enfermidade
nos ajudarão a ter uma visão relativa e diferente de tudo o que nos
cerca, transformando grandes problemas em coisas verdadeiramente sem
importância.
Quantas mulheres perdem a paz íntima
porque vêem uma pequena camada de poeira sobre a mesa da sala, fazendo,
então, que suas horas se transformem em longos martírios de reprimendas
às empregadas, aos serviçais que deveriam ter limpado os móveis, aos
filhos descuidados.
Quantas se orgulham de possuir um corpo exuberante,
usando sua estrutura física como uma arma de sedução ou de provocação,
visando a queda dos incautos que por elas se deixarem apaixonar ou
seduzir.
E no momento em que os seios são ameaçados, em que elas não
mais serão as esfuziantes bonecas infladas, em que não se candidatarem
mais aos galanteios sexuais de homens imaturos, tal conceito equivocado
que fazem de si mesmas precisará dar lugar a um outro tipo de abordagem a
respeito do que, realmente, cada uma delas é.
É natural que isso as faça sofrer.
Mas se
trata de um sofrimento que as desperta para uma realidade mais elevada e
duradoura.
O corpo que serve de roupa para a alma jamais deve ser mais
importante ou essencial do que o Espírito.
Dessa forma, a mutilação da
área física se apresenta como um freio para a necessária mudança de
conceitos, de reformulação moral, de alerta para a leviandade.
E a perda
dos cabelos acaba sendo uma nova maneira para fustigar o orgulho da
beleza, o alimento da vaidade, atestando, para cada uma que a suporta, a
necessidade de repensar os próprios conceitos, colocando um fator
relativizante em tudo o que, antes, era uma vaidade absoluta e
escravizante.
Livro:- Esculpindo o Próprio Destino
Cap. 24
Espírito Lúcius
Psicografia de André Luiz Ruiz
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